quarta-feira, 12 de setembro de 2018

INSTINTOS

Na literatura clássica do Espiritismo há uma asserção que, na maioria das vezes, passa sem maior atenção. Inclusive, já foi aqui abordada em meio a um texto genérico sobre as obras da Codificação:

A comunhão essencial entre instinto e inteligência é um ensinamento expresso dos Espíritos. Tanto assim que não há uma linha clara de delimitação entre instinto e inteligência.

74. Pode estabelecer-se uma linha de separação entre o instinto e a inteligência, isto é, precisar onde um acaba e começa a outra?
Não, porque muitas vezes se confundem. Mas, muito bem se podem distinguir os atos que decorrem do instinto dos que são da inteligência.”

75. É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais?
Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia.
(O Livro dos Espíritos) (Grifei)

O ser humano comunga da formação do veículo físico orgânico, como visto, tanto quanto do desenvolvimento de sua consciência, adquirindo sua bagagem de instintos assim como a noção de sua individualidade, aperfeiçoando-se na aquisição da inteligência conforme novos horizontes se abrem degrau a degrau na escala evolutiva.

Pois bem.

Estamos abordando novamente a questão da Inteligência e do Instinto. De se ver que a resposta pelos Espíritos da Codificação não dá margem a dúvidas maiores, notadamente na questão nº 75 acima transcrita.

O Instinto NÃO é uma forma primitiva de inteligência, algo germinativo que aflora como Inteligência conforme o ser evolui. O Instinto não é uma forma primeva de inteligência, tampouco deixa de existir à medida que a Inteligência progride e dá ensejo à Razão.

Equivale a afirmar, atualizando só em mínima parte a terminologia usada, que o acervo de impulsos do homem é uma bagagem de conquista evolutiva que permanece e (nada impede assim considerar) também se submete à Lei do Progresso, nada existindo que nos indique estar no ápice de seu burilamento.

É o Instinto que faz o ser vivo assumir determinados comportamentos para fazer frente a necessidades imperativas, ou mesmo para evitar perigos. Ninguém desconhece que os sertanistas ficavam (e ficam) preocupados quando percebem que os animais de uma dada área geográfica se põem em retirada. 

Estamos tratando de Esoterismo. Então vamos desbordar do que a ciência ortodoxa se impõe como limite.

Tanto no Espiritismo como nas demais escolas de pensamento espiritualista há a figura do Espírito-grupo. Consciências que se dedicam ao controle e coordenação de seres já suficientemente avançados mas ainda não dotados de todos os requisitos para abrigar uma mente consciente, um foco de inteligência, uma interface egóica para se autoconduzir na senda do aperfeiçoamento.

Não sei bem o porquê mas há muitos que não se afeiçoam a esse tópico dos estudos. Isso certamente colabora para a pequena quantidade de informações que já foram colhidas.

Mais do que tudo, os Espíritos-grupo parecem mesmo visceralmente ligados à consideração dos instintos que fazem metazoários agir.

Aliás, muito mais do que isso.

Sim, desde seres unicelulares e vegetais há todo um concerto de atividades que fazem cada manifestação da Vida, ainda que sem quaisquer eivos de consciência, assumirem esse ou aquele comportamento.

Não precisamos repisar várias considerações já feitas sobre isso.


http://esoestudos.blogspot.com/2010/05/o-que-e-vida.html 

O que mais interessa agora é considerar essa informação em particular:


75. É acertado dizer-se que as faculdades instintivas diminuem à medida que crescem as intelectuais?
Não; o instinto existe sempre, mas o homem o despreza. O instinto também pode conduzir ao bem. Ele quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurança do que a razão. Nunca se transvia.
(O Livro dos Espíritos) (Grifei)

"O Instinto existe sempre"

