Deuses de Luz / Deuses de Trevas
Há um pano de fundo comum às tradições mais primitivas de muitos povos da Antiguidade. Esse pano de fundo, basicamente, se assenta na idéia de que Deuses "descem" à Terra e se encarnam na humanidade --- simbolismo da Queda. Brahma, precipitado por Bhagavan, ou Júpiter por Cronos (Saturno), constituem a visão pagã antiga para o Filho que vem à Terra, partindo do Pai. No Egito havia Osíris, Ísis e Hórus, este o Filho.
Desde que vivendo na Terra --- vivendo no plano físico --- o padrão vibracional denso demarca a Queda.
A Natureza demarca nos homens e em todos os animais um desejo apaixonado, inerente e instintivo, de liberdade e livre arbítrio. Blavatsky menciona o poema de Milton (Paraíso Perdido), com a frase célebre:
"É preferível reinar no inferno
Que servir como escravos no céu!"
E arremata: É melhor ser homem - coroamento da produção terrestre e rei do seu opus operatum - que confundir-se no Céu entre as Legiões Espirituais sem vontade. Lembremo-nos que se cuida de todo um volume tratando do simbolismo das religiões (Doutrina Secreta - Vol. IV), não se pretendendo dar outro sentido senão o simbólico a tais assertivas.
Em todas as cosmogonias da antiguidade a Luz vem das Trevas. No Egito, as Trevas eram o "princípio de todas as coisas".
Não havia, nas culturas antigas, o conceito de Trevas como o que hoje chamamos de Mal. tampouco o que se dizia ser o Mal se coaduna com a idéia que esse elemento valorativo cultural desde a idade média passou a representar.
Mas o simbolismo ostentava palavras e imagens que se tornaram sugestivas para a teologia católica, que, depreciando-lhes o sentido originário, edificou toda uma cultura de terrorismo e medo.
Lê-se no I-Ching:
O Dragão voador, soberbo e rebelde, sofre agora, e é punido por seu orgulho; pensou que reinava no Céu, e só reina na Terra.
Pois é. Isso está no I-Ching. E é muito mais antigo do que os concílios católicos. Também o significado era bem diferente.
A igreja católica criou o diabo --- Lúcifer --- tomando dos cultos pagãos da antiguidade o simbolismo que descrevia a descida do Absoluto no plano das formas, ou seja, na Dualidade.
A natureza dual tem sua essência na Unidade. Mas isso não poderia ser dito --- afinal, como dizer que o pretenso "Mal" era um atributo da própria Divindade?
Ler mais: http://www.forumespirita.net/fe/outras-doutrinas-espiritualistas/a-teosofia-de-blavatsky-simbolismo-das-religioes/msg161141/?topicseen#msg161141#ixzz13mqlGiV8
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