quinta-feira, 30 de maio de 2013

Criações Fluídicas

Vale repisar o quanto exposto na Revista Espírita:

Revista Espírita 1865 » Maio » Sobre as criações fluídicas
(Sociedade de Paris, 14 de outubro de 1864)
(Médium, Sr. Delanne)

Eu disse algumas breves palavras sobre os grandes mensageiros enviados entre vós para realizar sua missão de progresso intelectual e moral em vosso globo.

Se, nessa ordem, o movimento se desenvolve e toma proporções que notais a cada dia, um outro se realiza, não só no mundo dos Espíritos que deixaram a matéria, mas também importante na ordem material. Quero referir-me às leis de depuração fluídica.

O homem não só deve elevar sua alma pela prática da virtude, mas deve também depurar a matéria. Cada indústria fornece seu contingente a esse trabalho, porque cada uma delas produz misturas de toda espécie. Essas espécies liberam fluidos que, mais depurados, vão juntar-se na atmosfera a fluidos similares, que se tornam úteis às manifestações dos Espíritos de que faláveis há pouco.

Sim, os objetos procriados instantaneamente pela vontade, que é o mais rico dom do Espírito, são colhidos nos fluidos semimateriais, análogos à constituição semimaterial do corpo chamado perispírito, dos habitantes da erraticidade. Eis por que, com esses elementos, eles podem criar objetos, conforme o seu desejo.

O mundo dos invisíveis é como o vosso. Em vez de ser material e grosseiro, ele é fluídico, etéreo, da natureza do perispírito, que é o verdadeiro corpo do Espírito, haurido nesses meios moleculares, como o vosso se forma de coisas mais palpáveis, tangíveis, materiais.

O mundo dos Espíritos não é um reflexo do vosso; o vosso é que é uma imagem grosseira e muito imperfeita do reino de além-túmulo.

As relações desses dois mundos sempre existiram, mas hoje é chegado o momento em que todas essas afinidades ser-vos-ão relevadas, demonstradas e tornadas palpáveis.

Quando compreenderdes as leis das relações entre os seres fluídicos e aqueles que conheceis, a lei de Deus estará próxima de ser posta em execução, porque cada encarnado compreenderá sua imortalidade, e a partir de então ele se tornará não só um ardente trabalhador da grande causa, mas ainda um digno servidor de suas obras.

MESMER


Ainda assim, no meio espírita não são poucos os que negam a ideoplastia ambiente... Pretensamente, pregam uma "verdade" puríssima estrita à letra fria de Kardec, ainda que em contraposição à Revista Espírita, uma de suas maiores obras...

sexta-feira, 24 de maio de 2013

RESUMO da noção de individualidade

O espírito desce em espiral até o ponto mais baixo da manifestação da consciência. Atinge o plano das formas, a matéria física, pela necessidade de premiar todos os ciclos de involução com a máximo de individualidade possível de ser experimentado.

Na individualidade plena a consciência só pode ter noção de si mesma e do mundo que a cerca através da dualidade. Todo o Universo no plano físico só existe por equilíbrio de forças contrapostas. É o fenômeno mental do Criador suprindo a necessidade evolutiva das centelhas que vivenciam experiências no plano das formas, sob inexcedível individualidade --- a condição humana.

A consciência contínua do homem atual e seu pretenso livre arbítrio é o limite da condição existencial ora reinante.

Retomar a ascensão em espiral importa na evolução em retorno à fonte única de todo fenômeno mental. O regresso ao Pai...

Nesse contexto, o homem necessita conquistar a noção de que a dualidade é --- apenas e tão-somente --- uma contingência existencial inafastável para a manifestação da Vida no plano das formas.

BEM e MAL não são forças opostas.

A SOMBRA se projeta tanto quanto maior for a LUZ defronte ao evolucionário.

A separação, a individualização, é a essência de todos os problemas... A união, a transcendência ao problema, é a plenitude que forja toda solução...

TRANSCENDER... Deixar de ser um para se tornar alguém em comunhão...

domingo, 12 de maio de 2013

Mães de verdade...

