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sexta-feira, 7 de outubro de 2022
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segunda-feira, 25 de julho de 2022
ROCHAS ERODIDAS
quinta-feira, 7 de janeiro de 2021
Liberdade, uma ilusória circunstância anímica.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2020
Vacinas e a Pandemia
domingo, 13 de dezembro de 2020
Pandemia... Nova Ordem Mundial?
Tão antigo quanto o homem é o medo de tudo o que lhe possa trazer a extinção, seja individual, seja coletiva.
Vejamos.
A maneira como observamos pode fazer de um cilindro apenas um círculo, ou um retângulo. É preciso ver em perspectiva para perceber-lhe os exatos contornos.
Mas haverá gente estertorando cuidar-se de um círculo e apenas isso. Outros tantos bradarão que não passa de um retângulo. Alguns deixarão que o tempo mostre que é um cilindro.
Pois é, atualmente ocorre o que já teve vez sabe-se lá quantas vezes na História...
O homem vive uma pandemia.
O medo faz com que a turma do círculo grite que é o fim do mundo, inevitável, fatal.
O pessoal do retângulo reitera o Imperador que protegia as artes e perseguia cristãos. Avisa que há uma elite mundial falseando tudo a fim de destruir as estruturas vigentes do poder e se estabelecer como única coroa de poder absoluto.
E os pobres diabos do cilindro, comentam aqui e ali que, realmente, as pandemias existem desde sempre, umas maiores, outras com menos letalidade. A do século XIII dizimou, acredita-se, cerca de 200 milhões de pessoas. Ora, 200 milhões naquela época... Era mesmo o caos. Não é à toa que ficou conhecida como Peste Negra. Paralelamente, sem dúvida, não faltam os que se aproveitam desses períodos de morticínio coletivo para tirar toda sorte de vantagem. A Igreja já vendeu indulgências...
A única conclusão razoável disso tudo é que não devemos abraçar essa, aquela ou aqueloutra tese com fulgor de verdade absoluta revelada aos que, de algum modo, dotam-se de percepção extraordinária...
O Leviatã de Hobbes, elevado à enésima potência da Nova Ordem Mundial, deve ter dificuldade de discernir o ponto exato entre expoliar todos os ovos de ouro mas, de modo algum, matar a galinha que os bota...
Grande problema.
Todos têm, cada qual consigo, uma fração de razão, da verdade.
Equivale a dizer que todos têm seu quinhão de erro, de falsa percepção da realidade.
O mundo já esteve na alça de mira da destruição no imaginário da maioria inúmeras vezes.
Por volta do ano 1000 os escandinavos barbarizaram indefesos mosteiros nas ilhas britânicas. Muitos clérigos viram ali, encarnados, os agentes do Caos Absoluto.
Duvido que alguém que tenha vivido o auge da Peste Negra, principalmente na Europa, pudesse dormir em paz achando que era tudo "só" um processo natural, "só" um teatro manipulado ou "só" um contexto caótico ao descontrole total de quem fosse.
Mas não é isso?
Ora, trocadilhos à parte, talvez o que explique tantas "explicações" para esses cataclismas que se extendem no tempo seja o medo atávico de não existir explicação alguma.
Ao ser humano cabe a limitante constatação de que o caos, quando muito, é um fragmento da ordem universal imperceptível...
sábado, 13 de junho de 2020
Pandemia - Junho/2020
Junho de 2020
Quando olhamos o passado e meditamos sobre as fases ruins que o mundo viveu, via de regra, tudo parece muito tenebroso.
Até a minha geração havia um motivo a mais para isso. Os registros antigos de imagem, fotografias ou vídeos, foram feitos em preto e branco e sob padrões hoje considerados péssimos de definição.
Não há dúvida.
Quando vemos imagens, por exemplo, dos grandes desfiles nazistas todo o tom majestoso ainda mais se transmuta para cenários trevosos sob as imprecações borradas e tremidas e com a voz do discurso metalizada e com ruídos.
Imagens da II Guerra causam tormentos não muito diferentes dos filmes tanto mais escuros e imperfeitos produzidos durante a I Guerra...
A Espanha de Franco também está na memória de quem não se resguarda de rever como já foi a vida.
Lá no início do conturbado século XX também está a Gripe Espanhola.
Aliás, nada mais
aterrorizante do que pensar em pandemias nestes tempos.
Seja como for, com a pandemia atual da COVID-19, percebemos que não é a mesma coisa saber ou conhecer alguma tragédia se compararmos com a experiência de vivenciá-la.
É menos assustador estar no barco que atravessa uma tempestade do que avistar de longe esse mesmo barco e contemplar sua travessia.
Exatamente isso que tenho sentido ultimamente.
E isso também me assusta muito.
Quando olho para as velhas catástrofes da humanidade, vejo-as como períodos insuportáveis. Só de contemplar um grupo de oficiais da SS, por exemplo, todo o horror do holocausto me retorna à alma, assim como numa catarse retroativa por comunhão arquetípica. Se é que me posso expressar assim.
Vendo os capacetes com pontas, o Grande Primeiro Conflito me retorna com os combates aproximados, inimigo matando inimigo olhando-o diretamente nos olhos.
E a peste?
As máscaras longas dos físicos com capas negras e enormes chapéus. Numa época em que nada se sabia sobre patógenos.
Na Gripe Espanhola, imensos hospitais improvisados com macas alinhadas, enfermeiras gravemente uniformizadas e a morte ceifando milhões no mundo todo.
Mas...
Que temos hoje?
Um vírus altamente vocacionado para as vias aéreas humanas. Altíssimo potencial de contágio.
As potências econômicas mundiais foram as primeiras a vivenciar o desespero de exaurir os sistemas de saúde público e privado. Corpos se acumulando em necrotérios. Em países pobres corpos foram abandonados na via pública.
Em época de comunicação plena e instantânea, notadamente via internet, a morte se desnudou em todo o planeta.
Mas esse é, efetivamente, o barco em que estamos agora.
Essa é a enorme e destruidora tempestade que estamos enfrentando.
Assusta-me muito perceber que a maioria das pessoas não se dá conta de qual é a realidade objetiva que está, minuto a minuto, sendo esfregada em nossas faces.
Tenho a impressão de que um dia alguém olhará para os registros históricos destes tempos e temerá. Na verdade tremerá.
Tremerá de medo porque, ao que tudo indica, máxime no Brasil, a COVID-19 vai matar muitos milhões de indivíduos.
O meu "hoje", este instante de escrita, é meados de junho de 2020.
Já passamos de 42.000 mortos desde o início da doença aqui, em janeiro de 2020.
Como será daqui a alguns meses?