quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mística Quântica? Relatividade Esotérica?

Há várias referências à física quântica no meio esotérico atualmente. Em boa parte, deve-se isso às contribuições de Capra em O Tao da Física e O Ponto de Mutação. Mas nada supera a referência mais festejada nos dias de hoje: Amit Goswami. Físicos ortodoxos continuam torcendo veementemente o nariz. refutando a postura mística com que seus colegas escrevem sobre essa área tão estranha da mais conservadora das ciências.
Mas a física quântica é, mesmo, muito mística. Queiram ou não os físicos materialistas, é muito difícil deixar de reconhecer certos paralelos entre o que diz a física atômica e o que os antigos estudiosos do ocultismo, tanto no oriente como no ocidente, já vinham afirmando. Goswami chega a afirmar que o descrímen entre os resultados possíveis de um experimento quântico decorre da consciência de quem observa o fenômeno.
Seja como for, jamais o conceito de maya ficou tão evidente como agora que a física de partículas nos acena com um autêntico tudo é ilusão.





 Uma partícula, um corpúsculo, uma pequena porção de matéria... Será? O bom de não ser um cientista é que podemos pensar sobre os conceitos com que eles trabalham sem nenhum compromisso. Acho que é isso que os deixa tão irritados...
Uma partícula. A confluência de inúmeras onduletas em fase, somando-se em amplitude, gera uma resultante de grande energia. Uma singularidade. Para o observador será uma partícula. Uma onduleta de enorme amplitude, uma forte curvatura do espaço. Uma dobra retorcida que se desloca na textura do espaço.
Espaço... Eis um conceito que fervilhou na mente do genial Einstein. O pai da relatividade jamais aceitou os postulados da mecânica quântica. Conversou com Bohr e não chegaram a nenhum ponto comum. No entanto, cunhou esquisitices tão maravilhosas quanto. A gravidade, por exemplo, não é a ação de um campo de força. Imaginemos um corpo massivo, gravitando no espaço vazio, como uma bola de boliche colocada sobre um pano. A deformação do pano serve como referência aproximada da deformação que os corpor massivos geram no espaço. Uma bolinha de gude solta na beirada do pano corre em direção à grande bola de boliche. Eis aí um modelo que demonstra o que seria a gravidade exercida pelo corpo massivo aos corpos menores que o circundam.
Enfim, se o espaço se curva, se deforma, mantendo contudo o todo preenchido por sua textura onidirecional, conceber que o tempo se altera é bem menos dramático. É até desnecessário. Ora, próximo da velocidade da luz o corpo vence uma dada distância em menos tempo. Se aplicarmos a física newtoniana, o tempo que levaria para ir de A até B não pode ser definido pelas leis clássicas do movimento. Então, de duas uma: ou o tempo passa mais lentamente, ou o espaço se encurta. Diante da noção relativística de gravidade, chega a ser confortável imaginar que é o espaço que se encurta.
Imagino a expressão de Sir Isaac Newton...
Outro ascpecto que costuma ser ignorado pelos físicos ortodoxos é que o nosso inexcedível Newton, que concebeu a Física a partir de sua genialidade, passou mais tempo de sua vida pesquisando metafísica do que físcia propriamente dita... Teceu interessantes cogitações.

