domingo, 27 de dezembro de 2009

Responsabilidade sexual...

A energia que se movimenta pelos chacras básico e genésico é das mais próximas dos fenômenos sensoriais que sensibiliza com ardor a matéria. Cada fluxo de energia corresponde, grosso modo, a um fluxo hormonal intenso no físico. Conforme dirigimos nosso foco de atenção para ideais superiores e nos permitimos absorver por esses ideais, naturalmente as energias sobem nas vias e alimentam atividades assim demandadas em realizações outras.

Que ninguém se sinta diminuído com isso!

O ser humano ainda muito mal se habilita diante da Vida com as atividades de união íntima e respectivos pensamentos, ocorram ou não os fatos...

Somos mais responsáveis porque o conhecimento nos traz maior discernimento... Todavia, sermos mais responsáveis não faz de nós pessoas necessariamente melhores... Apenas deixa claro que devemos acrescer a parcela correspondente de esforço pessoal na condução de tudo o que a Vida nos ensina sob os ditamos das Leis Morais atemporais que dos Planos Superiores nos vieram em doação já há um bom tempo.

O pensamento conduz o nosso destino... Segundo o que pensamos, é a nossa Vida.
Mas, na união dos sexos, a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor. Quis Deus que os seres se unissem não só pelos laços da carne, mas também pelos da alma, a fim de que a afeição mútua dos esposos se lhes transmitisse aos filhos e que fossem dois, e não um somente, a amá-los, a cuidar deles e a fazê-los progredir. Nas condições ordinárias do casamento, a lei de amor é tida em consideração? De modo nenhum. Não se leva em conta a afeição de dois seres que, por sentimentos recíprocos, se atraem um para o outro, visto que, as mais das vezes, essa afeição é rompida.
(O Evangelho Segundo o Espiritismo)

O Amor...

O Amor é a essência do todo universal.

É o Amor que faz as gemações frutificarem mesmo na pedra, denunciando a natureza indômita com que a Vida se anuncia desde a rigidez mineral.

É o Amor que faz a luz curvar-se em reverência aos grandes astros que ele próprio sustenta no seio de sua infinita expansão.

É o Amor que embala a resignada lagarta, prisioneira de sua fealdade, ao aprimoramento das formas ante a magia que oculta em um casulo as asas prestes a adornar o ar ao bailado dos perfumes que a primavera doa.

É o Amor que transforma um momento de dor e sofrimento no aprendizado que edifica a Alma e resguarda o Espírito da liberdade, que nos teima em seduzir na ilusão do mero desejo.

É o Amor que nos bate forte à face, marcando-nos a frívola inocência com o rubor da corrupção desnudada, sempre que forjamos a mentira no orgulho com que esgrimimos nossas verdades.

É o Amor que nos lança ao solo com as mãos amarradas, evitando que marchemos à cegueira que nos conduz ao penhasco de nossas convicções embriagadas de personalismo.

É o Amor que nos traz a dor que mais fundo cala... aquela dor que nos faz atônitos ao percebermos que somos nós mesmos a causa vil de toda dor...

É o Amor!

Quem espera que o Amor seja uma textura de prazer na pétala suave de uma flor envolvendo-nos o egoísmo, chorará muito ainda... Chorará o pranto dos dentes que rangem no desespero daqueles que asfixiamos ao fumo de nossa chama de vaidade e ilusão.


Fonte:
http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=56931

sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

Perdoar --- Punir

Devemos perdoar mas aplicar as consequências que a lei humana preveja para o caso, tanto quanto ocorrerá por via da causalidade cármica. Devemos aplicar a lei humana, com todos os seus eventuais defeitos, porque não aplicar o Direito equivaleria ao abandono de um dos aspectos em que se sustenta nossa sociedade, imperfeita sem dúvida, mas que necessita do ordenamento jurídico.


É por isso não podemos tomar a justiça em nossas mãos. Quem julga não é a vítima ou seus parentes. Quem julga é um homem (com todos os defeitos da condição humana) que não tem relação emocional com o caso (sob pena de nulidade do processo). Assim, perdoar e punir são fenômenos que devem ocorrer concomitantemente. A vítima perdoa; o Estado julga.


No que tange ao "dai a Cesar o que é de Cesar", apesar de todas as ilações elevadas que se possa daí retirar, na verdade corresponde a uma armadilha que o Sinédrio havia criado para prejudicar Jesus em suas pregações. Foi perguntado ao Mestre, em praça pública, acerca dos pesados tributos que os judeus tinham que pagar a Roma. Uma resposta menos inteligente levaria o Mestre à arapuca assim armada, abreviando o enfrentamento diante da autoridade civil constituída - a tirania romana.


O perdão é um fenômeno interno, da alma. A consequência do ato danoso é uma consequência objetiva do mundo --- no caso do mundo humano, a punição que a lei estipule; no caso do Mundo, a causalidade cármica.


Perdão não implica em imunidade penal nem em isenção cármica. O perdão existe para a vítima e para o algoz, na relação entre eles e não em face da Vida, da evolução.


A Lei do Talião, segundo o Livro dos Espíritos, é a Lei de Deus, que só Deus pode aplicar. Ou seja, ela existe.


764. Jesus disse: “Quem matar pela espada perecerá pela espada”. Essas palavras não representam a consagração da pena de talião? E a morte imposta ao assassino não é a aplicação dessa pena?
– Tornai tento! Estais equivocados quanto a estas palavras, como sobre muitas outras. A pena de talião é a justiça de Deus; é ele quem a aplica. Todos vós sofreis a cada instante essa pena, porque saís punidos naquilo em que pecais, nesta vida ou noutra. Aquele que fez sofrer o seu semelhante estará numa situação em que sofrerá o mesmo. É este o sentido das palavras de Jesus. Pois não vos disse também: “Perdoai aos vossos inimigos”? E não vos ensinou a pedir a Deus que perdoe as vossas ofensas da maneira que perdoastes, ou seja, na mesma proporção em que houverdes perdoado. Compreendei bem isso.