Por vezes já foi dito neste Blog, parafraseando Pascal, que a Natureza tem perfeições por ser a imagem de Deus e que tem imperfeições porque é apenas a imagem de Deus... Não serão poucas as pessoas que, por outro lado, vinculam a Natureza à imagem de uma Mãe. De fato, é a mãe geradora das formas de vida e provedora da evolução de cada uma delas. Mas, para isso, há também uma frase forte de Blavatsky... A Natureza é fria como uma tábua de mármore...

É preciso encarar com maturidade a nossa condição diante da Vida...

A ciência ortodoxa já avaliou que a Natureza não acalenta cada espécime com sua bondade e generosidade... Na verdade, preocupa-se como a espécie... Trocando em miúdos, pouco importa se esse ou aquele ser vai sobreviver, desde que a espécie sobreviva.

Nesse contexto, o meio ambiente prova, testa, experimenta e instiga cada espécie ao aperfeiçoamento, sob pena, pura e simplesmente, de extinção...

Não é diferente conosco.

Ainda assim, corroborando a máxima de que a Beleza é um atributo da evolução, há também muita poesia na Natureza.

Muito mais do que merecemos... Talvez por isso nos passe tão despercebida.

O zelo e carinho com que as mães em geral cuidam de seus filhotes é assustadoramente belo. O mais voraz predador lambe seus filhotes e deles cuida enquanto não estejam prontos para assumirem-se diante da Vida por si sós. Seja uma leoa, uma tigresa, uma orca, enfim...

Também aqui o ser humano desponta no contexto da Natureza como apenas mais um de seus filhos. 

Há mães e mães... Algumas abandonam seus filhotes à própria sorte... Felinos e caninos também fazem isso às vezes... Muitos já viram cachorras que adotam gatinhos abandonados... Ficou famoso o caso de tigresa que passou a amamentar porquinhos...

Curioso, não é mesmo?

A Natureza nos dá conta de que MÃE, mãe mesmo de verdade, é de fato quem cria, quem ama, quem cuida...

Por isso gosto muito de pensar que a tábua de mármore fria da Natureza é, na verdade, apenas uma trilha lisa e bem definida do caminho a percorrer...

As MÃES são aquelas que, tocando-se do impulso inato com que o Pai Eterno acaricia tão especiais seres de sua criação, não se importam com a espécie e simplesmente exercem a Força que move a Vida de todo o Universo: o AMOR...

A todas as MÃES, minha humilde e sincera homenagem...

domingo, 14 de abril de 2013

Perdoar... Let it be...

Perdoar... Temos a renitente mania de imaginar que perdão seja algo magno que concedemos a um semelhante cuja conduta nos tenha atingido por força de sua inferioridade...

Imagino que perdoar, em essência, é não permitir que o ato nos desperte o personalismo em tons de revolta, ira ou desejo de vingança.

Na verdade, sempre que perdoamos alguém como uma "doação de amor", estamos, a bem da verdade, polindo nosso ego com o ideário de uma mal dissimulada vingança fundada no desejo de esfregar-lhe à face nossa superioridade.

Se alguém nos comete uma agressão, física, moral ou ambas, é perfeitamente natural que nosso imenso acervo de instintos, notadamente o de conservação, seja acionado remetendo-nos a reações de fuga, luta ou simplesmente raiva.

O erro não está em sentir os efeitos que a evolução nos amoldou por necessidade de sobrevivência. O erro está em cultuar esses efeitos na realização de condutas desnecessárias (se forem necessárias, serão mera defesa), iniciando um projeto de vingança que, como dito, poderá ser até mesmo uma requintada atitude de falso perdão, na verdade uma encenação enunciativa do grau de inferioridade do agressor.

Certa vez já se disse "let it be"...

Quando formos agredidos e não houver necessidade de desforço imediato para afastar a agressão (temos o dever de manter nossa integridade), amaremos verdadeiramente nosso "inimigo" através do perdão real: falar é prata, calar é ouro. Deixe estar... Isso sim exige desprendimento.

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sexta-feira, 29 de março de 2013

Imagens de NIBIRU? Não creio...