A ocupação principal da filosofia natural é discutir, a partir dos fenômenos, sem disfarçar hipóteses, e deduzir causas de efeitos, até chegarmos à causa primeira de todas, que, certamente, não é mecânica; e não somente desvendar o mecanismo do mundo, mas, principalmente, resolver estas e outras questões similares. O que há em lugares quase desprovidos de matéria, e por que é que o Sol e os planetas gravitam, uns em direção aos outros, sem matéria densa entre eles? Por que motivo a natureza nada faz em vão; e por que surge toda aquela ordem e beleza que vemos no mundo? Para que propósito existem os cometas, e por que os planetas se movem, todos, da mesma forma, em órbitas concêntricas, enquanto que os cometas se movem de outras maneiras em órbitas muito excêntricas, e  o que impedem as estrelas fixas de caírem umas sobre as outras? Como os corpos dos animais são concebidos com tanta arte, e para que fins seriam suas diversas partes destinadas? Foi o olho criado sem o conhecimento da ótica, ou o ouvido sem o conhecimento dos sons? Como os movimentos do corpo seguem a vontade, e de onde vem o instinto dos animais? Não é o sensório dos animais aquele lugar em que está presente a substância sensória, e no qual as espécies perceptíveis das coisas são levadas através dos nervos e do cérebro, para que lá possam ser percebidas, por sua presença imediata, por aquela substância? E, sendo essas coisas executadas corretamente, não parece, a partir dos fenômenos, que haja um ser incorpóreo, vivo, inteligente, onipresente, que, no espaço infinito, como se fosse seu sensório, vê as coisas intimamente, e as percebe inteiramente, e as compreende completamente pela sua imediata presença perante ele?. (NEWTON, I. O Peso e o Equilíbio dos Fluidos, trad. de L.J.Baraúna, Nova Cultural, 1991, Newton. Isaac, 1730, págs: 344 e 345). 



domingo, 17 de julho de 2011

Espiritualismo / Aliens / Mitos Antigos

De tempos em tempos o tema se reacende. Documentários bem produzidos se revezam com más produções acerca do tema. Haveria uma correlação entre a tradição esotérica dos povos e a tese de Erich van Däniken? Para quem não gosta de Däniken, lembremos que há muitos estudiosos dos chamados "Astronautas Antigos". A tese remonta aos escritos sumérios.

O povo sumério viveu no sul da Mesopotâmia, onde hoje está o Iraque. São os autores dos registros literários mais antigos da humanidade, ao menos pelo que se sabe até hoje. E estes registros são, no mínimo, muito curiosos.

Os Mitos Antigos terminam se mostrando uma sucessão de uma mesma história. O Mito Solar dos antigos egípcios, como já abordado, foi transposto à cultura hebraica e nos chegou, através do Novo Testamento, como a história de Jesus. Hórus e Jesus comungam da mesma trajetória perante a Humanidade. Não tem sentido nem finalidade alguma "defender-se" um ou outro. De nada importa, senão o ensinamento transmitido.

Mas também os registros mais antigos são releituras de uma mesma epopéia. Os sumérios já nos falavam do mesmo dilúvio que teimosamente se apresenta em outras tradições.

Alinhavando tudo chegamos a uma quase bizarra concepção. Os Anunnakis são apresentados como divindades, significando, segundo os estudiosos, algo como "os que vieram do céu". Basta dar uma singela olhada nos registros gráficos dos sumérios para ficarmos tentados a concordar com os que defendem serem, mesmo, astronautas os deuses da humanidade. Claro que há muitas bobagens, teorias mirabolantes que pululam por toda a internet; porém, filtrando-se com cuidado, podemos achar informações históricas que confirmam a extrema semelhança das divindades sumérias com astronautas. Ademais, o conhecimento sumério sobre astronomia era surpreendentemente desenvolvido.

Paralelamente, o homo sapiens parece uma aberração da natureza. Como assim? Ora, ninguém consegue explicar como, de repente, surgiu o homem com sua célere capacidade de aprender. Na escala de tempo geológico, o homem surgiu agora há pouco. Ainda assim, sendo um mamífero totalmente indefeso por longa infância, simplesmente deu o ar da graça e resolveu ficar...

Os estudiosos da tradição suméria defendem que os extraterrestres, os Anunnakis, vieram e geraram híbridos com os primatas que por aqui havia. Como e para que são perguntas que mais trazem confusão do que esclarecimento. Com base nos textos antigos dos sumérios, há quem diga que assim o fizeram porque precisavam gerar escravos suficientemente aptos para suas atividades.

Não creio que se possa fazer qualquer ilação desse porte... Já é bastante pensarmos que os gens dos primatas possam ter sido manipulados por seres suficientemente avançados.

