Antigamente o termo que definia o volume de um sólido geométrico era capacidade.
Gosto de pensar que essa expressão é bem mais interessante e rica. Por que? Porque deixa evidente desde logo que aquele corpo não poderá acolher além de sua capacidade. Um litro de água é a capacidade, digamos de um dado cone; sabemos que esse cone só poderá reter, acolher, enfim, conter um litro de água no máximo - é sua capacidade.
Tenho para mim que o ser, em cada momento de sua Vida, tem uma certa capacidade de absorver o todo à sua volta. Evoluir implica em aumentar essa capacidade. Dessa forma, um aspecto que ressalta aos olhos é jamais ter a expectativa de que o ser abarcará mais do que pode.
A indulgência tem também esse matiz. E eu o considero o mais complexo e difícil de realizar.
Aplicar na Vida o "deixe estar" aos que não conseguem absorver o que tanto tentamos lhe passar exige aquele insight que ilumina a percepção do limite atingido...
Cada um de nós é como um vaso disforme, que a evolução faz crescer e ajustar-se às arestas corretas. Não podemos saber facilmente qual a capacidade de cada um, até porque a forma varia consoante o ser adota esta ou aquela atitude e recebe-lhe as consequências. Por isso mesmo é preciso que deixemos de tentar fazer valer sempre e sempre o que elegemos como nossa convicção plena... Deixe estar... Depois de algum tempo inevitavelmente a coisa se esclarece (ainda que leve mais do que uma jornada física). O mais interessante é que nem sempre veremos nossa convicção se firmar... Por vezes, mudaremos nós nossas arestas, acertando-as para o crescimento.
Assim, uma forma de indulgência que considero relevante é simplesmente deixar, sem nenhuma crítica ou sentimento de menosprezo, que cada um pense como quiser, ainda que nos pareça uma autêntica bobagem...
Estou, de minha parte, longe de conseguir essa postura... Mas estou tentando aprender a agir assim.
Estudos Esotéricos Livres PAZ E SERENIDADE --- Quando o Espírito desaba, resta-nos sempre a serenidade dos escombros...
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
domingo, 8 de agosto de 2010
Dia dos Pais
Há muitas missões para o homem de boa-vontade... Basta ao ser vibrar com seu coração aberto às obras e a Luz sintonizará em sua essência, trazendo as "coincidências" que plantam em seu dia-a-dia os fatos e circunstâncias providenciais.
Com a paternidade a Vida é mais exigente.
Ser pai significa viver o melhor possível para que nosso exemplo seja água límpida a despertar, nos filhos, o máximo de suas potencialidades. É uma missão e, ainda mais relevante, é aprendizado posto em prática. Ser pai é deglutir o salgado excessivo das circunstâncias inevitáveis, sublimando questões e o simples detalhe de "ter razão", em prol do bem maior que é a sustentação de um senso equilibrado que possa delinear nas almas infantes um harmônico, o mais fiel possível, da conduta elevada a que apontam os ensinamentos superiores do Amor Incondicional.
Fiquem todos os pais deste mundo com a minha sincera gratidão.
Com a paternidade a Vida é mais exigente.
Ser pai significa viver o melhor possível para que nosso exemplo seja água límpida a despertar, nos filhos, o máximo de suas potencialidades. É uma missão e, ainda mais relevante, é aprendizado posto em prática. Ser pai é deglutir o salgado excessivo das circunstâncias inevitáveis, sublimando questões e o simples detalhe de "ter razão", em prol do bem maior que é a sustentação de um senso equilibrado que possa delinear nas almas infantes um harmônico, o mais fiel possível, da conduta elevada a que apontam os ensinamentos superiores do Amor Incondicional.
Fiquem todos os pais deste mundo com a minha sincera gratidão.
domingo, 1 de agosto de 2010
Homens e Bonobos
Para meditação:
http://www.artigonal.com/biologia-artigos/bonobos-e-humanos-483466.html
Bonobos E Humanos
Publicado em: 14/07/2008
Até alguns anos atrás, os chimpanzés eram considerados os primatas mais próximos dos seres humanos. Mas existem primatas que se assemelham ainda mais a nós: os bonobos, ou Pan paniscus. As semelhanças genéticas entre chimpanzés e bonobos são tão grandes que os bonobos eram considerados como uma subespécie dos chimpanzés até pouco tempo atrás. Apesar disso, as diferenças comportamentais são tão grandes e tão importantes que o estudo dos bonobos pode mudar muitas concepções errôneas que temos sobre a natureza humana.