(Livro dos Espíritos)

Espíritas, Evangélicos, Católicos

A água só aparece quando o poço está pronto.

Há uma versão mais clara:
Quando o discípulo está pronto o Mestre aparece.

A consciência espiritual jamais, em toda a história humana, foi massificada...Claro que a idéia de Boa Nova é exatamente mudar isso, tendo ocorrido inclusive a parafernália de fenômenos em várias partes do mundo para chamar a atenção das pessoas --- Daniel Dunglas Home, mesas girantes, irmãs Fox etc.
No entanto, o progresso dos homens em geral, no que pertine à aquisição de consciência espiritual, apenas em quimera ocorreria por conta da Codificação ou de quaisquer outras correntes espiritualistas que se tenham voltado a um público maior... É um fenômeno de aquisição individual e essencialmente progressiva...

Ao contrário de muitos (como vejo na internet em geral) que apontam o "fracasso" do Espiritismo ou de outras escolas espiritualistas, eu diria que a semente foi plantada no exato planejamento superior para o que viria. Não foi à toa que a Codificação ocorreu em meados do século XIX e durante o século XX milhões de espíritos vieram para suas experiências de conformação como joio ou como trigo...

Que bom que existam miríades de igrejas evangélicas!!! Que bom que tenha se desenvolvido, por exemplo, a renovação carismática e tantas pastorais na igreja católica!!! Juntas, ajudam miríades de presidiários, toxicômanos e delinquentes de todos os níveis, recuperando muito mais do que o movimento espírita jamais pôde fazer... 
De nossa parte, somos engrenagens igualmente importantes na condução da Obra naquilo que nos cabe cumprir.

Não se trata de maior ou menor evolução para uns ou para outros: 
trata-se de dar-se o cuidado e atenção adequados a cada um conforme as características de sua fé.
Deus É e Está em TODA a Obra. Ninguém será deixado sem a chance generosa de redenção, nos seus limites.

Ou Deus é concebido como o Inteligência Suprema que a tudo conduz na Harmonia Perfeita, ou a própria noção de Divindade deve ser revista...
Assim como outros deste Fórum, tenho grandes amigos tanto evangélicos como católicos. Desempenham trabalhos diamantinos para os semelhantes. Outros tantos existem que não merecem sequer menção --- mas isso ocorre também no meio espírita.

Meditemos...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Kardec era racista?

Cada Espírito é um foco de inteligência em torno do qual agregam-se os elementos de sua individualidade.

Corpos, seja o físico, o etérico, o psicossomático, o mental, ou quaisquer outros de que se cogite, são veículos, estruturas, meios, que podem ou não ter tais ou quais características conforme o histórico evolutivo de cada ser...

O ser não caminha por si só, à ilharga de todo o imenso enredamento de experiências que mantém com seus semelhantes. Faz parte, pois, de um ente coletivo ao qual se afina, com o qual mantém relações cármicas. Regra geral, os membros de um ente coletivo TENDEM a ter algumas características comuns.

Toda regra comporta exceções. Há missionários que encarnam aqui e acolá sem nenhuma vinculação pretérita, mas sim por aceitação e doação. Mas, no geral, ocorre uma sintonia de vibrações e de correlações cármicas.

Seria necessário estar no púlpito de um comício eleitoreiro para imaginar-se que alguém diria algo diferente de que a sociedade, digamos, asteca (só para não mencionar os europeus e manter a imparcialidade total), tinha um nível evolutivo maior do que os aglomerados tribais de pontos ainda hoje precários do planeta (não, não vou citar especificamente porque nem todos na internet têm suficiente imparcialidade...).

Os astecas tinham sistema de esgoto... Água encanada (túbulos simples mas funcionais) e uma higiene que superava até mesmo a dos "consquistadores" que lá aportaram... Por outro lado, segundo sei, faziam sacrifícios humanos...

Então, fica ao gosto de quem prefira adotar uma outra linha argumentativa e afastar-se da realidade objetiva de que tinham aspectos mais evoluídos, ou adotar outra e apontar-lhes a bestial prática de sacrificar semelhantes...

No geral, os astecas eram já naquele tempo um povo mais evoluído que alguns grupos humanos de hoje...

Eu, dizendo isso, passo no máximo por bobo, desinformado ou pretensioso... Mas Kardec, dizendo mais ou menos a mesma coisa, passa até hoje por racista, anticristão, demoníaco, desvirtuador etc etc etc...

Houve anos atrás uma pesquisa que publicou o resultado do QI médio da população de vários países (INFELIZMENTE não tenho mais esse artigo). Apesar de se apontar que era uma mera referência estatística, houve muita gente ofendida nos mais variados segmentos.

Imaginem se isso tivesse sido dito por alguém como Kardec...

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Ovóides - Perispírito

Existe uma grande plasticidade nos fluidos em geral. Com o perispírito, isso está de todo sedimentado tanto no ensino doutrinário como nas informações posteriores.

Assim, ter o corpo físico como réplica do perispírito, até onde percebo, significa que há uma correspondência entre um e outro. Mas o corpo denso (que também muda com o tempo e até mesmo com o temperamento da pessoa) é muito mais estático, não contando com a mobilidade dos fluidos em geral. Como o perispírito é fluídico, tenha o corpo físico a idade que tiver, o veículo espiritual continuará podendo sofrer modificações morfológicas.