Essa resposta foi dada à pergunta que perquiriu sobre a eventual diminuição dos Instintos à proporção de aumento da Inteligência. "Sempre" aqui é um termo muito significativo. O Instinto é a sustentação de todos os fenômenos da Vida no seu sentido mais amplo possível. Desde a gemação de minerais, passando pelos unicelulares procariontes, vemos efetivos processos com começo, meio e fim. Até mesmo no seio mais restritivo da Doutrina Espírita fundada exclusivamente na obra básica (O Livro dos Espíritos), vemos referência explícita aos elementares. Não é exatamente o mesmo conceito de elementais (encontradiço em várias outras correntes espiritualistas), não acolhido pela Doutrina em sua pureza:


538. Os Espíritos que presidem aos fenômenos da Natureza formam uma categoria especial no mundo espírita, são seres à parte ou Espíritos que foram encarnados, como nós?
– Que o serão, ou que o foram.
538-a. Esses Espíritos pertencem às ordens superiores ou inferiores da hierarquia espírita?
– Segundo o seu papel mais ou menos material ou inteligente: uns mandam. outros executam; os que executam as ações materiais são sempre de uma ordem inferior, entre os Espíritos como entre os homens.
539. Na produção de certos fenômenos, das tempestades, por exemplo, é somente um Espírito que age ou se reúnem em massa?
– Em massas inumeráveis.
540. Os Espíritos que agem sobre os fenômenos da Natureza agem com conhecimento de causa, em virtude de seu livre arbítrio, ou por um impulso instintivo e irrefletido?
– Uns, sim; outros, não. Faço uma comparação: figurai essas miríades de animais que pouco a pouco fazem surgir do mar as ilhas e os arquipélagos; acreditais que não há nisso um objetivo providencial, e que essa transformação da face do globo não seja necessária para a harmonia geral? São, entretanto, animais do último grau os que realizam essas coisas, enquanto vão provendo às suas necessidades e sem se perceberem que são instrumentos de Deus. Pois bem: da mesma maneira, os Espíritos mais atrasados são úteis ao conjunto; enquanto eles ensaiam para a vida, e antes de terem plena consciência de seus atos e de seu livre arbítrio, agem sobre certos fenômenos de que são agentes sem o saberem. Primeiro, executam; mais tarde, quando sua inteligência estiver mais desenvolvida, comandarão e dirigirão as coisas do mundo material; mais tarde ainda, poderão dirigir as coisas do mundo moral. E assim que tudo serve, tudo se encadeia na Natureza, desde o átomo primitivo até o arcanjo, pois ele mesmo começou pelo átomo. Admirável lei de harmonia, de que o vosso Espírito limitado ainda não pode abranger o conjunto!
Vejam a resposta dada:  são animais do último grau os que realizam essas coisas, referindo-se ao surgimento de ilhas e arquipélagos, no concerto de fenômenos da natureza em geral. E continua: da mesma maneira os Espíritos mais atrasados são úteis ao conjunto [...] antes de terem plena consciência de seus atos e de seu livre arbítrio, agem sobre certos fenômenos de que são agentes sem o saberem.

Tanto animais como Espíritos elementares agem como executores de ações que impulsionam fenômenos naturais, uns mais diretamente sobre a matéria propriamente dita, outros sobre elementos pertinentes à sua esfera de atuação, semimaterial, etérea, astral - dê-se o nome que quiser.


A resposta à pergunta 539 é categórica:  na produção  de tempestades há massas inumeráveis de Espíritos atuando. Conjugando com a resposta dada à questão 538-a, vemos que há os que mandam e os que executam.

O Instinto sempre presente, pois, pode ser entendido como esse enredamento de Espíritos mais avançados em relação aos menos evoluídos. Os Espíritos elementares, tomados como mero exemplo, não têm noção de que estão sob a ação de um pensamento diretor que lhes é transcendente:  oriundo dos Espíritos que os dirigem.

Da mesma forma, os animais superiores, como os caninos, felinos, bovinos etc, mesmo sendo já dotados de uma maior capacidade intelectiva, continuam sob um comportamento fortemente dirigido por seu acervo de impulsos, vale dizer, de instintos inatos.

