Uma criança vai divertir-se com seus amigos, jogando futebol próximo de casa quando uma chuva torna a brincadeira ainda mais lúdica. Gargalhadas inocentes, ou não tão ingênuas assim, permeiam corridas e quedas deslizantes pelas poças e lama... Após gritos e chamados insistentes, reconhecendo a voz da mãe aflita e, com certeza, nervosa, as crianças voltam e são levadas direto para um banho quente. A mãe atenciosa, esfrega orelhas, cabelos, tirando a sujeira que a brincadeira ignorava.
A humanidade come do fruto do conhecimento e se deixa levar pela sedução de saber, buscar, conhecer, aprender, ludicamente percorrendo os lamaçais da ignorância em meio à chuva de renovados avanços. O homem muitas vezes prefere negligenciar a Voz de seu Eu Superior, insistindo em continuar no divertido jogo de seu personalismo crescente sob a sedução de sentir-se pleno no individualismo que o aprendizado imediato proporciona. Mas termina ouvindo a Voz quando já se sente na iminência da ira que o reconduzirá ao banho quente com que a sujeira será expungida. Em geral a água quente são lágrimas e a sujeira retirada ganha designações como doença, dor, catástrofe, sofrimento etc.