Até porque um Espírito na erraticidade que tenha deformações decorrentes de sua mente perturbada tem, comumente (ao menos é o que se lê), na reencarnação o ensejo restaurador. Ora, a deformação não muda o que o Espírito é.

O comando de conformação do perispírito advém da mente (tanto que se deforma consoante a perturbação experimentada), mas a mente em si não se altera junto (ao menos não nesse sentido, estruturalmente).

Então, o ser, ao se encaminhar para o processo de reencarnação terá os comandos tão naturais quanto automáticos deflagrados para conformar o perispírito adequadamente ao vaso orgânico. Continuará sendo o perispírito que vai amoldar o corpo físico, sim, mas obedecendo ao comando do corpo mental, que o amolda consoante o que o ser conquistou em seu histórico de progresso anterior integralmente, e não apenas a partir de uma deformação oriunda de perturbação na experiência mais recente.

Seja ou não assim o processo, é o que se extrai de inúmeros livros que tratam do assunto. Não sei se a tese merece acolhida integral ou em parte. Não se trata da defesa de uma ideologia em detrimento de outra, ao menos eu acho que não.

O fenômeno do ovóides funda-se na tese do monoideísmo auto-hiponotizante, consoante a expressão cunhada por André Luiz. É apenas isso. O ser dirige o seu fluxo mental (o padrão de sua mente, seus pensamentos) para uma realidade cada vez mais egoística. Isso cria uma componente centrípeta, desvirtuando a expansão que o progresso e a evolução pressupõem.

O perispírito colapsa ante comandos repetitivos de uma mente perturbada que, na essência, mantém o seu aparelhamento dos evos anteriores de bagagem.

Toda essa fenomenologia não consta da Codificação, mas parte dos ensinos básicos dela. Não fazer parte não significa necessariamente ser contraditório. Fica por conta dos foros de verdade aceitar ou não a explicação que vários Espíritos dão acerca desse tipo de ocorrência, até mesmo no que pertine à sua existência ou não.

Escravidão - Prova ou Expiação?

Temas como o presente (escravidão ser uma prova ou uma expiação) desperta o que de melhor podemos fazer: meditar acerca do sentido mais íntimo do ensinamento dos Espíritos.

Não acho que TUDO esteja escrito em mármore após a encarnação. Há, sim, a aceitação de um plano encarnatório, ou programação existencial, antes do retorno ao plano denso; mas isso não ocorre senão à conta da consolidação do carma individual em conjunção com o carma coletivo em que o ser está inserido. Portanto, considerando que há um desnivelamento enorme no progresso dos seres que habitam este orbe, não imagino que seja possível senão por força de um plano genérico, adaptável, flexível e até mesmo auto-ajustável, promover o cumprimento dos incrementos evolutivos de uma massa vinculada por características necessariamente restritas (porquanto genéricas) --- sob pena de abstraírmos a individulidade de cada Espírito.

Diante disso, o livre-arbítrio de cada consciência, intra ou extrafísica, não é absoluto mas pode eficazmente afastar o ser deste ou daquele destino genericamente traçado, para o seu bem ou para o seu mal. No caso dos intrafísicos, o Ego conduz a si mesmo, eu diria, como as esferas dentro de uma caixa --- conduz-se livremente dentro de certos limites que impediriam uma dissonância com o padrão fixado.

No caso da escravidão, seria um plano genérico e igualmente flexível, permitindo a cada ser, individualmente considerado, submeter-se ao fluxo da destinação pura e simplesmente ou então romper com a força da correnteza e nadar, lutar, revolucionar, enfim, de acordo com suas possibilidades fazer de si o que acha deva ser feito.

Imagino que cada ser fará uma coisa ou outra consoante seu histórico de conquistas anteriores, sua aptidão, sua têmpera, enfim, de modo que poderá ser para uns uma expiação e para outros apenas uma prova. Alguém duvidaria que a liderança ou o exemplo (às vezes o martírio) de uns seja, muito provavelmente, uma prova que, dentro de certos aspectos, vem até mesmo a se tornar uma missão?

Ademais, o livre-arbítrio, até onde posso compreender, não se restringe ao que pensamos e assumimos antes da encarnação. É também de nossa liberdade optar, mesmo após a nebulosa obliteração da memória.

De minha parte concluo que a escarvidão, assim como todos os fenômenos sociais que submetem coletividades inteiras, serão uma programação cuja natureza em si somente pode ser avaliada de acordo com a integralidade de cada ser que dela participa. O "software" que coordena tudo isso, inclusive com a flexibilidade e auto-adaptabilidade necessária, é inimaginável... Não é à toda que essa inteligência universal necessária é um dos conceitos limitadíssimos que o homem tem de Deus.

Espíritos - Atuação

É de O Livro dos Espíritos:


569. Em que consistem as missões de que podem ser encarregados os Espíritos
errantes?
São tão variadas que seria impossível descrevê-las; existem, aliás, as que não
poderíeis compreender. Os Espíritos executam a vontade de Deus e não podeis penetrar
todos os seus desígnios.
As missões dos Espíritos têm sempre o bem por objeto. Seja como Espíritos seja como homens, são encarregados de ajudar o progresso da humanidade, dos povos ou dos indivíduos num círculo de idéias mais ou menos amplo, mais ou menos especial, de preparar as vias para alguns acontecimentos, de velar pela realização de certas coisas. Alguns têm missões mais restritas e de certa maneira pessoais ou inteiramente locais, como de assistir os doentes, os agonizantes, os aflitos, de velar pelos que estão sob a sua proteção de guias, de dirigi-los pelos seus conselhos ou pelos bons pensamentos que
lhes sugerem. Pode-se dizer que há tantos gêneros de missões quantas as espécies de
interesses a resguardar,
seja no mundo físico ou no mundo moral. O Espírito se
adianta segundo a maneira por que desempenha a sua tarefa.