Ora, se no homem o Instinto não só permanece como é reputado como uma forma de inteligência que desprezamos mas que  "... quase sempre nos guia e algumas vezes com mais segurançado que a razão", então não é contraditóra a ilação de que talvez nós mesmos, seres humanos, Espíritos humanizados, estejamos submetidos a um Espírito-grupo que nos destina seus comandos gerais de condução.

Seria por isso que algumas correntes espiritualistas nos falam de "deuses de raça"? Toda uma humanidade em progresso em um orbe não poderia, de fato, estar sob a direção de um Espírito-grupo suficientemente elevado para nos coordenar a todos?

https://esoestudos.blogspot.com/2012/01/bem-e-mal-ainda-mais-uma-vez.html?m=0

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A IMITAÇÃO DE CRISTO - KEMPIS - RELEITURA - 02


A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis
Releitura

LIVRO PRIMEIRO
AVISOS ÚTEIS PARA A VIDA ESPIRITUAL

CAPITULO 2
Do humilde sentir de si mesmo
 
1. Todo homem tem desejo natural de saber; mas que aproveitará a ciência, sem o temor de Deus? Melhor é, por certo, o humilde camponês que serve a Deus, do que o filósofo soberbo que observa o curso dos astros, mas se descuida de si mesmo. Aquele que se conhece bem se despreza e não se compraz em humanos louvores. Se eu soubesse quanto há no mundo, porém me faltasse a caridade, de que me serviria isso perante Deus, que me há de julgar segundo minhas obras?
1. Renuncia ao desordenado desejo de saber, porque nele há muita distração e ilusão. Os letrados gostam de ser vistos e tidos por sábios. Muitas coisas há cujo conhecimento pouco ou nada aproveita à alma. E mui insensato é quem de outras coisas se ocupa e não das que tocam à sua salvação. As muitas palavras não satisfazem à alma, mas uma palavra boa refrigera o espírito e uma consciência pura inspira grande confiança em Deus.
2. Quanto mais e melhor souberes, tanto mais rigorosamente serás julgado, se com isso não viveres mais santamente. Não te desvaneças, pois, com qualquer arte ou conhecimento que recebeste. Se te parece que sabes e entendes bem muitas coisas, lembra-te que é muito mais o que ignoras. Não te presumas de alta sabedoria (Rom 11,20); antes, confessa a tua ignorância. Como tu queres a alguém te preferir, quando se acham muitos mais doutos
do que tu e mais versados na lei? Se queres saber e aprender coisa útil, deseja ser desconhecido e tido por nada.
3. Não há melhor e mais útil estudo que se conhecer perfeitamente e desprezar-se a si mesmo. Ter-se por nada e pensar sempre bem e favoravelmente dos outros, prova é de grande sabedoria e perfeição. Ainda quando vejas alguém pecar publicamente ou cometer faltas graves, nem por isso te deves julgar melhor, pois não sabes quanto tempo poderás perseverar no bem. Nós todos somos fracos, mas a ninguém deves considerar mais fraco que a ti mesmo.

O ímpeto de buscar conhecimento advém do Ego que, enquanto interface entre o espírito e o ambiente desafiador, consolidou-se momento a momento como consequência autêntica da necessidade de sobrevivência. A evolução não dá saltos e o aprendizado se estabelece em conformidade com a experiência de cada evolucionário. Uns vão adquirindo determinadas aptidões e tendências enquanto outros desenvolvem-se em outros aspectos. Certo que, no decorrer dos evos, cada alma há de bem aprender acerca de todo o necessário para estabelecer-se como consciência responsável por sua própria condução, convivência, para tanto absorvendo valores éticos que, como tudo, vão se aprimorando mais e mais.
Bem nesse ponto Kempis questiona: “Todo homem tem desejo natural de saber; mas que aproveitará a ciência, sem o temor de Deus?”.
De fato, mesmo nos meios acadêmicos mais condoreiros da ciência ortodoxa atualíssima um ponto que vem sendo mais e mais discutido é a ética que deve informar a busca científica. Notadamente nos comentimentos da Bioética o cientista se vê sob inovado rigor por parte da sociedade em geral, cobrado na essência de sua pesquisa quanto ao resguardo da dignidade do ser humano.
É o tardio reconhecimento do questionamento de Kempis. Essa necessidade de submissão a uma moralidade científica, independentemente de pendores religiosos, é a ciência que melhor aproveita ao homem porquanto sob o “temor de Deus”.
No mesmo passo, o intuito do homem de ciência tanto mais aparta-se desse “temor de Deus” quanto maior a vaidade com que se entrega às suas buscas, sem autênticas preocupações com a conquista de benefícios à humanidade.
Menos mal que o homem renuncie à busca de conhecimento se estiver apenas sob o império de sua sede avassaladora de saber, sem a essência de aplicar o seu saber em benefício do semelhante. Assim é tanto para o obstinado habitante de laboratórios como para os que se entregam às ideias, filosofando, abarcando sistemas, cogitando teorias.


