sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Natal 2019


Registra-se a precocidade do despertamento da consciência humana em várias culturas da Antiguidade. 

O fruto proibido da árvore do conhecimento foi comido.
Os sumérios, ecoando com trechos da própria bíblia, apontam o intercurso de mulheres com "anjos", ou "anunnakis"...

Hebreus e chineses mencionam um terço de estrelas do céu caindo com um dragão.
Em muitos povos há o mito solar. O cinturão de Órion aponta Sírius, que por sua vez indica o ponto do horizonte onde o sol nascerá em 25 de dezembro. O Cruzeiro do Sul baila para ascender no terceiro dia.

Assim foi com Jesus, Krishna, Mitra, Hórus e outros. Filhos de uma virgem. 

Enfim...

O ser humano foi desperto precocemente. No império de um precioso e complexo acervo de impulsos instintivos ganhou a noção plena de si mesmo. 

A atenuação progressiva de condutas automatizadas foi truncada pela capacidade de amplo aprendizado e de livre escolha. Passaram a coexistir o ser-animal e o ser-hominal.

Não imagino o que se possa julgar de semelhante evento. Nem me atrevo.

Mas considero lícito especular que os ensinamentos ministrados por tantos mestres em vários lugares e momentos diferentes tem uma mesma razão de ser.

Pregam o Amor.

Dizem, faça ao próximo o que deseja que lhe façam.
Dê a outra face.

Mas... Que tínhamos (temos)?

A história humana, desde os primórdios, nadava (e nada ainda) em sangue... Dominação, violência, busca de todas as formas de prazer.

Nada mais natural para um animal catapultado à condição de senhor de si mesmo.

Como corrigir essa situação?Esse "pecado original"?

Se a consciência contínua do homem veio assim, como que por um estupro, a equivalente (mas ausente) consciência moral teria que vir por exemplos drásticos, traumáticos o suficiente para inocular, mesmo forçosamente, a experiência anímica de padrões emocionais mais sofisticados, como a misericórdia, a tolerância, a resignação, o perdão...

Ponha vários guerreiros sedentos de sangue diante de vítimas ainda crianças, frágeis, desmembradas, violadas, mortas sob horrível agonia e, ao menos alguns deles (com sorte alguns deles!), se verá tomado por um estupro às avessas. 

Sentirá piedade... 

Talvez somente uns poucos de cada vez... Contudo mais e mais com o tempo.

Ergue-se, então, um imenso farol indicativo do "bom caminho" aqui e ali. Um Mestre vem para o reforço dos ensinos da corrigenda.

A história de Jesus transpôs o mito solar para a cultura hebraica e a renovou na cultura romana, congregando o "sol invictus" de Constantino ao ideal superior dos ensinamentos que, dessa forma, ganharam todo um imenso império.

Claro que o homen-animal permaneceu, e permanece, ainda um muitos de nós.
Todavia, gradativamente a atenuação da prevalência instintiva sedimenta no seio das almas humanas os valores diamantinos da Cosmoética.

Permita-se meditar sobre tudo isso durante o NATAL.

Afinal, o cinturão de Órion, Sírius, o Sol e o Cruzeiro do Sul novamente encenam no Teatro da Vida o propósito que nosso interior insistentemente busca.

Bom Natal! Feliz 2020.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Afinal, magia pega ou não?


Como já bastante mencionado aqui e alhures, tudo é pensamento... Uma barra de ferro, por mais efetivamente presente e, por assim dizer, existente que seja é menos real do que um pensamento. Isso só parece estranho para os que ainda não se tenham permitido viajar nas cogitações que a busca pela essência da realidade imediata enseja.

Enfim, terminamos nos dando conta de que tudo aquilo que aprendemos a chamar de “abstrato” é que, na verdade, constitui a única coisa de concreto que existe.

Bem por isso desenvolvemos grandes ressalvas para todas as formas de ritual que existem, afinal só o que vale mesmo é o pensamento. Claro que o simbolismo é relevante aos seres humanos. Uma imagem, uma palavra, um desenho podem despertar todo um contexto mental que leva o ser a se concentrar em determinados pensamentos. Eis aí a essência da eficácia dos rituais. Mas nada além disso. E há os rituais que dispensamos por considerá-los pueris, ao mesmo tempo em que ainda nos prendemos a outros tantos, muitas vezes sem nem percebermos.