Os Espíritos falam da atuação dos que se empenham, na erraticidade, em missões tanto atinentes ao terra-a-terra como no mundo moral. No que pertine ao tema em si do presente tópico (qual seja: a vida social dos Espíritos), parece-me acertado dizer que as tarefas são amplas aos que estão absortos na Obra, seja qual for a estatura de sua realização atual.


Por extensão, os que não estão empenhados nos cometimentos do Alto, permanecem no terra-a-terra junto aos encarnados, com maior ou menor temeridade, como bem mostra Kardec em outras passagens de O Livro dos Espíritos.


Há, enfim, uma vida social intensa. Não há como vislumbrar-se os trabalhos dos Espíritos que realizam trabalhos em nome do Pai sem que haja intensa interação e coordenação, o que implica em ordem, disciplina, hierarquização, ou seja, trabalho em equipe --- um fenômeno social.
Por isso tenho para mim --- apenas como opinião pessoal --- que as organizações terrenas mais bem desempenhadas devem mesmo ser um reflexo no plano físico do que ocorre na erraticidade dos obreiros da Luz.

Palavras são águas profundas...

As palavras são águas profundas. Isso não quer dizer que o fenômeno começa no plano físico. Na verdade começa no pensamento de quem vai pronunciar as palavras que, ouvidas, transmutam-se em sinais que são compreendidos como idéias e que despertam - em quem ouve - os correspondentes pensamentos.

Daí a responsabilidade de quem fala... Ou, melhor dizendo, de quem pensa (ou não pensa adequadamente) antes de falar...

Essas idéias que as palavras despertam no ser continuam sua senda e despertam pensamentos que, por sua vez, irradiam-se no mundo etérico imprimindo na aura do ser as formas correspondentes, tanto mais intensas quanto mais concentrado for o pensamento gerador.

As idéias transmitidas por outrem, no mais das vezes, chegam-nos através das palavras ditas, que se originam do pensamento de quem assim se comunica.

Mas não é só.

Quem pronuncia boas palavras (no sentido de bons pensamentos), irradia boas idéias que advêm necessariamente de um pensamento bom, saudável, pelo que o primeiro a se beneficiar é exatamente quem fala...

Por isso boas palavras, despertando bons pensamentos, contribuem em muito para que a atmosfera psíquica do ser permaneça saudável e o ajude a veicular as energias necessárias para que os fins de sua existência sejam atingidos...

Procurando boas palavras estaremos, também assim, procurando primeiro o reino de Deus.

É o mesmo princípio da prece.

Se não for feita com o coração, pode ser linda e bem entoada... De nada adiantará... Mas a oração feita com pensamento que nasce das emoções magnas de quem busca sinceramente a elevação, essa sim, frutifica e jamais deixa de ser ouvida.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Homens e Animais

O que bate com foros de verdade em meu interior, mais do que tudo (além de tudo o que o estudo efetivamente permite interpretar e concluir) é que eu rejeito a idéia de um Deus que crie (seja como e por que motivo inatingível for) seres privilegiados em detrimento de outros suficientemente desenvolvidos para reações emocionais e atitudes como adoção e sacrifício (ao comando de um espírito-grupo)...

Cães choram, defendem seus "donos", ficam tristes quando admoestados e até se lançam em sacrifício (lembram-se da cachorrinha pequenina que enfrentou bravamente um enorme pitbull na defesa de um garoto?). Sim, há espíritos-grupos (ou espíritos-deuses) que gerenciam entes coletivos de animais; mas, ora, isso ainda mais reforça-me a convicção de que Deus não lançaria Espíritos com tal capacidade na gestão de seres destinados a um limite inexpugnável no progresso, ao contrário de tudo o mais...

Não foi por determinação de um Espírito-grupo que um cão, com a perda do "dono", deixou de comer até definhar e morrer... Ou terá sido? Não creio. Se foi, com que finalidade?

Ainda por outra, por que há doenças entre metazoários como aquelas típicas decorrentes de desequilíbrios da estrutura do perispírito? Cães e gatos (dentre outros) têm câncer e uma série de outras doenças... O instinto, como modo primevo de inteligência, não pode levar a um prenúncio de condicionamento contrário ao livre sabor dos arrebatamentos epinefrínicos?

Não sei...

Mas creio que o homem só tem de especial o fato de ter atingido a condição humana... E assim mesmo, cabe dizer-se "especial" apenas por restar uma mera comparação com os demais metazoários do mesmo orbe...

A Codificação de Kardec é Absoluta?

Permitam-me fazer uma analogia com o Direito.

Há vários ramos do Direito enquanto ciência, consoante variados critérios. Há direito público, direito privado, direito civil, direito penal, etc etc etc... Pouco importa o país... É assim no Brasil, em Portugal e em qualquer outra nação, até mesmo naqueles que elegem o Corão como norma penal.

Pois bem.

Muitos grandes juristas enfeixam conceitos e dão-lhes significado consoante sua área de estudo e atuação... Já vi até mesmo (de um grande civilista já há muito falecido - Washington de Barros Monteiro) a assertiva de que os processualistas mostram-se ávidos por se "apossar" de conceitos tradicionalmente "pertencentes" ao Direito Civil...

