Primeiro tema abordado neste estudo, as ondas são assim delineadas:
Em seguida a esforços persistentes de muitos Espíritos sábios, encarnados no mundo e patrocinando a evolução, a inteligência do século XX compreende que a Terra é um magneto de gigantescas proporções, constituído de forças atômicas condicionadas e cercado por essas mesmas forças em combinações multiformes, compondo o chamado campo eletromagnético em que o Planeta, no ritmo de seus próprios movimentos, se tipifica na Imensidade Cósmica.
Nesse reino de energias, em que a matéria concentrada estrutura o Globo de nossa moradia e em que a matéria em expansão lhe forma o clima peculiar, a vida desenvolve agitação.
E toda agitação produz ondas.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 19)
Importante destacar: a vida desenvolve agitação e toda agitação produz ondas.
Da ciência ortodoxa, temos:
Podemos classificar como uma onda, qualquer perturbação ou vibração em um meio específico. As ondas produzem diversos movimentos, já que elas são formas de transmissão de energia (mecânica ou eletromagnética), como por exemplo, o movimento que ocorre quando lançamos uma pedra dentro de um rio.
(http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/ondulatoria.htm)
A onda não é capaz de se originar sozinha, visto que ela apenas faz a transferência de energia cinética de uma fonte. Portanto, fonte é o objeto ou meio capaz de criar uma onda.
(http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/ondulatoria.htm)
Uma onda é uma agitação ou perturbação de um meio, decorrente da transmissão de energia. Há uma fonte de energia que, agitando o meio, propaga essa energia através das ondas.
Fica evidente que a onda é o resultado da propagação de energia em um meio.
Retornando a André Luiz, temos:
Que é, no entanto, uma onda?
À falta de terminologia mais clara, diremos que uma onda é determinada forma de ressurreição da energia, por intermédio do elemento particular que a veicula ou estabelece.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 20)
No conceito de André Luiz acham-se os elementos gerais da conceituação ortodoxa, ainda que sob linguajar poético. A ressurreição da energia indica que a eficácia da fonte de energia atinge outros pontos do espaço em decorrência de sua propagação. A energia é veiculada pela fonte e, propagando-se, age mais adiante, onde “revive”.
Como há sempre uma fonte de energia que estabelece a agitação do meio, André Luiz informa que a fonte primordial das agitações que se propagam no espaço são os átomos e as partículas subatômicas:
Partindo de semelhante princípio, entenderemos que a fonte primordial de qualquer irradiação é o átomo ou partes dele em agitação, despedindo raios ou ondas que se articulam, de acordo com as oscilações que emite.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 20)
As ondas propagadas pelas partículas atômicas e subatômicas tomaram grande parte do interesse dos cientistas em geral. Uma importante cisão ocorreu quanto, em seus estudos, Einstein concluiu que a luz tem em sua constituição partículas que designou fótons. Nas análises matemáticas, Einstein não conseguiu harmonizar a propagação da luz à velocidade de 300.000 quilômetros por segundo com um meio capacitado a tal agitação. Por isso adotou a idéia de campo. Não há meio, conquanto haja ondas. Há agitação se propagando mas, por abstração, essas agitações existem por si mesmas. O meio de propagação da luz e das ondas eletromagnéticas em geral até então era o “éter”. O conceito de campo afastou a idéia de éter, substituindo-a simplesmente pelo “nada” (!!!).
[...] entretanto, o meio sutil em que os sistemas atômicos oscilam não pode ser equacionado com os nossos conhecimentos. Até agora, temos nomeado esse “terreno indefinível”, como sendo o “éter”; contudo, Einstein, quando buscou imaginar-lhe as propriedades indispensáveis para poder transmitir ondas características de bilhões de oscilações, com a velocidade de 300.000 quilômetros por segundo, não conseguiu acomodar as necessárias grandezas matemáticas numa fórmula, porquanto as qualidades de que essa matéria devia estar revestida não são combináveis, e concluiu que ela não existe, propondo abolir-se o conceito de “éter”, substituindo-o pelo conceito de “campo”.
Campo, desse modo, passou a designar o espaço dominado pela influência de uma partícula de massa.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 36)
Permanece inevitavelmente sem explicação a questão da agitação que se propaga sobre o nada. “Nada”, ainda mais do ponto de vista da ciência ortodoxa, só pode ser entendido como a ausência absoluta de tudo; como entender um movimento ondulatório que se propaga e, ao mesmo tempo, a onda em si que, para existir, deveria ser a resultante do meio que se agita?
A proposição de Einstein, no entanto, não resolve o problema, porque a indagação quanto à matéria de base para o campo continua desafiando o raciocínio, motivo pelo qual, escrevendo da esfera extrafísica, na tentativa de analisar, mais acuradamente, o fenômeno da transmissão mediúnica, definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 37)
Um esforço em busca de uma uniformização ao menos das concepções fundamentais nos leva à proposição de que o fluido universal (denominado fluido cósmico universal em A Gênese, de Kardec), merece mesmo se tido à conta do campo de eficácia da fonte primordial que emana do Criador, ou seja, o todo universal, infinito, veiculado pelo Verbo Divino por ser a expressão de Sua Vontade.
[...] definiremos o meio sutil em que o Universo se equilibra como sendo o Fluido Cósmico ou Hálito Divino, a força para nós inabordável que sustenta a Criação.
(Mecanismos da Mediunidade – Pág. 37)
Não se trata de mera acomodação terminológica. Daí advém uma relevante conseqüência. Passa a ser conveniente interpretar e raciocinar sobre os fluidos como campos de atuação de uma fonte de energia que se manifesta através de ondas.
Não precisamos nos preocupar em abandonar o termo “éter” ou “etérico”. Afinal, são conceitos que nos tocam a capacidade de concepção dos fenômenos de modo muito mais credível do que uma abstração que leva em conta o conceito de “nada”.
Fluidos são irradiações de energia que se propagam a partir de uma fonte que imprime no meio etérico a correspondente agitação ondulatória.
O fluido universal não é uma emanação do Criador, mas dele advém pelo exercício de Sua Vontade (fonte de energia), que imprime no todo universal as agitações que se propagam para os fins a que se destinam, no concerto da Grande Obra, que assim se irradia à eternidade e por todo o infinito.
I. Será o fluido universal uma emanação da divindade?
"Não."
II. Será uma criação da divindade?
"Tudo é criado, exceto Deus."
III. O fluido universal será ao mesmo tempo o elemento universal?
"Sim, é o princípio elementar de todas as coisas."
(O Livro dos Médiuns – pág. 92)