Chimpanzés são extremamente violentos. Entre os chimpanzés é comum a existência de uma hierarquia onde o macho mais forte domina os menos fortes, e os machos dominam as fêmeas. A violência e a hierarquia coercitiva dos chimpanzés são usadas para justificar várias teses a respeito da natureza humana. Muitos dizem que nossos ancestrais deveriam se comportar como eles, e que uma das grandes conquistas da humanidade foi a invenção do Estado, onde a violência pode ser contida, e a igualdade pode ser construída. Características da organização dos chimpanzés foram confundidas com características da organização humana primitiva.
Mas a descoberta dos bonobos invalida essa tese, uma vez que bonobos são pacíficos e não apresentam tal divisão hierárquica. Eles provam que não é preciso haver Estado ou qualquer contrato social para que a paz ocorra numa população de primatas. Isto é válido mesmo quando a população tem muitos membros, pois de fato os grupos de bonobos têm bem mais membros que os grupos de chimpanzés.
O que explica a grande diferença de comportamentos entre bonobos e chimpanzés não é sua natureza, pois como vimos eles são quase iguais em termos de genética. O que faz toda a diferença é sua ecologia, seu modo de vida. Chimpanzés vivem da caça, em regiões onde há escassez de vegetais. Eles se dividem em grupos pequenos, e estão em guerra permanente contra os grupos vizinhos. Toda a sua educação valoriza a violência. Os machos aprendem a bater nas fêmeas, para mantê-las submissas. A sobrevivência dos mais violentos também faz com que as fêmeas prefiram acasalar com os mais violentos, pela proteção que eles oferecem. Existem posições sociais entre chimpanzés, que podem ser conquistadas pela luta. A comida é trocada por sexo, favores ou posições sociais.
Já os bonobos vivem da coleta de vegetais. Formam grupos maiores porque não existe rivalidade entre os grupos. Quando um grupo de bonobos se encontra com outro eles fazem sexo entre si ao invés de lutar. Eles praticam sexo sem qualquer violência e sem qualquer restrição. Entre bonobos não há coerção, nem por parte dos machos nem por parte das fêmeas. Eles formam coalizões através de amizades sexuais, cooperando entre si para se proteger, embora os grupos de amizades sejam maiores entre as mulheres. Isto não ocorre entre chimpanzés para que as fêmeas não consigam se defender sozinhas, assim se tornando dependentes dos machos. Seu período fértil é de seis em seis anos, mas praticam sexo a qualquer momento, e mesmo durante o período fértil não há competição por parceiros. Entre as invenções dos bonobos estão o beijo de língua, o sexo frontal e o sexo oral.
Temos aí uma mostra de como uma diferença entre dois modos de vida, um de escassez e outro de abundância, pode determinar comportamentos sexuais. Nós, humanos, não vivemos num modo de vida de escassez. No entanto, a civilização foi projetada por povos que viviam no modo de escassez. A caça foi substituída por uma produção incessante de bens de consumo que asseguram poder, que ocorre de uma maneira não menos competitiva e que não causam menos violência aos seres humanos e demais seres vivos. O interesse em identificar nossa natureza com o comportamento dos Pan troglodytes, os chimpanzés, é justificar nosso comportamento cultural de trogloditas... Agora sabemos que isso não é uma imposição de nossa natureza, é apenas uma escolha de modo de vida. Nossa sociedade não precisa se basear na violência, ela pode se basear na brincadeira, assim como ocorre com nossos parentes paniscus.
(Artigonal SC #483466)
Janos Biro - Perfil do Autor:
Nascido em 1980. Filósofo e escritor.