Mas há também um grande jurista brasileiro, chamado Paulo de Barros Carvalho (área tributária), que em seu "curso" assevera algo que deveria ser lembrado por todas as ciências: não existem conceitos que pertençam exclusivamente a uma ciência ou a um ramo de estudo. Na definição dos fenômenos em si utilizam-se conceitos de outros ramos do conhecimento. Para se saber o que é o tributo incidente sobre a transmissão de imóveis, que é um fenômeno tributário, é imprescindível saber-se o que é "bem imóvel", conceito essencialmente de Direito Civil.

Voltando ao Espiritismo.

Kardec --- ao menos imagino que seja assim --- representa o que seria a Constituição Federal, a lei maior, com as diretrizes básicas que delineiam o Estado Democrático de Direito.

Mas há as Leis Complementares, as Leis Federais, as Leis Estaduais etc etc etc...

Algumas vezes, uma ou outra Lei Federal é declarada inconstitucional após a análise dos juristas acerca da inadequação aos ditames constitucionais. Mas isso é feito por uma parcela soberana do Estado, que é o Poder Judiciário.

Não temos Poder Judiciário a que se possa submeter as questões pertinentes a esse ou aquele postulado em comparação com a Codificação feita por Kardec.

Por isso contamos com nossa livre consciência e estudo.

O que for evidentemente "inconstitucional" será certamente afastado senão por todos, pela maioria absoluta; todavia, o que estiver sob exame e que não pareça contraditório à Codificação, 
não só pode como deve ser continuamente objeto de estudo e aprofundamento.

Como não temos Poder Judiciário Espírita para o resguardo da "Constituição de Kardec", não temos órgão algum legitimado à exclusão de qualquer análise que não seja rejeitada pelo senso comum da maioria.

Simplesmente, devemos estudar e livremente meditar, buscando na Codificação os contornos fundamentais do estudo.

O que me parece estranho à Doutrina, se não o for para muitos, certamente não poderá ser catalogado como inservível.

Estudemos livremente com a consciência de que temos 100% de responsabilidade por tudo o que fazemos e pelo que deixamos de fazer. Mas façamos.
Só não tem dúvidas quem não estuda...

Natal - Caridade Imediata

A noção de que somos sempre totalmente responsáveis por tudo o que fazemos ou deixamos de fazer é ainda nebulosa e cheia de sofismas para a maioria das pessoas...

Uma das frases mais comuns que ouvimos quando comentamos as mazelas do mundo é "você não pode consertar o mundo..."

Então, alguém nos vem e relembra aquela parábola do pequeno beija-flor ante o incêndio da floresta. Ele estava fazendo sua parte mesmo que não fosse praticamente nada diante do imenso fogo a combater...

A ajuda espiritual é preciosa, mas para quem tem fome o auxílio tem que atender aos imperativos da imediata oferta de alimentos...

O que posso dizer é que, não apenas no Natal mas sempre e sempre, devemos separar uma parcela, por menor e aparentemente ínfima que seja, destinando-a aos que têm necessidades inadiáveis...

De minha parte, como pequeno e imperfeito beija-flor, procuro dar um pouco a quem nada tem... Vejo, para minha grata surpresa, que não são tão poucos os que assim fazem, em silêncio, sem alarde e com a dignidade de uma doação sorridente...

Mas ainda não somos a maioria...

Neste Natal, que o Divino Aniversariante possa sorrir ao ver os que enfrentam a dor de seus próprios infortúnios recebendo a atenciosa generosidade dos que, podendo, dividem ao menos um pouco para o lenitivo mais inadiável.

Doemos nossa parte!

Feliz Natal a todos...

Pense Positivo!

O som das palavras vibra como som na faixa audível para o homem comum. Estimula o seu tímpano e anota impulsos que o sistema nervoso aprende a identificar como idéias.

Porém, mais do que isso, 
essas idéias que as palavras despertam no ser continuam sua senda e despertam pensamentos que, por sua vez, irradiam-se no mundo etérico imprimindo na aura do ser as formas correspondentes, tanto mais intensas quanto mais concentrado for o pensamento gerador.

Um pensamento aceito e reiterado é uma entidade astral que ganha força e perdura, vibrando e gravitando o ser pensante numa atração recíproca que estabelece uma realimentação fechando um círculo fenomênico.

Por isso boas palavras, despertando bons pensamentos, contribuem em muito para que a atmosfera psíquica do ser permaneça saudável e o ajude a veicular as energias necessárias para que os fins de sua existência sejam atingidos...


Jamais se permita criar o hábito suicida de dizer coisas do tipo "para mim tudo dá errado", "tinha que ser comigo", "minha vida é uma porcaria" etc etc etc...

Pelo contrário!

Crie um hábito simples e acessível a todos: toda manhã, diante de si no espelho do banheiro, diga alto e em bom som para si mesmo - "
Tudo vai dar certo hoje!".

Repita algumas vezes...

Não tenha medo de parecer infantil ou bobo... Faça...

É uma programação mental simples que com o tempo você fará com mais e mais sinceridade... Aproveite o ensejo e peça que o seu anjo guardião esteja com você...

O hábito faz o monge...

domingo, 6 de dezembro de 2009

ENCARNAÇÃO (KARDEC)


O ensinamento dos Espíritos aponta a encarnação como uma necessidade de progressão. Para a progressão do Universo em si é necessário que haja a ação de seres corpóreos – é o que afirmam os Espíritos. Assim, ao mesmo tempo em que o Espírito progride com as experiências no plano físico, impulsiona de sua parte a evolução do Universo.

