Muito se vem falando, acertadamente, sobre a percepção essencialmente ilusória da pretensa realidade imediata em que nós, encarnados, nos embalamos. Não é à toa que algumas expressões, de tão óbvias, só ficam claras depois que ampliamos os limites de nossos conceitos. Exemplo: estamos no plano das formas.
Francamente, a expressão é óbvia por si só... O aqui e agora de cada um de nós é, tão somente, uma dimensão de formas. Ninguém disse que é um plano essencial, ou de conteúdo... Sempre e sempre o que se afirma é que é um plano de "formas".
Um holograma é, na prática, um imenso enredamento de formas. O universo holográfico, paralelamente a todas essas considerações filosóficas, acha-se nas cogitações da ciência mais ortodoxa. Quando um pesquisador abre o crânio de um cadáver a fim de estudar o cérebro em sua intimidade anatômica, apenas consegue ver a holografia que o seu próprio cérebro gera sobre o que seja um... cérebro... Enfim, uma estrutura de hardware que interpreta tudo e tudo a partir de impulsos elétricos é utilizada para entender, a partir dos impulsos interpretados, como essa estrutura funciona... Nem a mais brilhante engenharia reversa permite imaginar que isso pode dar certo...
O mais árduo e doloroso para cada um de nós, talvez, seja concordar que somos construtos fictícios de um imenso enredamento de formas, com uma pequena parcela de processamento de dados. Algo assim como terminais muito restritos, com um chip de potencial mínimo apenas capacitado a perceber e saber-se existente no seio de uma inimaginável rede que, na grande maioria das vezes, não pode ser inteligida pelo terminal...
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