Estudos

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Perdoar --- Punir

Devemos perdoar mas aplicar as consequências que a lei humana preveja para o caso, tanto quanto ocorrerá por via da causalidade cármica. Devemos aplicar a lei humana, com todos os seus eventuais defeitos, porque não aplicar o Direito equivaleria ao abandono de um dos aspectos em que se sustenta nossa sociedade, imperfeita sem dúvida, mas que necessita do ordenamento jurídico.


É por isso não podemos tomar a justiça em nossas mãos. Quem julga não é a vítima ou seus parentes. Quem julga é um homem (com todos os defeitos da condição humana) que não tem relação emocional com o caso (sob pena de nulidade do processo). Assim, perdoar e punir são fenômenos que devem ocorrer concomitantemente. A vítima perdoa; o Estado julga.


No que tange ao "dai a Cesar o que é de Cesar", apesar de todas as ilações elevadas que se possa daí retirar, na verdade corresponde a uma armadilha que o Sinédrio havia criado para prejudicar Jesus em suas pregações. Foi perguntado ao Mestre, em praça pública, acerca dos pesados tributos que os judeus tinham que pagar a Roma. Uma resposta menos inteligente levaria o Mestre à arapuca assim armada, abreviando o enfrentamento diante da autoridade civil constituída - a tirania romana.


O perdão é um fenômeno interno, da alma. A consequência do ato danoso é uma consequência objetiva do mundo --- no caso do mundo humano, a punição que a lei estipule; no caso do Mundo, a causalidade cármica.


Perdão não implica em imunidade penal nem em isenção cármica. O perdão existe para a vítima e para o algoz, na relação entre eles e não em face da Vida, da evolução.


A Lei do Talião, segundo o Livro dos Espíritos, é a Lei de Deus, que só Deus pode aplicar. Ou seja, ela existe.


764. Jesus disse: “Quem matar pela espada perecerá pela espada”. Essas palavras não representam a consagração da pena de talião? E a morte imposta ao assassino não é a aplicação dessa pena?
– Tornai tento! Estais equivocados quanto a estas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa pena, porque saís punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus. Pois não vos disse também: “Perdoai aos vossos inimigos”? E não vos ensinou a pedir a Deus que perdoe as vossas ofensas da maneira que perdoastes, ou seja, na mesma proporção em que houverdes perdoado. Compreendei bem isso.

(Livro dos Espíritos)

3 comentários:

  1. MARCO A L SILVA, bom dia.
    Acho q devemos questionar tudo; analisar tudo q lemos, q aprendemos como certo, etc. etc. Não receber como correto tudo q vem da interpretação de outrem, seja esse outrem aqueles q escreveram as escrituras q tanto foram manipuladas e sofreram tantas traduções,interpretações, interpolações e extrapolações por motivos politicos, por conveniencia etc. Veja: um papa, Sixto V, fez de proprio punho, uma nova versão da biblia, na qual cometeu cerca de 2.000 incorreções em pontos importantes e ameaçou de excomunhão quem lhe modificasse uma só palavra. A igreja romana manipulou as escrituras cristãs sempre q algo nelas estava 'contra', particularmente, os interesses do papado. Infelizmente, protestantes e espíritas adotaram a mesma biblia romana e consideraram tudo como certo (os protestantes com algumas modificações). Adotaram apenas os 4 evangelhos q a igreja romana selecionou.
    Devemos questionar tudo: não aceitar tudo já 'mastigado', crendo de modo absoluto q são a 'palavra de Deus' etc; questionar o q afirmam q foi interpretado, ensinado ou aprovado por seres tidos como puros, perfeitos etc, porq quem é q tem a competencia para julgar esses seres mais elevados? Não serão apenas outros mais elevados q eles? Temos, ou alguem tem, uma regra, um gabarito, um processo para identificá-los? Por essa razão devemos questionar tudo, em particular qdo se referem a assuntos da magnitude destes q se referem ao nosso futuro, à nossa vida sem fim. Mais ainda qdo sabemos q, em nosso planeta, há dezenas de crenças e religiões todas diferentes entre si e cada uma se dizendo a 'única certa'.
    É só observar qtas divisões o proprio cristianismo sofreu nesses dois mil anos! O mesmo ocorreu com a maioria delas, senão com todas.
    Portanto, questionando: fala-se do certo e do errado nas religiões ocidentais enqto nas orientais, q não são exatamente religiões, mas escolas tradicionais de experimentação de meditação (com excessão do budismo tibetano e algumas mais, q são reencarnacionistas), diz-se q, enqto em nossa mente houver o menor sinal de diferença entre o bem e o mal, estamos enganados. O budismo Zen: 'Enqto tiveres um resquicio, q seja, de diferença entre o bem e o mal, ainda não és dos nossos'. O proprio cristianismo até mesmo concorda com essa idéias. Lembremse das palavras de Paulo: 'Deus não faz acepção de pessoas; para Ele o impio e o piedoso são iguais', e diz q já estamos todos salvos, isto é, não haverá necessidade de outras encarnações para nos aperfeiçoarmos, porq 'É o Sr q opera em nós o pensar e o querer' (não podemos nem mesmo reivindicar a paternidade de nossos pensamentos) e mais ainda para dar, talvez, mais força a sua afirmação anterior: 'Não é por nossas obras q seremos salvos, mas pela graça de Deus'. Muitas crenças interpretam as palavras de Jesus:'Aquele q disser 'raca' (q ofender) a seu irmão, será lançado na 'geena', considerando 'geena' como inferno etc; mas 'geena' no tempo de Jesus, era o 'lixão', o local em q, em Jerusalem, era incinerado o lixo da cidade. Lançado na 'geena' é tão somente dizer q esses sofreriam ainda, como em muitas outras passagens q Jesus ensinou, mas não pela ofensa realizada, e sim porq, sendo ofensor, não compreendia, ainda, a verdade; estaria loge ainda dela e sofreria por sua ignorancia q cessa aos q chegaram 'lá'. Por isso ele tb afirmou: 'Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará'. (Continuo em seguida o comentário).