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro. fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
(O Livro dos Espíritos) (Grifei)

Na tradução de J. Herculano Pires:

132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?
– Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea: nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra
da criação. E para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a sua matéria essencial, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progride.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem d’Ele. É assim que, por uma lei admirável da sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
(O Livro dos Espíritos – grifos originais)


A encarnação do Espírito se dá pela união do perispírito ao corpo que se forma após a junção dos gametas. Efetivamente a carga genética do zigoto não é mais a de nenhum dos gametas originais, pelo que é a primeira célula do novo ser. No zigoto vincula-se desde o início, fluidicamente, o reencarnante através de seu perispírito.

Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.
Dado que, um instante após a morte, completa é a integração do Espírito; que suas faculdades adquirem até maior poder de penetração, ao passo que o princípio de vida se acha extinto no corpo, provado evidentemente fica que são distintos o princípio vital e o princípio espiritual.
(A Gênese – págs. 214/215 - grifei)

A união do Espírito ao corpo físico, através do perispírito, faz com que progressivamente se reduza sua lucidez e consciência. Cada fase posterior do desenvolvimento do corpo importa em um aumento da perda da consciência, de tal forma que, no momento do (re)nascimento, jaz obscurecido totalmente, somente a partir daí reiniciando-se, em conformidade com o desenvolvimento dos órgãos físicos, a recuperação de sua consciência.

[...] Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.
(A Gênese – pág. 215 - grifei)


Paralelamente às considerações já alinhavadas quando da análise da evolução do princípio inteligente e a sua chegada à condição humana, é preciso destacar, por outro lado, que a encarnação não é uma condição punitiva do Espírito.

O ser progride, adquire condicionamentos em um complexo regime de impulsos necessários à sua conservação. Desenvolve, assim, todo um cabedal de instintos que afinam ao máximo as potencialidades do ser. Na linha de progresso, a individualidade e a consciência de si mesmo fazem com que o ser passe a livremente cogitar. Tudo isso já foi abordado no exame dos tópicos “Bem e Mal” e “Livre Arbítrio”.

Cabe apenas destacar, aqui, que a encarnação é o palco natural e necessário para todo esse desenvolvimento. O conceito de que a entrada no plano físico decorre exclusivamente de uma expiação, como defendem os seguidores de Roustaing, não encontra eco no Ensino dos Espíritos.

CORPÚSCULOS MENTAIS - INDUÇÃO - FORMAS-PENSAMENTO


A atuação do pensamento acha-se bem destacada no seguinte trecho:

Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria, – a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 39 – grifei)

O fluido que circunda cada ser humano, por ser o meio etérico em que se agitam as vibrações decorrentes de seu pensamento, terminam compondo um halo que o envolve na exata medida das propriedades desse pensamento – freqüência, cor e demais parâmetros ondulatórios.

Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 40 – grifei)

A faixa de freqüência em que vibram os pensamentos das pessoas em geral terminam fixando um padrão em que o fluido assim modelado imprime formas naquilo que é chamado vulgarmente matéria mental, como apontado no texto de André Luiz.

O mesmo Espírito, no entanto, refere-se ao padrão de pensamentos de uma pessoa como uma onda mental própria. É a aplicação da dualidade matéria-onda estudada pela física quântica na conhecida proposição de De Bloglie, como expressamente anotado na mesma obra:

Foi o estudioso físico francês, Luis De Broglie, que compareceu no cenário das contradições, enunciando o seguinte princípio:
– “Compreendendo-se que as ondas da luz, em certas circunstâncias, procedem à feição de corpúsculos, por que motivo os corpúsculos de matéria, em determinadas condições, não se comportarão à maneira de ondas?
E acrescentava que cada partícula de matéria está acompanhada pela onda que a conduz.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 35 – grifei)


Conjugando, agora, o que já foi exposto acerca da noção de campo (uma forma de interpretar o meio etérico em agitação), é possível compreender que os corpúsculos mentais, com as respectivas ondas associadas, imprimem uma agitação no meio fluídico capaz de transmitir energia e ser captado por outra mente com características semelhantes.

Ou seja, o pensamento pode ser induzido.

Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contacto visível, no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 41 – grifei)


O fenômeno de indução relaciona-se com a noção de harmônicos e ressonância. Uma onda caracteriza-se por um tom fundamental, que a notabiliza no contexto das vibrações. Mas em seu âmago ressoam também ondas menores de mais baixa amplitude e comprimento. Cada onda menor é um harmônico que se acha embutido na onda fundamental, que é a sua tônica. No caso dos sons, é a maneira como se distribuem os harmônicos que mais caracterizam o timbre de uma mesma nota musical soada por instrumentos diferentes.

Quando a onda atinge uma estrutura semelhante àquela que a veiculou no meio etérico, por indução faz com que essa outra estrutura passe a vibrar em consonância com suas características. Ambas as estruturas encontrarão maior eficiência na transmissão da energia conforme mais se aproximem de uma freqüência denominada freqüência de ressonância. Conforme variam as estruturas que emitem ondas, varia também a freqüência em que o fenômeno da ressonância ocorre.

No caso de duas mentes, o pensamento de uma irá induzir um pensamento semelhante em outra com maior ou menor eficiência conforme estejam elas naturalmente mais ajustadas ou não para a freqüência de ressonância entre si. Por isso há indivíduos que se entendem antes do final da frase. Chega mesmo a haver o fenômeno da telepatia. Infelizmente, é pelos mesmos fundamentos que ocorrem também induções prejudiciais e até processos obsessivos.


A indução do pensamento, bem como a ressonância de mentes sintonizadas, leva, também, a outro campo de fenômenos muito importantes no estudo comparado do Espiritismo: as formas-pensamento. Como já vimos, trata-se da capacidade de modelagem dos fluidos, já bem descrita nos textos de Kardec.