Há muito sendo dito sobre a aproximação de Nibiru (ou Hercólubus, ou Nêmesis, ou Planeta X, ou, enfim...). Há gente indicando sites da NASA, notadamente o www.helioviewer.org, como fontes de “prova” de sua observação.

Pois bem.

Por curiosidade fui ao referido site e consultei as coordenadas indicadas na internet como a tal prova. Aparece mesmo algo próximo do Sol. Mas, com um pouco mais de curiosidade e um pingo de espírito investigativo, observei que de 2007 até este ano (2013) a tal imagem de algo próximo do Sol permanece, mudando um pouco de lugar.

Vejam as imagens que salvei:

JANEIRO DE 2013


JANEIRO DE 2012


JANEIRO DE 2011


FEVEREIRO DE 2010


 NOVEMBRO DE 2008


JANEIRO DE 2007


Ou Nibiru está visualmente próximo do Sol há anos ou não se trata dele... Alguém se habilita a uma explicação?

sábado, 23 de março de 2013

Lenda Maçônica e Espiritualismo

Neste mesmo Blog já abordamos a Lenda Maçônica, vendo o simbolismo e o significado dos conceitos de Filhos do Fogo e Filhos da Água. Duas sendas de elevação serpenteiam entre si, cada qual levando consigo os que se afinam mais com a religiosidade e transcendência pela prece, e os que sintonizam com a vida de realizações, tomando nas mãos e suor as tarefas a que se dispõem, inclusive na edificação de si mesmos perante o Criador.


Também já vimos que a igreja latina estabeleceu um credo baseado no medo e na exploração, mancomunando-se com o poder do imperador para tornar-se, tempos depois, a grande senhora feudal. Paralelamente os cultos pagãos mantiveram acesa a chama dos ensinos antigos, mantidos em irmandades secretas, hoje apenas discretas.

Agora uma questão intrigante.

Na Lenda Maçônica vimos que a tentativa de unir os dois veios em que se dividiu a humanidade malogrou --- e estamos, é bom lembrar, em seara simbólica --- pela ação dos Filhos da Água, que buscaram apagar o Fogo com que Hiram trabalhava na edificação do Templo de Salomão.

Ora, se estamos vivenciando no aqui e agora os tão decantados tempos (os tempos são chegados), como entender a reunificação dos Filhos?

Observemos o que vem acontecendo praticamente em todo o mundo, porém mais nitidamente no Ocidente. As pessoas não se mostram mais dispostas à assunção de uma vida inerte e contemplativa, até porque o dia a dia das últimas décadas não comporta esse estilo de vida. Não há, tampouco, uma busca de elevação espiritual ao encontro dos ensinamentos tradicionais das antigas escolas de mistérios. Num e noutro caso, só mesmo à conta de exceções identificamos indivíduos com nítida vocação para filho do fogo ou filho da água.

No seio da igreja latina surgiram movimentos como a renovação carismática, com uma feição bem mais próxima dos cultos evangélicos. Esses, por sua vez, reúnem assembléias com centenas de pessoas e, sob êxtase religioso, realizam os mais veementes trabalhos de desobsessão espiritual, dignos dos terreiros de umbanda e candomblé.

Considerando que os profitentes dos cultos afro-brasileiros têm um perfil bem mais pragmático do que devocional, vemos um autêntico amálgama entre os pendores da água e do fogo.

São tempos confusos esses que vivemos.

Filhos do fogo e da água imergiram em buscas interiores que, de modo consistente com a harmonia universal, compeliam mesmo ao equilíbrio necessário a que a Lenda Maçônica faz alusão, frustrado pela tentativa de eliminar o fogo com a água.

Hoje encontramos pessoas de senso prático e realizador evidentes procurando nas preces algo que não podem definir... Infelizmente não têm encontrado.

Há os que, também, esquecem seus terços e partem para o enfrentamento de questões metafísicas e místicas... Da mesma forma, não vêm obtendo bons resultado em geral...

Mas, ainda assim, que bom que estão ousando em seara até então alheia!