quarta-feira, 8 de agosto de 2018

A IMITAÇÃO DE CRISTO - KEMPIS - RELEITURA - 01


A Imitação de Cristo - Tomás de Kempis
Releitura

LIVRO PRIMEIRO
AVISOS ÚTEIS PARA A VIDA ESPIRITUAL

CAPÍTULO 1
Da imitação de Cristo e desprezo de todas as vaidades do mundo

1. Quem me segue não anda nas trevas, diz o Senhor (Jo 8,12). São estas as palavras de Cristo, pelas quais somos advertidos que imitemos sua vida e seus costumes, se verdadeiramente queremos ser iluminados e livres de toda cegueira de coração. Seja, pois, o nosso principal empenho meditar sobre a vida de Jesus Cristo.

Desde o início da jornada evolucionária humana neste planeta, de tempos em tempos um Mestre vem à vida física ordinária para ministrar, por meio de sua vida e seu exemplo, os Ensinos Superiores, seja renovando-os, aclarando-os, ou mesmo agregando novos valores da Cosmoética.
Da mais remota Antiguidade e sempre o homem se vê confrontado com os Ensinos. Quando da vinda do Cristo Planetário ao Plano das Formas, foi na sublime pessoa de Jesus que, por três anos, viveu entre os espíritos aqui humanizados em árdua missão de esclarecimento quanto à conduta a se alcançar por esforço de auto-aperfeiçoamento.
Bem por isso foi destacado por Kempis o “principal empenho” de “medidtar sobre a vida de Jesus Cristo”.

2. A doutrina de Cristo é mais excelente que a de todos os santos, e quem tiver seu espírito encontrará nela um maná escondido. Sucede, porém, que muitos, embora ouçam frequentemente o Evangelho, sentem nele pouco enlevo: é que não possuem o espírito de Cristo. Quem quiser compreender e saborear plenamente as palavras de Cristo é-lhe preciso que procure conformar à dele toda a sua vida.

O Ensino trazido pelo Cristo Planetário demarcou profunda alteração nos rumos da Humanidade Terrestre. De se ver que naqueles tempos era do costume geral, amplamente aceito, a Lei do Talião. Olho por olho, dente por dente, era um enunciado a que raríssimos indivíduos antepunham alguma dúvida. Bem provável que a letra das Antigas Escrituras, forjadas à cultura de antanho, tenha demarcado nas considerações comuns que a causalidade de nossas atitudes devesse ser regra manejada pelo homem comum, o que fez da vingança uma noção deturpada do conceito de “justiça”.
Daí o caráter renovador da Lei do Amor que o Cristo veio vivenciar diante de tantos olhares de espanto.
Esse espanto, diz Kempis, decorre do fato de que os homens “não possuem o espírito de Cristo”, o que torna imprescindível “conformar à dele toda a sua vida”.