Merece ser acrescido, agora mais pertinentemente à ressonância, que o pensamento modela fluidos, induz pensamentos de semelhante natureza e, por ressonância, reafirma-se no contexto de outras mentes inclusive na modelagem de fluidos. Assim, o pensamento modela fluidos em consonância com outros pensamentos, que passam a colaborar na modelagem conjunta desses fluidos. Várias mentes passam a compor formas-pensamento conjuntamente, mesmo que não tenham a intenção ou mesmo consciência disso.

Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.
É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamentos, construções substanciais na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. Isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 42 – grifei)

A fenomenologia de modelagem fluídica e construção conjunta de formas-pensamento constituem aspectos comuns na interação entre os seres, estejam na erraticidade, estejam encarnados.

A partícula de pensamento, pois, como corpúsculo fluídico, tanto quanto o átomo, é uma unidade na essência, a subdividir-se, porém, em diversos tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento e trajetórias dos componentes que a integram.
E assim como o átomo é uma força viva e poderosa na própria contextura, passiva, entretanto, diante da inteligência que a mobiliza para o bem ou para o mal, a partícula de pensamento, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do Espírito que a produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem ou para o mal, convertendo-se, por acumulação, em fluído gravitante ou libertador, ácido ou balsâmico, doce ou amargo, alimentício ou esgotante, vivificador ou mortífero, segundo a força do sentimento que o tipifica e configura, nomeável, à falta de terminologia equivalente, como “raio da emoção” ou “raio do desejo”, força essa que lhe opera a diferenciação de massa e trajeto, impacto e estrutura.
(Evolução em Dois Mundos - André Luiz  – Pág. 92 – grifei)

domingo, 29 de novembro de 2009

FLUIDOS e ONDAS


Primeiro tema abordado neste estudo, as ondas são assim delineadas:

Em seguida a esforços persistentes de muitos Espíritos sábios, encarnados no mundo e patrocinando a evolução, a inteligência do século XX compreende que a Terra é um magneto de gigantescas proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cercado por essas mesmas forças em combinações multiformes, compondo o chamado campo eletromagnético em que o Planeta, no ritmo de seus próprios movimentos, se tipifica na Imensidade Cósmica.
Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estrutura o Globo de nossa moradia e em que a matéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação.
E toda agitação produz ondas.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 19)

Importante destacar: a vida desenvolve agitação e toda agitação produz ondas.

Da ciência ortodoxa, temos:

Podemos classificar como uma onda, qualquer perturbação ou vibração em um meio específico. As ondas produzem diversos movimentos, já que elas são formas de transmissão de energia (mecânica ou eletromagnética), como por exemplo, o movimento que ocorre quando lançamos uma pedra dentro de um rio.
(http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/ondulatoria.htm)

A onda não é capaz de se originar sozinha, visto que ela apenas faz a transferência de energia cinética de uma fonte. Portanto, fonte é o objeto ou meio capaz de criar uma onda.
(http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/ondulatoria.htm)

Uma onda é uma agitação ou perturbação de um meio, decorrente da transmissão de energia. Há uma fonte de energia que, agitando o meio, propaga essa energia através das ondas.

Fica evidente que a onda é o resultado da propagação de energia em um meio.

Retornando a André Luiz, temos:

Que é, no entanto, uma onda?
À falta de terminologia mais clara, diremos que uma onda é determinada forma de ressurreição da energia, por intermédio do elemento particular que a veicula ou estabelece.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 20)

No conceito de André Luiz acham-se os elementos gerais da conceituação ortodoxa, ainda que sob linguajar poético. A ressurreição da energia indica que a eficácia da fonte de energia atinge outros pontos do espaço em decorrência de sua propagação. A energia é veiculada pela fonte e, propagando-se, age mais adiante, onde “revive”.

Como há sempre uma fonte de energia que estabelece a agitação do meio, André Luiz informa que a fonte primordial das agitações que se propagam no espaço são os átomos e as partículas subatômicas:

Partindo de semelhante princípio, entenderemos que a fonte primordial de qualquer irradiação é o átomo ou partes dele em agitação, despedindo raios ou ondas que se articulam, de acordo com as oscilações que emite.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 20)





As ondas propagadas pelas partículas atômicas e subatômicas tomaram grande parte do interesse dos cientistas em geral. Uma importante cisão ocorreu quanto, em seus estudos, Einstein concluiu que a luz tem em sua constituição partículas que designou fótons. Nas análises matemáticas, Einstein não conseguiu harmonizar a propagação da luz à velocidade de 300.000 quilômetros por segundo com um meio capacitado a tal agitação. Por isso adotou a idéia de campo. Não há meio, conquanto haja ondas. Há agitação se propagando mas, por abstração, essas agitações existem por si mesmas. O meio de propagação da luz e das ondas eletromagnéticas em geral até então era o “éter”. O conceito de campo afastou a idéia de éter, substituindo-a  simplesmente pelo “nada” (!!!).

[...] entretanto, o meio sutil em que os sistemas atômicos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contudo, Einstein, quando buscou imaginar-lhe as propriedades indispensáveis para poder transmitir ondas características de bilhões de oscilações, com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, não conseguiu acomodar as necessárias grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria devia estar revestida não são combináveis, e concluiu que ela não existe, propondo abolir-se o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”.
Campo, desse modo, passou a designar o espaço dominado pela influência de uma partícula de massa.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 36)

Permanece inevitavelmente sem explicação a questão da agitação que se propaga sobre o nada. “Nada”, ainda mais do ponto de vista da ciência ortodoxa, só pode ser entendido como a ausência absoluta de tudo; como entender um movimento ondulatório que se propaga e, ao mesmo tempo, a onda em si que, para existir, deveria ser a resultante do meio que se agita?

