sábado, 18 de abril de 2015

ESTÁ TUDO INVERTIDO?

Não parecer estar tudo invertido?
Pense bem. Alguns aspectos sugerem isso.
O Mito Solar é comum a muitas culturas da antiguidade, mesmo a mais remota. Não precisamos deitar detalhes disso novamente. O fato é que Jesus e Hórus, para mencionar apenas dois, são os protagonistas de uma mesma mensagem simbólica de ensinos fundamentais.
É dos tempos muito antigos que o homem é um microcosmo diante do macrocosmo, numa integração plena que engendrou o conceito, hoje bastante distorcido, de panteísmo.
Quando o mundo viu a queda do Império Romano, viu também o surgimento do Feudalismo. A ideia que temos, até hoje, de Idade Média é a típica paisagem com um grande castelo, nobres de espada, servos miseráveis e muita sujeira.
Na passagem de uma a outra Idade, a Igreja surgiu e se firmou. Já falamos disso por aqui.
O que pretendo abordar é que os - assim chamados - "homens de Deus" parecem estar, desde então, realizando o trabalho do "Demônio"; já os "homens do Demônio", parecem estar fazendo o trabalho de "Deus".
Pense bem.
Já se matou infinitamente mais em nome de "Deus" do que em nome do "Demônio". O planeta não tem um só minuto de paz universal desde então. Há inúmeras "guerras santas", diferindo no nome, no tempo e no modo de execução, sempre todas com base na "autoridade" de um preceito "moral" sobre outro.
Fala-se muito da perseguição dos cristãos. Mas pouca gente fala de como os cristãos, após o fortalecimento da Igreja, perseguiram e mataram miríades de pagãos.
Curiosamente, os eventos ditos "sagrados" do cristianismo foram herdados dos cultos pagãos. O próprio Cristo é a transposição do Mito Solar para a cultura hebréia. Há mesmo quem diga que o "Eli, Eli, Lamá Sabctani" corresponderia, não a um "por que me abandonastes?", mas sim a um "como me glorificaste!", de cunho pagão.
Por outro lado, a escolha dos evangelhos canônicos, apenas quatro centre mais de uma centena, ao menos sugere que tenha havido adulteração dos textos.
E se tudo estiver invertido?
Então quem prega a submissão total estará apenas desejando controlar as massas. 
Quem prega o perdão absoluto estará afugentando o senso de reinvindicação e luta pelo direito.
Quem fala da boa vontade estará buscando explorar a força de uma massa prestativa.
Mas... Será?
Seriam os Filhos de Caim os reais iniciadores da senda evolutiva? Lavrando a terra, colhendo os frutos, gerando trabalho e distribuindo riquezas, estariam, mesmo, fazendo algo digno de quem foi "expulso" do Éden?
Não fossem os que lavram a terra, colhem o trigo e fazem o pão, como se alimentariam os que dobram os joelhos e se põem num existir de devoção e oração?
Sim, é belíssima a história de Francisco, mas, se todos doassem tudo o que possuem, não haveria ninguém produzindo nada, forjando nada, edificando nada. O mundo seria um jardim de doações e pedintes. A entropia é óbvia.
Por outro lado, o simbólico "pecado original" de desejar o Conhecimento seria, realmente, um "pecado"?
Alguém concebe o aperfeiçoamento, a evolução, sem o exercício efetivo da capacidade de aprender?
Não é bastante significativo que um dos maiores autores do Ocultismo, Eliphas Levy, foi também um clérigo católico?

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