3. Que te aproveita discutires sabiamente sobre a SS. Trindade, se não és humilde, desagradando, assim, a essa mesma Trindade? Na verdade, não são palavras elevadas que fazem o homem justo; mas é a vida virtuosa que o torna agradável a Deus. Prefiro sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la. Se soubesses de cor toda a Bíblia e as sentenças de todos os filósofos, de que te serviria tudo isso sem a caridade e a graça de Deus? Vaidade das vaidades, e tudo é vaidade (Ecle 1,2), senão amar a Deus e só a ele servir. A suprema sabedoria é esta: pelo desprezo do mundo tender ao reino dos céus.

Aspecto bastante áspero da condição humana, o ímpeto de buscar reconhecimento pessoal, um autêntico culto ao Ego, é desnudado por Kempis com a simples indagação acerca do real valor de um vasto conhecimento meramente formal, sob arestas de erudição, em contraponto com a conduta lídima indicada pelo Cristo.
Rercurso belíssimo de retórica, Kempis assevera que prefere “sentir a contrição dentro de minha alma, a saber defini-la”.
De fato o homem simples, incapaz de articular definições e deitar conceitos, tem muito mais mérito do que o douto que discursa sob impecável oratória, que seduz pelo canto poético de um saber tão amplo quanto, inversamente, confunde pelo exemplo faltoso de mínimas virtudes diante do semelhante.
É preciso entender que o “desprezo pelo mundo” refere-se ao desprezo por essa postura hipócrita, tão comum no mundo, diga-se, desde então até hoje.
Consequentemente, desprezada a hipocrisia dos galardões egoístas das palavras ocas, sem lastro na conduta de Amor ao próximo, põe-se o homem já a “tender ao reino dos céus”.

4. Vaidade é, pois, buscar riquezas perecedoras e confiar nelas. Vaidade é também ambicionar honras e desejar posição elevada. Vaidade, seguir os apetites da carne e desejar aquilo pelo que, depois, serás gravemente castigado. Vaidade, desejar longa vida e, entretanto, descuidar-se de que seja boa. Vaidade, só atender à vida presente sem providenciar para a futura. Vaidade, amar o que passa tão rapidamente, e não buscar, pressuroso, a felicidade que sempre dura.

A condição humana ganhou o peso de maiores responsabilidades quando o espírito passou a bem inteligir sobre o caráter de seus atos perante si e os demais. Equivale a dizer, o homem afastou-se suficientemente da animalidade meramente instintiva e embalou-se por gerações na constituição de suas famílias, clãs, tribos, nações.
Com isso o Ego despontou como elemento de interação do espírito com o ambiente, tantas vezes hostil, em que pelejava pela sobrevivência.
Após as preciosas Lições de tantos Mestres semeados na humanidade, o Cristo Planetário veio vivenciar que o Ego deveria ser, já a partir de então, subjugado pelas noções mais elevadas que germinavam na alma.
Numa palavra, o homem passou a ter diante de si a responsabilidade por elevar a escala de seus valores, vencendo a difícil tarefa de transcender aos ímpetos do Ego para dar vazão aos impulsos mais sutis, sublimes, que já lhe vinham vibrando no âmago de incômodos intuídos.
Ao homem passou a ser exigido, mais plenamente, que passasse a viver de acordo com a Lei do Amor.

5. Lembra-te a miúdo do provérbio: Os olhos não se fartam de ver, nem os ouvidos de ouvir (Ecle 1,8). Portanto, procura desapegar teu coração do amor às coisas visíveis e afeiçoá-lo às invisíveis: pois aqueles que satisfazem seus apetites sensuais mancham a consciência e perdem a graça de Deus.

Como é filosoficamente mais simples conquanto espiritualmente muito mais complexa a Lei do Amor, resumida ternamente no enunciado amai ao próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas, o homem demonstra dificuldade em contentar-se com o que o coração lhe garante mas a razão não alcança.
Os olhos querem sempre mais e mais ver, tanto quanto os ouvidos buscam ainda mais novidades ouvir. Mas não há ensinamentos novos ou descobertas da busca pela busca que se sobreponham à Lei do Amor.
O homem necessita deixar os prazeres que moveram e ainda movem o Ego como estímulo à conquista do mundo para, como já destacado, passar a desprezá-lo. Não voltaremos às cavernas, mas devemos manter nossas conquistas cientes de que há muito mais a se dominar. Agora, devemos dominar a nós mesmos conscientes de que tudo o mais é apenas o meio para se atingir virtudes que fazem a alma mais capacitada ao Amor e à ascensão aos Planos Superiores da Existência.