A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafísica, na tentativa de analisar, mais acuradamente, o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 37)

Um esforço em busca de uma uniformização ao menos das concepções fundamentais nos leva à proposição de que o fluido universal (denominado fluido cósmico universal em A Gênese, de Kardec), merece mesmo se tido à conta do campo de eficácia da fonte primordial que emana do Criador, ou seja, o todo universal, infinito, veiculado pelo Verbo Divino por ser a expressão de Sua Vontade.

[...] definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 37)

Não se trata de mera acomodação terminológica. Daí advém uma relevante conseqüência. Passa a ser conveniente interpretar e raciocinar sobre os fluidos como campos de atuação de uma fonte de energia que se manifesta através de ondas.

Não precisamos nos preocupar em abandonar o termo “éter” ou “etérico”. Afinal, são conceitos que nos tocam a capacidade de concepção dos fenômenos de modo muito mais credível do que uma abstração que leva em conta o conceito de “nada”.

Fluidos são irradiações de energia que se propagam a partir de uma fonte que imprime no meio etérico a correspondente agitação ondulatória.

O fluido universal não é uma emanação do Criador, mas dele advém pelo exercício de Sua Vontade (fonte de energia), que imprime no todo universal as agitações que se propagam para os fins a que se destinam, no concerto da Grande Obra, que assim se irradia à eternidade e por todo o infinito.

I. Será o fluido universal uma emanação da divindade?
"Não."
II. Será uma criação da divindade?
"Tudo é criado, exceto Deus."
III. O fluido universal será ao mesmo tempo o elemento universal?
"Sim, é o princípio elementar de todas as coisas."
(O Livro dos Médiuns – pág. 92)



domingo, 8 de novembro de 2009

Matéria e Espírito - Visão Espírita (Kardec)

MATÉRIA E ESPÍRITO

A matéria é apresentada como o instrumento do Espírito, sobre o qual exerce a sua ação. Mas esse conceito se estende não apenas à matéria do plano físico como também no estado etéreo, sutil, imperceptível para o homem comum. É lícito deduzir, então, que o Espírito é imaterial na essência, utilizando-se de instrumentos materiais desde a matéria física até substâncias etéreas e sutis não perceptíveis ao homem, mas ainda assim matéria.

22. Define-se geralmente a matéria como sendo - o que tem extensão, o que é capaz de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável. São exatas estas definições?
“Do vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do que conheceis. Mas a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém, não o seria.”

a) - Que definição podeis dar da matéria?
“A matéria é o laço que prende o Espírito; é o instrumento de que este se serve e sobre o qual, ao mesmo tempo, exerce sua ação.”

Em contraposição, o Espírito é apresentado como o princípio inteligente do Universo, o que evidencia estar sendo referida a essência do Espírito.

23. Que é o Espírito?
“O princípio inteligente do Universo.”

a) - Qual a natureza íntima do Espírito?
“Não é fácil analisar o Espírito com a vossa linguagem. Para vós, ele nada é, por não ser palpável. Para nós, entretanto, é alguma coisa. Ficai sabendo: coisa nenhuma é o nada e o nada não existe.”

Existem, assim, três elementos gerais do universo: Deus, Espírito e matéria. Em O Livro dos Espíritos esses três elementos são designados a trindade universal. Fica esclarecido, também, que a ação do Espírito sobre a matéria depende de um elemento também material, porém sutil, etéreo, que lhes serve de liame: o fluido universal (também designado como fluido elementar ou fluido primitivo) Esse fluido universal é o agente de que o Espírito diretamente se utiliza. Importante destacar que o fluido universal é indicado como necessário para que a matéria física não se desagregue, ou seja, é um elemento intrínseco à matéria física organizada conquanto seja sutil, etéreo.

27. Há então dois elementos gerais do Universo: a matéria e o Espírito?
“Sim e acima de tudo Deus, o criador, o pai de todas as coisas. Deus, espírito e matéria constituem o princípio de tudo o que existe, a trindade universal. Mas ao elemento material se tem que juntar o fluido universal, que desempenha o papel de intermediário entre o Espírito e a matéria propriamente dita, por demais grosseira para que o Espírito possa exercer ação sobre ela. Embora, de certo ponto de vista, seja lícito classificá-lo com o elemento material, ele se distingue deste por propriedades especiais. Se o fluido universal fosse positivamente matéria, razão não haveria para que também o Espírito não o fosse. Está colocado entre o Espírito e a matéria; é fluido, como a matéria, e suscetível, pelas suas inumeráveis combinações com esta e sob a ação do Espírito, de produzir a infinita variedade das coisas de que apenas conheceis uma parte mínima. Esse fluido universal, ou primitivo, ou elementar, sendo o agente de que o Espírito se utiliza, é o princípio sem o qual a matéria estaria em perpétuo estado de divisão e nunca adquiriria as qualidades que a gravidade lhe dá.”

O fluido universal é o elemento primordial de toda a matéria, não sendo senão por modificações suas que os vários outros tipos de substâncias se formam. Kardec comenta que os elementos químicos conhecidos são modificações de uma substância primitiva.

33. A mesma matéria elementar é suscetível de experimentar todas as modificações e de adquirir todas as propriedades?
“Sim e é isso o que se deve entender, quando dizemos que tudo está em tudo!”

O oxigênio, o hidrogênio, o azoto, o carbono e todos os corpos que consideramos simples são meras modificações de uma substância primitiva. Na impossibilidade em que ainda nos achamos de remontar, a não ser pelo pensamento, a esta matéria primária, esses corpos são para nós verdadeiros elementos e podemos, sem maiores conseqüências, tê-los como tais, até nova ordem.