Estudos

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Livro de Jó --- Desafios

Muitos entendem que o Livro de Jó é um Mito representativo da iniciação humana na abnegação dos valores ilusórios em prol dos dons magnos da alma.

Uma meditação:

A vida é cheia de desafios... O tempo é a força que arrasta consigo todas as situações que nos fazem rir, chorar, meditar, enfim viver... Mas sempre e sempre a vida nos traz desafios, alguns menores, outros muito assustadores...


Que fazer acerca do que não pode ser evitado? Que fazer? Quando algo ruim acontece é simplesmente assim: acontece e fica gravado na realidade... E nada, rigorosamente nada pode apagar para tentar reescrever o passado...


Muitas pessoas simplesmente se desesperam ou se revoltam. No desespero buscam uma magia inimaginável, como se houvesse poder no choro lancinante... Na revolta bradam por um culpado, qualquer um, para que a ira, o medo, o desencanto possam descarregar-se, seja por violência, seja por asco, seja por nada haver mais no vibrar na alma...


Mas, de que adianta se a vida é mesmo cheia de desafios? Que importa, se viver significa essencialmente arrostar, aqui e acolá, o dissabor de um desafio surpreendente e para o qual não existem alternativas?


Não existe “se”; apenas “quando”...


Enfim... Os desafios vêm e não adianta fazer nada para tentar mudar a nossa condição de desafiados... Resta-nos o enfrentamento, o combate, a luta, o vigor, a busca de forças exatamente no momento em que sentimo-nos fracos e suscetíveis... Resta-nos a certeza de que ninguém virá com uma varinha de condão... Resta-nos simplesmente viver...


A maior vingança que podemos alcançar é vencer o desafio! O maior soco que podemos dar bem no meio dos olhos desse destino insano que nos arrasta para a dor e o sofrimento é devolver-lhe, com ainda mais força, a rebentação das ondas através da única barragem inexpugnável que existe: nossa coragem!


Só mesmo podemos lutar e lutar e lutar... Se pararmos e desistirmos, teremos sucumbido à vida e seremos simples derrotados, réprobos, almas inservíveis à estima de quem nos envia a dor como manto de coroamento.


O diamante se forma pela pressão hedionda com que a montanha comprime a sujidade do carvão... O grão de areia que fere e perturba a ostra tão frágil leva-a a adornar-se na proteção de uma pérola brilhante...


E a alma humana... Só mesmo a dor dos desafios pode nos tirar do conforto em que nos demoramos sempre que a lição anterior já havíamos terminado... Um novo desafio é a certeza de que já vencemos o destino antes! É a declaração absoluta de que podemos mais! É o chamado do alto que evita nosso olhar de cansaço! É a vida vibrando em nossa alma para que sejamos daqui a algum tempo melhores do que somos hoje, e muito melhores do que fomos ontem.


Não adianta chorar... A vida é cheia de desafios...

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Tudo é ilusão --- A tese do Ego "artificial"

Há quem entenda que a mente consciente (ou seja, um Espírito encarnado em estado de vigília física ordinária) é um personagem vivido pelo "eu superior" (ou "eu verdadeiro"): o Ego.

O Ego é elevado, assim, a uma categoria muito estranha: um falso ser, uma persona (máscara) que, embotando nosso ser verdadeiro, passa a comandá-lo e faz com que nosso "eu verdadeiro" se confunda com ele e pense ser ele...  Estranho mesmo...

Há vídeos na internet que sugerem uma ideia ainda mais pitoresca. O Ego é como um narrador de jogo de futebol (nada menos que isso!); o seu "eu verdadeiro" é o telespectador --- ele ouve e vê o que o narrador diz e mostra. Como isso é assim o tempo todo desde que nascemos, terminamos achando que somos o narrador.

Essa tese mirabolante tem inúmeros defensores.

Ofereço a seguinte contradita.

Dizer que o Ego é um ser à parte, um personagem fictício engendrado que, inclusive, demanda contra a reconquista do "eu verdadeiro" é uma tese que considero, no mínimo, inverossímil... Claro que os companheiros defensores da tese do "Ego artificial" dirão que isso é o meu Ego que está dizendo...

O que de mim exala como resultante de minha bagagem e de todas as minhas circunstâncias é o que sou enquanto Ego, sim, mas é um aspecto instrínseco ao meu ser nos exatos contornos que a minha situação evolutiva permite nesse momento... Não existe um fantasma distanciado de mim... Sou eu mesmo...

Quando estiver em um nível de consciência que me permita recordar plenamente, digamos, umas cinco encarnações, não terei dúvidas em identificar diferenças entre o comportamento assumido em cada uma delas... Nem por isso terá deixado de ser o mesmo Espírito, com todas as peculiaridades, bagagem e circunstâncias a definirem padrões diversos de conduta.



quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tudo são vibrações... A Música é Arte...

A música, segundo os rudimentos clássicos da Teoria Musical, divide-se em Melodia, Harmonia e Ritmo.

O ritmo demarca na alma a sensibilidade para toda uma fenomenologia cíclica. Sons mais graves obedecendo a um regramento matemático em ciclos bem delineados, fazem a alma entrar em ressonância e daí experimentar estados que, segundo o grau evolutivo do ser, serão de maior ou menor envolvimento conforme se cuide de um ritmo mais ou menos vibrante.

A melodia é o canto que, sem palavras, insinua-se em meio ao ritmo dando-lhe o enredo de alegria, tristeza, ira, drama, senso edificante, enfim, é a personalidade da música, sua identidade.

A harmonia é a aura da música. É a atmosfera de acordes e arpejos que, ao sabor da melodia, preenche tudo o mais que não seja o ritmo e a própria melodia.

A música composta com propósitos espirituais traz ao homem precioso instrumento indutor do estado de alma extraído da experiência mística daquela manifestação artística.

Ouça Pomp and Circunstance... Impossível não se envolver pela sensação de realização espiritual...

Brandenburgo nº III é de uma Paz Operosa, dignificando o labor sob o prazer de realizar...

Alpha, de Vangelis, é uma belíssima incursão do ritmo na melodia, enriquecida por uma harmonia difusa que só o estilo "new age" permite.

O Adágio da Sonata ao Luar, por Deus! É um arpejo singelo em que uma simples melodia desnuda que o brilho intenso da mais pura luz não exige a sofisticação das fusas e semifusas...

Há miríades de citações que poderiam ser feitas...

Música é a Arte de expressar a essência de um sentimento por meio dos sons.