Teimo em pensar que esse tema vai continuar por aqui.






domingo, 10 de julho de 2011

Abra sua mente às ideias estranhas

Existem verdades cuja maior virtude é nos fazer conscientes de que nada é mais ilusório do que uma certeza. Pensemos na física newtoniana. Basta a leitura de um livro de divulgação científica sobre física relativística ou mecânica quântica para nos darmos conta de que a física newtoniana, perfeita para a experiência comum do ser humano, nada significa para os fenômenos do macro ou do microcosmo.

Nada significar, aliás, chega a ser um eufemismo. A física newtoniana, arrastando consigo nossas mais sedimentadas convicções, desce pelo ralo quando o tema é a relatividade ou a física subatômica.

Newton faz com que simples mortais, como eu, sintam-se ameboides... Por exemplo, desenvolveu o cálculo diferencial e integral porque precisava de uma ferramenta matemática para expressar o seu raciocínio. Até hoje tenho dificuldade em resolver problemas matemáticos sobre limites e derivadas. Talvez deva me considerar pouco menos do que uma ameba perto de Newton...

Mesmo assim, nada do que genialmente ele compreendeu do universo serve para o macro ou para o microcosmo. Graças a Deus não precisamos ser físicos teóricos para conhecer ao menos os conceitos rudimentares da física do macro e do micro. É como uma vingança. Não chego nem perto de Newton mas sei que toda a sua genialidade não impediu que Bohr e Einstein viessem para revogar o caráter absoluto de sua física pretensamente onisciente. Claro que a minha distância de Newton é menor do que a que me separa de Einstein ou Bohr... Melhor nem comentar que esses dois gênios não concordavam em nada...

Enfim, o que nos interessa, aqui no substrato do QI normal, é que uma verdade só vale dentro de certos limites.

Estamos falando de uma ciência estruturada e submetida ao mais rigoroso método depurativo de comprovações de toda ordem. Nada disso impede que existam verdades e verdades. Que poderíamos dizer das questões transcendentes? Será que merecem melhor sorte as ditas verdades sagradas? Duvido muito...

Chamo verdades sagradas a todos os postulados que, seja por que motivo for, estejam em algum recipiendário da crença humana. Não apenas os postulados religiosos, como também aqueles que aceitamos por nos bater com foros de verdade.

Concordo que não tem nenhum senso prático discutir, por exemplo, sobre a Divindade... O homem cria Deus à sua imagem e semelhança desde sempre. Não poderia acrescentar nada.

Contudo, dentro dos limites de nossa capacidade interpretativa, em homenagem ao sentido essencial do termo inteligência, proponho que tenhamos por orientação fundamental que tudo é relativo. Claro que a simples frase tudo é relativo é, por si só, um postulado absoluto; mas, tudo bem, já que não desejamos ficar oscilando no pêndulo de nossas paupérrimas possibilidades de comunicação.

Veja-se que a Física bem nos mostra o aspecto cíclico do desenvolvimento do conhecimento. Uma concepção inicialmente tida como absurda costumeiramente acaba sendo aceita posteriormente, sob novos fundamentos. Insisto, isso ocorre com a Física.

Ora, por muito mais forte razão, nas sendas do conhecimento desprovidas do rigor do método científico, devemos ter por premissa que ideias aparentemente absurdas podem, sim, ter fundamentos que, apenas e tão somente, ainda nos são desconhecidos.

Da mesma forma, tanto quanto os cientistas ofertam explicações o mais completas quanto possível, momento a momento no desenvolvimento da ciência, os buscadores das verdades espirituais devem sempre ter em mente que os conceitos e explicações, sejam de que mestre sejam, devem ser aceitas como o que nos cabe momento a momento no desenvolvimento do ser humano.

Nem Isaac Newton nem os mestres mentem.

A diferença entre eles é que o cientista limita-se por si mesmo, enquanto que os mestres respeitam-nos os limites. Porém nenhum deles pretende que seja alguma forma de sacrilégio buscar além do que está, em cada momento, esclarecido.