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  2. (Continuando).
    E qto ao 'livre-arbitrio'? Isso significa mesmo q, por nossa vontade, podemos agir contra a vontade do Todo Poderoso? Para começar 'não somos donos nem de nossos pensamentos', como Paulo disse. E o q é o livre-arbitrio? É, num estalar de dedos resolver agir de uma maneira ou de outra? Quem faz isso? Tudo q fazemos, do homem mais virtuoso ao maior 'descumpridor' das leis de Deus, é planejado ou pensado por nós; só o dementado não age assim. O demente é como aquele q, não sabendo o q escolher, faz o jogo do 'cara e cora'. Os demais sempre antes de agir pensam a não ser nos momentos de forte emoção q não o deixa pensar e pode resultar em atos absurdos. Veja: se vc vai por uma estrada q, de repente, se bifurca, como decidir por qual continuar sua jornada se ambas levam ao mesmo destino? Pela da direita ou pela da esquerda? É evidente q vc analisará uma e outra para ver qual lhe trará menos trabalho e mais vantagem, satisfação, qual será a mais agradavel, não é? E como poderá fazer essa analise? Não é pelo conhecimento q já tem do passado? Aquela tem a ponte quebrada, está cheia de obstaculos; a outra está sombreada etc. Então nossa escolha, decisão ou vontade é sempre baseada nos nossos conhecimentos anteriores; não é num estalar de dedos. Então isso é o livre-arbitrio: usar os conhecimentos q as experiencias da vida nos deram desde o inicio até o ponto no qual estamos em nossa compreensão. Até mesmo para usar nossa vontade na escolha de uma guloseima, entre outras desconhecidas, não vamos analisar qual a mais conveniente, mais apetitosa, mais satisfatória à nossa vontade? Então, o livre-arbitrio não é isso q as crenças ocidentais nos ensinam. É agir de acordo com nossa atual compreensão das coisas. E alguem poderá ser responsabilizado por agir de conformidade com o q, até agora, está na sua compreensão? A compreensão não depende do ponto em estamos, apenas disso? E alguem tem culpa por estar mais atrazado do q o outro? Podem dizer: é q ele não cumpriu as leis de Deus como devia. E perguntamos: porq ele não cumpriu como devia e o outro, q está mais adiantado, cumpriu? Porq quis apenas ou porq está mais atrazado em sua compreensão, está ainda crescendo, evoluindo, amadurecendo?
    Não acha q devemos questionar tudo? (Continuo).

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  3. Continuando.
    Outra afirmação q deve ser questionada: "Só o homem é inteiramente livre". Será isso uma verdade? O homem está mesmo livre, 'inteiramente' livre?
    Não! É justamente o contrario. O homem está inteiramente preso; preso ao passado, às experiencias pelas quais já passou, ao aprendizado conseguido até o ponto em q está, aos seus medos, ilusões, crenças, religiões, suposições, tradições, costumes, culturas. Por isso o sábio judeu afirmou: "Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará". O homem está preso à sua ignorancia e só o conhecimento da Verdade o libertará. Por isso Jesus tb aconselhou: "Buscai em primeiro lugar o reino de Deus q o demais vos será dado como acrescimo". Q é 'o demais'? Não será a sabedoria q é o q o libertará da ignorancia e, por conseguinte, de tudo o mais; sofrimentos e dores, pois tudo isto vem de sua ignorancia? Aliás, todo o mal do mundo vem da ignorancia tanto q, se compreendermos a Verdade, q é a mesma coisa de encontrar o reino de Deus,toda ignorancia cessa.

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