Estudos

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Jesus Cristo

Cogitar acerca da natureza de Jesus implica em caminhar por uma senda árdua de difícil progressão. Pensar na natureza de Jesus leva a pensarmos no que era o cristianismo em si nos primeiros tempos. Na verdade é muito difícil saber-se hoje o que era efetivamente o cristianismo primitivo, aquele existente logo depois dos tempos em que o Mestre esteve na Terra. De qualquer forma, o cristianismo era uma crença simples fundada no ideal de fraternidade e amor, sem templos nem sacerdotes. Claro que esse aspecto sofreu intensa modificação nos vários concílios católicos que se sucederam.

Pelas mais variadas razões, inclusive o interesse de Constantino em auferir vantagem da fé que reunia com simplicidade as camadas populares, aliado ao interesse de um clero em formação, ávido por impor-se como estrutura dominante da fé, da doutrina adotada, numa troca de favores entre o Estado e a Igreja que duraria muitos séculos.

Em meio a isso tudo, dentre cogitações mundanas, discutiu-se sobre a natureza de Jesus. Era filho de Deus, distinto do Pai, ou era o próprio Pai? E o Espírito Santo? Por óbvio existem argumentações profundas na seara filosófica em defesa deste ou daquele ponto de vista. As escolas esotéricas em geral, por sua vez, oferecem interpretações e a "verdade" última só conhecida dos "iniciados".

Não pretendo discutir qual o melhor caminho a seguir na senda filosófica ou mística. Mas me atrevo a destacar um aspecto simples, tão simples quanto o ideal de amor do cristianismo primitivo.

O Mestre esteve na Terra como exemplo máximo de um viver de Amor.

Sofreu intensamente por isso. Em seu tempo o costume aceito valorava-se ainda pela noção do olho por olho, dente por dente. Ensinar a oferecer a outra face parecia muito estranho naqueles dias. Pregar o desapego, os valores espirituais, uma vida com simplicidade sem ambições de conquista, em pleno império romano e sob o rigor de uma fé arrogante e vaidosa, não era uma missão que uma alma comum poderia assumir.

Entendamos que Jesus é o homem e o Cristo a alma sublime que governa este Mundo.

Não se confundem. Jesus tinha que ser o mais sublime ser humano para que o Cristo pudesse nele habitar. Só mesmo assim um homem poderia fazer o que Jesus fez. Por isso dizemos Jesus Cristo.

Não nos deixemos seduzir por uma discussão tão vazia quanto aquela sobre a santíssima trindade...

Jesus é o Cristo?

Isso é mesmo que perguntar:

A água é a chuva?

A chama é a luz?

As estrelas são o Universo?

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