Nos últimos tempos estamos assistindo a um amplo embaralhamento de crenças e tendências... Parece superficial dizer assim, mas é o que se vê por aí. Preste atenção ao seu derredor.

O Espiritismo, ao menos no Brasil, é uma evidência fortíssima disso.

Kardec estabeleceu as bases da doutrina dita dos Espíritos, codificando os vários ensinamentos que, de modo sintético e extremamente pragmático, reuniram vários conceitos da religiosidade ocidental estabelecida pelo cristianismo. Jesus foi redivivo na condição de avatar, conquanto em ponto algum dos livros seja assim referenciado.

Ao desenvolver-se no Brasil, o Espiritismo ganhou ampla influência de Roustaing, um espiritista que ousou reescrever princípios da doutrina com base no conhecimento e convicções que tinha, oriundos da cultura religiosa de sua formação. Foi contemporâneo de Kardec e lançou-se ao conhecimento de outrem através de obra que juntava os ensinos espirituais resenhados pela codificação espírita com os valores da fé cristã tradicional, principalmente católicos.

Nesse bailar de fogo e água, o cristianismo passou a adotar novamente, ao menos entre os espíritas, o conceito de reencarnação e, apesar de não se usar esse termo, de carma.

Não defendo nem Roustaing, nem Kardec. Assim como não defendo a Teosofia em prejuízo de nenhuma outra corrente espiritualista ocidental. Tampouco creio que nos livros da mais remota tradição oriental se ache a chave única das verdades universais.
 
Mas creio que é dessa fusão, aparentemente caótica, entre fogo e água que o homem atual poderá realizar sua obra mais importante: a reintegração do senso místico com a vida prática do dia-a-dia.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

HOMENS, ANJOS E A QUEDA


A simbologia religiosa católica deturpou os ensinos dos antigos. 
No contexto das pesquisas acerca do tema "Queda", há aspectos apontados por Max Heindel que merecem reflexão.
Para que o homem pudesse atingir a plena restrição na matéria, experimentando a individualidade plena com consciência de si mesmo e, a partir desse ponto, ter capacidade de aprender e continuar a desenvolver-se, necessitava de um órgão igualmente capaz de receber, acolher e manifestar essa consciência. Numa palavra: necessitava do cérebro físico.
O desenvolvimento do cérebro físico, suficientemente desenvolvido a ponto de ser um veículo da consciência no plano da matéria densa, demandava um imenso desforço de energias do poder criador da mônada. Os Senhores da Forma impulsionavam o ser humana a tais realizações, mas não sem o custo de grande parte do potencial criador do espírito assim submetido nas graves delimitações da matéria.
O impulso criador da mônada individualizada, para o fim de direcionar todos os recursos de desenvolvimento do cérebro físico humano, não seria suficiente a não ser que o ser humano passasse a vivenciar suas jornadas na matéria em sexos separados.
Com cerca da metade de seu potencial criador destinado ao desenvolvimento do cérebro, a mônada só poderia desenvolver o restante do organismo para uma atividade polarizada, sob pena de ver-se em déficit se o organismo tivesse que sustentar toda a complexidade de um ser naturalmente hermafrodita.
Por isso o espírito passou a nascer no plano da matéria como homem ou como mulher. O organismo desenvolveu o cérebro e, em cada jornada, apenas um dos pólos da energia criadora ambientada na fisiologia sexual.
Certamente, o espírito virginal inserido no plano da matéria densa continua sem polaridade sexual. Mas manifesta-se nos limites dessa polaridade em cada vida material. Assim, pôde desenvolver um órgão físico capaz de ambientar sua consciência e continuar desenvolvendo-se.
Eis aí um ponto de extremo interessse!
A humanidade do Período Lunar, que hoje são os Anjos, desceu até o plano mais denso daquele período: o plano etérico.
Não chegou ao plano material.
Portanto, os Anjos de hoje jamais tiveram um cérebro físico.
A consciência e sabedoria por eles flui a partir da Fonte, individualizando-se somente até certo ponto, um ponto menor do que o grau de individualização e restrição da humanidade atual. É por isso que os atrasados do Período Lunar acham-se em missão junto aos homens da Terra. Ajudam os homem a reconquistar o fluxo de energia de uma só polaridade para o equilíbrio que um dia deverão reconquistar, sublimando os caracteres tanto da feminilidade como da masculinidade, de modo a fazer com que esse fortíssimo vetor de energia, que é a energia sexual, seja direcionado aos padrões mais elevados da consciência.
Numa palavra: buscam angelizar o homem animal.
É uma missão para esses atrasados do Período Lunar porque, na condição de atraso em que se acham, necessitam da proximidade com os homens para JUNTAMENTE COM ELES aprenderem a dominar tudo o que o extremo de restrição e individualidade proporciona. Devem aprender junto com os homens porque, sem os homens, nada aprenderiam por não terem jamais amoldado um cérebro físico. Como atrasados que são, é assim que retomarão a ascensão aos seus pares através da experiência junto dos pupilos que desceram à materialidade plena.
Despiciendo dizer que os atrasados do Período Lunar, conquanto atrasados, têm conquistas muito sublimes quando comparados aos espíritos virginais que atingiram o nadir da individualização neste Período: os homens.
Vejamos o que Heindel diz no Conceito Rosacruz do Cosmos:

Quando em meados da Época Lemúrica se efetuou a separação dos sexos (na qual trabalharam Jeová e seus Anjos), o Ego começou a agir ligeiramente em seu corpo denso, criando órgãos internos. Naquele tempo, o homem não tinha plena consciência de vigília, tal como possui hoje mas, com metade da força sexual, construiu o cérebro para expressão de pensamento, na forma já indicada. Estava mais desperto no Mundo Espiritual do que no Físico, mal podia ver seu corpo e era inconsciente do ato de propagação. A afirmação da Bíblia de que Jeová adormeceu o homem, nesse ato é correta. Não havia nem dor nem perturbação alguma relacionada com o parto. Sua obscura consciência do ambiente não o inteirava, ao morrer, da perda do corpo nem, ao renascer, da entrada noutro corpo denso.
Recorde-se: os Espíritos Lucíferos eram uma parte da humanidade do Período Lunar, os atrasados da onda de vida dos Anjos. Eram demasiado avançados para tomarem um corpo denso físico mas, necessitando de um órgão interno para aquisição de conhecimento, podiam trabalhar através de um cérebro físico, coisa fora do poder dos Anjos ou de Jeová. Esses espíritos entraram na coluna espinhal e no cérebro e falaram à mulher, cuja imaginação, conforme já se explicou, tinha sido despertada pelas práticas da Raça Lemúrica. Sendo a consciência predominantemente interna, pictória, e porque tinham entrado em seu cérebro por meio da medula espinhal serpentina, a mulher viu aqueles espíritos como serpentes.
No preparo da mulher estava incluído assistir e observar as perigosas lutas e feitos dos homens que se exercitavam no desenvolvimento da vontade. Muito frequentemente os corpos morriam nas lutas.
A mulher surpreendia-se ao ver essas coisas tão raras e tinha obscura consciência de que algo estranho acontecia. Embora consciente dos espíritos que perdiam seus corpos, a imperfeita percepção do Mundo Físico não lhe dava poder para revelar aos amigos que seus corpos físicos tinham sido destruídos.
Os Espíritos Lucíferos resolveram o problema abrindo-lhe os olhos. Fizeram-na ciente dos corpos, o seu e o do homem, e ensinaram-na como podiam conquistar a morte, criando novos corpos. A morte não poderia mais dominá-los porque, como Jeová, teriam o poder de criar à vontade.
Assim, Lúcifer abriu os olhos da mulher, e ela, vendo, ajudou o homem a abrir os seus. Desta maneira, de forma real, se bem que obscura, começaram a conhecer ou a perceber-se uns aos outros e também ao Mundo Físico. Fizeram-se conscientes da morte e da dor, aprendendo a diferenciar o homem interno da roupagem que usava e renovada em cada vez que era preciso dar um novo passo na evolução. O homem deixou de ser um autômato. Converteu-se num ser que podia pensar livremente, à custa de sua imunidade à dor, às enfermidades e à morte.
Interpretar o comer do fruto como um símbolo do ato gerador não é uma idéia absurda, como demonstra a declaração de Jeová (que não é um capricho, mas a declaração formal das consequências que adviriam do ato): morreriam e a mulher teria seus filhos com dor e sofrimento. Jeová sabia que o homem, agora com a atenção fixada em sua roupagem física, perceberia a morte, e que, não tendo ainda sabedoria para refrear as paixões e regular a relação sexual pelas posições dos planetas, o abuso da função produziria o parto com dor.
Para comentadores da Bíblia sempre tem sido um enigma relacionar o comer de uma fruta com o nascimento de uma criança. A solução é bem fácil quando se compreende que o comer a fruta simboliza o ato gerador, ato pelo qual o homem se converte em algo "semelhante a Deus", conhece sua espécie e capacita-se para gerar novos seres.
Na última parte da Época Lemúrica, quando o homem se arrogou o direito de praticar sem peias o ato gerador, foi sua poderosa vontade que lhe permitiu realizá-lo.Comendo da árvore do conhecimento quando quisesse, capacitou-se para livremente criar um novo corpo ao perder o antigo veículo.
Geralmente, a morte é considerada algo temível. Se o homem também tivesse comido da árvore da Vida teria aprendido o segredo de vitalizar perpetuamente seu corpo, o que teria sido ainda pior. Nossos corpos atuais não são perfeitos mas os desses tempos antiquíssimos eram excessivamente primitivos. Por isso, foi bem fundada a medida quando as Hierarquias Criadoras impediram o homem de "comer da árvore da vida", impedindo de renovar o corpo vital. Se o tivesse conseguido ter-se-ia feito imortal mas não poderia mais progredir. A evolução do Ego depende da evolução dos seus veículos. Se não pudesse obter novos e mais perfeitos veículos por meio de sucessivas mortes e renascimentos, ter-se-ia estagnado. É máxima oculta: quanto mais frequentemente morremos, melhor poderemos viver. Cada nascimento proporciona uma nova oportunidade.