Uma simples prece... Tantos existem que dobram os joelhos, já um ritual, e repetem fórmulas decoradas seguidamente. Dentre esses há os que atingem um estado mental suficiente para obter os efeitos da concentração do pensamento; para outros, nem tanto. Alguns surpreendem-se pelos efeitos da prece assim dirigida, enquanto outros frustram-se na sensação de que, afinal, ninguém estava ouvindo coisa alguma.

Quem está certo e quem está errado? Depende... Depende de estar-se sob o arranjo certo para cada qual. Há os que dependem mais e menos dos rituais estabelecidos.

O fato é que para todos os que fazem de uma ou de outra forma e atingem o fim, o meio estará sendo útil e eficaz. Para todos os que não se atêm a uma forma de agir, proceder, falar, agir, vinculando à finalidade de atingir um estado de maior densidade do pensamento, coisa alguma estará sendo feita que valha realmente a pena.

Miríades de escolas iniciáticas lançam seus seguidores a variadíssimos meios de concentrar o pensamento, cada qual de acordo com os princípios formais que elege como legítimos a tal finalidade. Se o sujeito der a sorte de acertar uma escola que bem se encaixe em seu mundo interior, estará bem servido e obterá bons resultados. Caso contrário, acumulará outra frustração.

Claro que o indivíduo pode, e deve, buscar o seu próprio caminho, sua própria maneira de orar, de meditar, de elevar seu pensamento, enfim, de proceder para obter estados alterados da consciência que lhe permitam ampliar suas capacidades cognitivas e perceptivas.

Sei de pessoas que se empenham sinceramente em adequar-se a preceitos religiosos. O problema é que não lhe são eficazes. Outros tantos corroem-se de uma pretensa e estranha “culpa” por não estarem obtendo os resultados gloriosos que tal ou qual religião prometem aos seus profitentes.

Tudo se complica ao extremo quando a pessoa, ainda não situada plenamente no equilíbrio que seus foros interiores de verdade ressoam, se vê colocada na alça de mira de outros que lhe destinam pensamentos intensos de mágoa, ódio, ou qualquer forma de vibração trevosa. Tenham esses realizado ou não rituais da chamada “magia negra”, o fato de emitirem pensamentos de ódio ou mágoa em direção à pessoa faz com que cada brecha, cada fenda de sua personalidade permita a ressonância desses padrões de vibração destrutiva. Então acontece o temível efeito. A “magia pega”.

Não é propriamente uma questão de fé religiosa ou sua ausência. É a circunstância de estar ou não o indivíduo objeto do ódio em estado de equilíbrio espiritual. Com acerto muitos acenam com uma certa “imunidade” de certos ateus. Não, não se trata de uma postura “melhor” que as outras. Ocorre que há alguns ateus que assumem condutas humanistas por mera convicção interior, sem nenhum senso de cumprimento cármico, tão somente por acharem ser o certo a se fazer. Ora, para esses, do alto de suas convicções firmes e coesas com a cosmoética que nos norteia a evolução, praticamente não há brechas ou fendas de caráter para a ressonância de pensamentos negativos que lhe sejam dirigidos.

Se o sujeito ostenta pensamentos negativos, pouco importa ser ateu ou crente... Os pensamentos negativos o colocarão vulnerável igualmente.

Infelizmente a maioria, sejam ateus ou crentes, pouco importa, não detém padrão espiritual equilibrado suficiente a evitar que pensamentos negativos ressoem em seu interior. Não são poucos, aliás, os crentes que se torturam em reiterados rituais religiosos de manutenção do pensamento mais elevado que possam. Lançam-se em reuniões diárias em que se põem em estado de êxtase coletivo para que se mantenham sob a “proteção de Deus”.

Sim, tais posturas costumam ter efeitos positivos. No entanto, nada difícil que o indivíduo termine, aqui ou acolá, sendo vencido pelo estresse dessa luta constante. São as provas de recaída de que tanto nos falam as religiões ocidentais.

Então, o que se tem é que o ser humano em geral não está imune a ver-se vencido por pensamentos negativos que lhe sejam dirigidos.

Até mesmo os mais religiosos eventualmente podem entrar em falência. De repente o pensamento negativo os atinge e, assim como que por autêntica magia, desabrocham-se-lhes estados de alma ruins, desanimadores, viciantes, que o levam a mudanças de conduta bem como a sofrer mais e mais influências negativas numa escala progressivamente maior.

Eis que, então, a “magia pega”... O ser passa a claudicar e, se não vier a ser despertado para esses estado de coisas, irá cair integralmente.

Sim, magia pega. Pode pegar qualquer um.

Renove-se a antiga recomendação: ORAI e VIGIAI.