sábado, 21 de julho de 2018

Aniversário - 53 anos

No tempo, no espaço, na Vida, na Morte, hoje somos o que somos porque assim o determinamos com nosso Ser, nossa parcela de realização da Consciência Universal no tempo-espaço do Agora...
Bem-vindos à Verdade...
Sem dizeres religiosos, somos a Vida que transborda do Todo em indivíduos que, cada qual, recebe e veicula o que pode de acordo com a CENTELHA divina que recebeu para ser o que é no contexto do TODO...
Não tenha medo do Agora...
Cada experiência que você vivencia é o TODO UNIVERSAL que experimenta no contexto da VIDA...
O mendigo que se conforta com uma moeda e com uma dose a mais do etílico sonho de ser alguém...
O bilionário que retém a vida comum de milhares para seus lucros...
O homem de bem que se estripa na vida do dia a dia para dar o que possa de melhor aos seus...
Pouco importa...
Somos o que somos no contexto do todo para vivenciar e aprender.
Somos o que somos porque, mais do que tudo, nada além merecemos no contexto de uma vida lançada na longa esteira de um Manvântara à espera de outro Pralaya...
Hoje completo 53 anos de vida na Terra, nesta jornada...
Convido-o a experimentar o que não posso compartilhar: a Vida, o TODO, o UNIVERSO, a ilusão de ser e de estar...
O mendigo que se conforta com uma moeda e com uma dose a mais do etílico sonho de ser alguém...O bilionário que retém a vida comum de milhares para seus lucros...O homem de bem que se estripa na vida do dia a dia para dar o que possa de melhor aos seus...Pouco importa...Somos o que somos no contexto do todo para vivenciar e aprender.Somos o que somos porque, mais do que tudo, nada além merecemos no contexto de uma vida lançada na longa esteira de um Manvântara à espera de outro Pralaya...Hoje completo 53 anos de vida na Terra, nesta jornada...
Convido-o a experimentar o que não posso compartilhar: a Vida, o TODO, o UNIVERSO, a ilusão de ser e de estar...


Marco Aurélio Leite da Silva - 21/07/2018

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Reptilianos?

Uma questão que reiteradamente vem à consideração é a do caráter extremamente recente do surgimento do ser humano no planeta Terra. Na projeção de todo o período de existência do planeta em um ano, o chamado ano geológico, o homem surge no último minuto do dia 31 de dezembro. No entanto, a maioria simplesmente acha disso algo meramente interessante. Mas é muito mais que isso.

Perguntei, enveredando por sites de antropologia e arqueologia da internet, se havia alguma (ao menos) hipótese da ciência ortodoxa que pretendesse explicar essa precocidade formidável do desenvolvimento humano. A resposta foi desconcertante. Disseram apenas “não”. Ninguém apresenta sequer uma mera hipótese a respeito. O homem é super recente e pronto.

Fiquei feliz por não me sentir algemado ao método científico. Não tenho nada contra a robusta metodologia científica, afinal é imprescendível ter esse rigor. Todavia, atento ao fato de que há miríades de informações passadas pela tradição dos povos, prefiro não considerar simplesmente inexistente as teses que daí advêm, mesmo que ainda não comprovadas.

É um mistério. E como todo mistério, desperta muita curiosidade. Muitos viajam em teses mirabolantes, as quais muito prejudicam os investigadores sinceros e honestos. Mesmo quando os “viajantes” são sinceros e honestos também. Agrega-se a isso que, movidos por uma imensa “boa fé”, alguns tentaram evienciar através de fraudes pretensamente “bem intencionadas” que as informações não comprovadas têm suficientes indícios.