Heindel oferece mais ensinamentos em outra obra, igualmente esclarecedora (“Maçonaria e Catolicismo”):

Na época em que metade da força sexual humana foi dividida com o propósito de construir o cérebro, os homens estavam desamparados e não sabiam como superar essas condições. Não tinham nem mesmo consciência para compreender que havia uma dificuldade e se não tivesse havido ajuda externa, a raça teria desaparecido. Portanto, os Anjos da Lua, que eram os guardiães da humanidade, agrupavam os sexos em grandes templos quando as linhas interplanetárias de força eram propícias à propagação e, assim, perpetuavam a raça. Foi proposto também que, quando o cérebro se completasse, os Senhores de Mercúrio, os Irmãos Maiores de nossa atual humanidade, que possuiam uma inteligência excepcional, deveriam ensinarnos como usar a mente e torná-la realmente criadora para que não mais ficássemos dependentes do processo de geração através da separação sexual, agora em voga. Pelo trabalho destas duas grandes Hierarquias fomos elevados da inconsciência para o primeiro estágio de inteligência criadora, do vegetal para Deus.
Aprendemos que este plano foi frustrado pelos Espíritos de Lúcifer, os atrasados da humanidade do Período Lunar, que vivem no planeta Marte. Eles precisavam de um campo físico de ação, mas não foram capazes de criar um para eles próprios; daí, por razões egoístas, ensinaram à humanidade como, com a cooperação dos sexos, um novo corpo podia ser criado a qualquer momento e, para dar um incentivo maior, instilaram na humanidade a natureza passional animal que possuímos hoje.
[...]
Quando o aspirante à vida superior era instruído nestes mistérios de simbolismo e chegava o momento de falar-lhe claramente, novos ensinamentos eram-lhe comunicados, não necessariamente nestas palavras ou desta maneira. De qualquer modo, ficava claro para ele que - "anatomicamente o homem relaciona-se com os animais, e abaixo desse reino, na escala da evolução, estão as plantas. Elas são puras e inocentes, suas práticas de propagação são destituídas de paixão, e toda sua força criadora está voltada para cima, em direção à luz, onde se manifestam como a flor, proporcionando prazer e beleza para todos que a vêem. Todavia, as plantas são incapazes de agir de outra maneira, pois não têm inteligência, consciência do mundo externo, nem livre arbítrio para a ação. Portanto, só podem criar no mundo físico".
"Acima do homem, na escala de evolução, estão os deuses, criadores nos planos espiritual e físico. Eles também são tão puros como as plantas, pois toda sua força criadora está voltada para cima e ela é usada de acordo com a sua inteligência; sendo assim, conhecendo o bem e o mal, eles sempre escolhem fazer o bem".