Ads by Google
http://www.artigonal.com/biologia-artigos/bonobos-e-humanos-483466.html
Bonobos E Humanos
Publicado em: 14/07/2008
Até alguns anos atrás, os chimpanzés eram considerados os primatas mais próximos dos seres humanos. Mas existem primatas que se assemelham ainda mais a nós: os bonobos, ou Pan paniscus. As semelhanças genéticas entre chimpanzés e bonobos são tão grandes que os bonobos eram considerados como uma subespécie dos chimpanzés até pouco tempo atrás. Apesar disso, as diferenças comportamentais são tão grandes e tão importantes que o estudo dos bonobos pode mudar muitas concepções errôneas que temos sobre a natureza humana.
Chimpanzés são extremamente violentos. Entre os chimpanzés é comum a existência de uma hierarquia onde o macho mais forte domina os menos fortes, e os machos dominam as fêmeas. A violência e a hierarquia coercitiva dos chimpanzés são usadas para justificar várias teses a respeito da natureza humana. Muitos dizem que nossos ancestrais deveriam se comportar como eles, e que uma das grandes conquistas da humanidade foi a invenção do Estado, onde a violência pode ser contida, e a igualdade pode ser construída. Características da organização dos chimpanzés foram confundidas com características da organização humana primitiva.
Mas a descoberta dos bonobos invalida essa tese, uma vez que bonobos são pacíficos e não apresentam tal divisão hierárquica. Eles provam que não é preciso haver Estado ou qualquer contrato social para que a paz ocorra numa população de primatas. Isto é válido mesmo quando a população tem muitos membros, pois de fato os grupos de bonobos têm bem mais membros que os grupos de chimpanzés.
O que explica a grande diferença de comportamentos entre bonobos e chimpanzés não é sua natureza, pois como vimos eles são quase iguais em termos de genética. O que faz toda a diferença é sua ecologia, seu modo de vida. Chimpanzés vivem da caça, em regiões onde há escassez de vegetais. Eles se dividem em grupos pequenos, e estão em guerra permanente contra os grupos vizinhos. Toda a sua educação valoriza a violência. Os machos aprendem a bater nas fêmeas, para mantê-las submissas. A sobrevivência dos mais violentos também faz com que as fêmeas prefiram acasalar com os mais violentos, pela proteção que eles oferecem. Existem posições sociais entre chimpanzés, que podem ser conquistadas pela luta. A comida é trocada por sexo, favores ou posições sociais.
Já os bonobos vivem da coleta de vegetais. Formam grupos maiores porque não existe rivalidade entre os grupos. Quando um grupo de bonobos se encontra com outro eles fazem sexo entre si ao invés de lutar. Eles praticam sexo sem qualquer violência e sem qualquer restrição. Entre bonobos não há coerção, nem por parte dos machos nem por parte das fêmeas. Eles formam coalizões através de amizades sexuais, cooperando entre si para se proteger, embora os grupos de amizades sejam maiores entre as mulheres. Isto não ocorre entre chimpanzés para que as fêmeas não consigam se defender sozinhas, assim se tornando dependentes dos machos. Seu período fértil é de seis em seis anos, mas praticam sexo a qualquer momento, e mesmo durante o período fértil não há competição por parceiros. Entre as invenções dos bonobos estão o beijo de língua, o sexo frontal e o sexo oral.
Temos aí uma mostra de como uma diferença entre dois modos de vida, um de escassez e outro de abundância, pode determinar comportamentos sexuais. Nós, humanos, não vivemos num modo de vida de escassez. No entanto, a civilização foi projetada por povos que viviam no modo de escassez. A caça foi substituída por uma produção incessante de bens de consumo que asseguram poder, que ocorre de uma maneira não menos competitiva e que não causam menos violência aos seres humanos e demais seres vivos. O interesse em identificar nossa natureza com o comportamento dos Pan troglodytes, os chimpanzés, é justificar nosso comportamento cultural de trogloditas... Agora sabemos que isso não é uma imposição de nossa natureza, é apenas uma escolha de modo de vida. Nossa sociedade não precisa se basear na violência, ela pode se basear na brincadeira, assim como ocorre com nossos parentes paniscus.
(Artigonal SC #483466)
Janos Biro - Perfil do Autor:
Nascido em 1980. Filósofo e escritor.
Ads by Google
Assinar:
Postagens (Atom)