Na maioria das vezes não têm. Mas para quem vê em Sitchin um pesquisador sincero e honesto, como eu, a pretensa mitologia suméria é uma descrição de eventos nada fantasiosos. Ora, o córtex cerebral (o já velhinho “Dragões do Éden”, de Carl Sagan, é uma ótima leitura) ultrapassa em muito as potencialidades do Complexo R, ou Complexo Reptiliano. Esse cérebro organizado com potenciais inimagináveis num ser recentíssimo não parece nada condizente com a teoria da evolução. Até porque, apesar de alguma divergência, muitos têem que o ser humano não sabe utilizar bem o seu próprio cérebro.

Já pararam para pensar sobre a imensa tempestade de pensamentos que nos envolve a cada segundo do estado de vigília? As técnicas orientais (ou não) para o esvaziamento da mente continuam sendo ensinadas e quase nunca adiantam muita coisa, ao menos para o homem ocidental. É como um cavalo chucro que, a despeito de tentarmos manter sob rédeas firmes, pula para todo lado sem se importar se a estrada continua à frente ou do lado.

Então me vem a ideia de que, talvez (e apenas talvez), a mente humana seja algo em funcionamento precário, mal ajustado, mesmo nos melhores exemplos de genialidade. Quando lhe dizem que alguém é um gênio, digamos, em física ou matemática, o que lhe vem à imaginação? Certamente alguém com aspecto insandecido, cabelos desgrenhados, pouco atento à indumentária, que só se preocupa com sua lousa, prancheta ou computador. Claro que é apenas um estereótipo. Mas não terá sido à toa que assim pensamos.

É como se o indivíduo, para conseguir extrair mais de seu cérebro, tivesse que adentrar meandros que não domina em suas sinapses neuroniais.

Se for assim, tanto mais se firma a tese de que nosso cérebro advém de avanços não conquistados evolutivamente. Mas nosso DNA difere de um macaco em percentual muito baixo. A despeito de algumas variantes, o percentual costuma ser apontado como inferior a 3% ou 2%. Então as alterações necessárias para a construção de um cérebro avançado ocupa não muitas linhas do código de programação genético. Ao contrário do que possa parecer isso é condizente com a tese de manipulação genética. Afinal, alterar um ser com diferenças abissais em relação ao código-parâmetro seria, muito provavelmente, muito inviável.

Se há grande semelhança entre o homem e o símio, necessariamente haverá entre o símio e o código-parâmetro. Ora, se o código-parâmetro era o dos próprios Anunnakis, então chegamos a uma óbvia constatação: há muita similitude na formação dos seres, mesmo em plantetas distintos e períodos evolutivos extremamente distantes.

É impressão minha ou isso traz à consideração a panspermia? Como podemos imaginar que os Anunnakis sejam tão geneticamente parecidos com os símios terrestres? A aparência física depende de mínima expressão do código genético, de modo que isso não importa em nenhuma conclusão sobre a tipologia física, ou fenótipo.

Fico então com uma dúvida (uma?). Teria viabilidade a tese de que há alienígenas que se assemelham a répteis? Se houve algo como a panspermia, nada impede que nos outros orbes seres análogos as nossos répteis tenham existido ou existam. Também não é impossível que esses répteis tenham evoluído para a inteligência e consciência contínua. Não é impossível mas é improvável. Se fosse assim, por que então na Terra houve o desenvolvimento das aves e mamíferos, bem acima do estado evolutivo dos répteis? No mesmo passo, em Nibiru, é lícito assim imaginar, deve ter ocorrido também o desenvolvimento de répteis, aves e mamíferos, tal como muito depois ocorreu na Terra. Se não, como haveria tanta similaridade nas codificações genéticas? Por que num planteta os répteis se desenvolveriam até a consciência completa e noutros não? Há quem afirme que há alienígenas insectóides, sugerindo que teriam se desenvolvido a partir de algo como insetos. Não parece provável.

Enfim, não me parece plausível a tão defendida (arduamente) tese de que há extraterrestres com aparência de répteis. Mas não estou querendo ser iconoclasta. Apenas exponho meu ponto de vista.