"Entre os deuses e o reino vegetal fica o homem, um ser dotado de inteligência, poder criador e de livre arbítrio para usá-lo para o bem ou para o mal. No momento, ele está dominado pela paixão instilada pelos espíritos de Lúcifer e envia metade de sua força criadora para baixo, para gratificar seus sentidos. No mais íntimo de sua alma ele percebe que isto está errado, e esconde esse instinto com vergonha, sentindo-se aborrecido quando isto é trazido à luz. Esta condição deve ser alterada para que possa haver o progresso espiritual e é necessário levar-se em consideração a semelhança entre a planta casta e os puros deuses espirituais, sendo que ambos voltam toda sua força criadora para cima, em direção à luz. No decorrer da evolução, o homem elevou-se acima da planta que possui poder criador somente no mundo físico, e tornou-se igual aos deuses, possuindo poder criador nos planos mental e físico da existência, além da inteligência e do livre arbítrio para dirigi-lo. Isto foi conseguido pelo desvio de metade de sua força sexual para cima para construir um cérebro e uma laringe, órgãos que ainda são alimentados e nutridos por esta elevação da metade da força sexual. Porém, enquanto os deuses dirigem toda sua força criadora para propósitos altruístas pelo poder da mente, o homem ainda desperdiça metade de sua herança divina no desejo e na gratificação dos sentidos. Portanto, se quisermos ser iguais a eles, precisamos aprender a dirigir toda nossa energia criadora para cima. para ser usada inteiramente sob a direção de nossa inteligência. Só assim poderemos ser iguais aos deuses e criar de nós mesmos pelo poder de nossa mente e pela Grande Palavra, pela qual poderemos enunciar o Fiat criador. Lembremos que, fisicamente, já fomos um dia hermafroditas como a planta, e capazes de criar por nós mesmos. Olhando para o futuro através da perspectiva do passado, percebemos que a atual condição unisexual é somente uma fase temporária de evolução e que, no futuro, toda nossa força criadora deverá ser dirigida para cima afim de sermos espiritualmente hermafroditas e capazes de objetivar nossas idéias e pronunciar a palavra vivente que nos dotará de vida e nos fará vibrantes com energia vital. Esta dual força criadora, assim expressa pelo cérebro e pela laringe, é o "elixir vitae" que surge da pedra viva do filósofo espiritualmente hermafrodita. O processo alquimista de despertá-lo e elevá-lo é realizado na medula espinhal onde o sal, o enxofre, o mercúrio e o Azoth são encontrados. Ele é elevado à incandescência pelo pensamento sublime e nobre, pela meditação sobre assuntos espirituais, e pelo altruísmo expresso na vida diária. A segunda metade da energia criadora assim atraída para cima através do canal espinhal, é um espírito-fogo espinhal, a serpente da sabedoria. É conduzido cada vez mais para o alto e, ao alcançar o corpo pituitário e a glândula pineal no cérebro, faz com que elas vibrem abrindo os mundos espirituais e capacitando o homem a se comunicar com os deuses. Então, este fogo se irradia em todas as direções, permeia todo o corpo assim como sua atmosfera áurica, e o homem se torna uma pedra viva, cujo brilho supera o do brilhante ou o do rubi. ELE é então "A Pedra Filosofal".


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