Estudos

domingo, 24 de abril de 2011

Homens e anjos - II - Heindel

Heindel oferece mais ensinamentos em outra obra, igualmente esclarecedora (“Maçonaria e Catolicismo”):
Na época em que metade da força sexual humana foi dividida com o propósito de construir o cérebro, os homens estavam desamparados e não sabiam como superar essas condições. Não tinham nem mesmo consciência para compreender que havia uma dificuldade e se não tivesse havido ajuda externa, a raça teria desaparecido. Portanto, os Anjos da Lua, que eram os guardiães da humanidade, agrupavam os sexos em grandes templos quando as linhas interplanetárias de força eram propícias à propagação e, assim, perpetuavam a raça. Foi proposto também que, quando o cérebro se completasse, os Senhores de Mercúrio, os Irmãos Maiores de nossa atual humanidade, que possuiam uma inteligência excepcional, deveriam ensinarnos como usar a mente e torná-la realmente criadora para que não mais ficássemos dependentes do processo de geração através da separação sexual, agora em voga. Pelo trabalho destas duas grandes Hierarquias fomos elevados da inconsciência para o primeiro estágio de inteligência criadora, do vegetal para Deus.
Aprendemos que este plano foi frustrado pelos Espíritos de Lúcifer, os atrasados da humanidade do Período Lunar, que vivem no planeta Marte. Eles precisavam de um campo físico de ação, mas não foram capazes de criar um para eles próprios; daí, por razões egoístas, ensinaram à humanidade como, com a cooperação dos sexos, um novo corpo podia ser criado a qualquer momento e, para dar um incentivo maior, instilaram na humanidade a natureza passional animal que possuímos hoje.
[...]
Quando o aspirante à vida superior era instruído nestes mistérios de simbolismo e chegava o momento de falar-lhe claramente, novos ensinamentos eram-lhe comunicados, não necessariamente nestas palavras ou desta maneira. De qualquer modo, ficava claro para ele que - "anatomicamente o homem relaciona-se com os animais, e abaixo desse reino, na escala da evolução, estão as plantas. Elas são puras e inocentes, suas práticas de propagação são destituídas de paixão, e toda sua força criadora está voltada para cima, em direção à luz, onde se manifestam como a flor, proporcionando prazer e beleza para todos que a vêem. Todavia, as plantas são incapazes de agir de outra maneira, pois não têm inteligência, consciência do mundo externo, nem livre arbítrio para a ação. Portanto, só podem criar no mundo físico".
"Acima do homem, na escala de evolução, estão os deuses, criadores nos planos espiritual e físico. Eles também são tão puros como as plantas, pois toda sua força criadora está voltada para cima e ela é usada de acordo com a sua inteligência; sendo assim, conhecendo o bem e o mal, eles sempre escolhem fazer o bem".
"Entre os deuses e o reino vegetal fica o homem, um ser dotado de inteligência, poder criador e de livre arbítrio para usá-lo para o bem ou para o mal. No momento, ele está dominado pela paixão instilada pelos espíritos de Lúcifer e envia metade de sua força criadora para baixo, para gratificar seus sentidos. No mais íntimo de sua alma ele percebe que isto está errado, e esconde esse instinto com vergonha, sentindo-se aborrecido quando isto é trazido à luz. Esta condição deve ser alterada para que possa haver o progresso espiritual e é necessário levar-se em consideração a semelhança entre a planta casta e os puros deuses espirituais, sendo que ambos voltam toda sua força criadora para cima, em direção à luz. No decorrer da evolução, o homem elevou-se acima da planta que possui poder criador somente no mundo físico, e tornou-se igual aos deuses, possuindo poder criador nos planos mental e físico da existência, além da inteligência e do livre arbítrio para dirigi-lo. Isto foi conseguido pelo desvio de metade de sua força sexual para cima para construir um cérebro e uma laringe, órgãos que ainda são alimentados e nutridos por esta elevação da metade da força sexual. Porém, enquanto os deuses dirigem toda sua força criadora para propósitos altruístas pelo poder da mente, o homem ainda desperdiça metade de sua herança divina no desejo e na gratificação dos sentidos. Portanto, se quisermos ser iguais a eles, precisamos aprender a dirigir toda nossa energia criadora para cima. para ser usada inteiramente sob a direção de nossa inteligência. Só assim poderemos ser iguais aos deuses e criar de nós mesmos pelo poder de nossa mente e pela Grande Palavra, pela qual poderemos enunciar o Fiat criador. Lembremos que, fisicamente, já fomos um dia hermafroditas como a planta, e capazes de criar por nós mesmos. Olhando para o futuro através da perspectiva do passado, percebemos que a atual condição unisexual é somente uma fase temporária de evolução e que, no futuro, toda nossa força criadora deverá ser dirigida para cima afim de sermos espiritualmente hermafroditas e capazes de objetivar nossas idéias e pronunciar a palavra vivente que nos dotará de vida e nos fará vibrantes com energia vital. Esta dual força criadora, assim expressa pelo cérebro e pela laringe, é o "elixir vitae" que surge da pedra viva do filósofo espiritualmente hermafrodita. O processo alquimista de despertá-lo e elevá-lo é realizado na medula espinhal onde o sal, o enxofre, o mercúrio e o Azoth são encontrados. Ele é elevado à incandescência pelo pensamento sublime e nobre, pela meditação sobre assuntos espirituais, e pelo altruísmo expresso na vida diária. A segunda metade da energia criadora assim atraída para cima através do canal espinhal, é um espírito-fogo espinhal, a serpente da sabedoria. É conduzido cada vez mais para o alto e, ao alcançar o corpo pituitário e a glândula pineal no cérebro, faz com que elas vibrem abrindo os mundos espirituais e capacitando o homem a se comunicar com os deuses. Então, este fogo se irradia em todas as direções, permeia todo o corpo assim como sua atmosfera áurica, e o homem se torna uma pedra viva, cujo brilho supera o do brilhante ou o do rubi. ELE é então "A Pedra Filosofal".

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