terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Palavras são águas profundas...

As palavras são águas profundas. Isso não quer dizer que o fenômeno começa no plano físico. Na verdade começa no pensamento de quem vai pronunciar as palavras que, ouvidas, transmutam-se em sinais que são compreendidos como idéias e que despertam - em quem ouve - os correspondentes pensamentos.

Daí a responsabilidade de quem fala... Ou, melhor dizendo, de quem pensa (ou não pensa adequadamente) antes de falar...

Essas idéias que as palavras despertam no ser continuam sua senda e despertam pensamentos que, por sua vez, irradiam-se no mundo etérico imprimindo na aura do ser as formas correspondentes, tanto mais intensas quanto mais concentrado for o pensamento gerador.

As idéias transmitidas por outrem, no mais das vezes, chegam-nos através das palavras ditas, que se originam do pensamento de quem assim se comunica.

Mas não é só.

Quem pronuncia boas palavras (no sentido de bons pensamentos), irradia boas idéias que advêm necessariamente de um pensamento bom, saudável, pelo que o primeiro a se beneficiar é exatamente quem fala...

Por isso boas palavras, despertando bons pensamentos, contribuem em muito para que a atmosfera psíquica do ser permaneça saudável e o ajude a veicular as energias necessárias para que os fins de sua existência sejam atingidos...

Procurando boas palavras estaremos, também assim, procurando primeiro o reino de Deus.

É o mesmo princípio da prece.

Se não for feita com o coração, pode ser linda e bem entoada... De nada adiantará... Mas a oração feita com pensamento que nasce das emoções magnas de quem busca sinceramente a elevação, essa sim, frutifica e jamais deixa de ser ouvida.

domingo, 20 de dezembro de 2009

Homens e Animais

O que bate com foros de verdade em meu interior, mais do que tudo (além de tudo o que o estudo efetivamente permite interpretar e concluir) é que eu rejeito a idéia de um Deus que crie (seja como e por que motivo inatingível for) seres privilegiados em detrimento de outros suficientemente desenvolvidos para reações emocionais e atitudes como adoção e sacrifício (ao comando de um espírito-grupo)...

Cães choram, defendem seus "donos", ficam tristes quando admoestados e até se lançam em sacrifício (lembram-se da cachorrinha pequenina que enfrentou bravamente um enorme pitbull na defesa de um garoto?). Sim, há espíritos-grupos (ou espíritos-deuses) que gerenciam entes coletivos de animais; mas, ora, isso ainda mais reforça-me a convicção de que Deus não lançaria Espíritos com tal capacidade na gestão de seres destinados a um limite inexpugnável no progresso, ao contrário de tudo o mais...

Não foi por determinação de um Espírito-grupo que um cão, com a perda do "dono", deixou de comer até definhar e morrer... Ou terá sido? Não creio. Se foi, com que finalidade?

Ainda por outra, por que há doenças entre metazoários como aquelas típicas decorrentes de desequilíbrios da estrutura do perispírito? Cães e gatos (dentre outros) têm câncer e uma série de outras doenças... O instinto, como modo primevo de inteligência, não pode levar a um prenúncio de condicionamento contrário ao livre sabor dos arrebatamentos epinefrínicos?

Não sei...

Mas creio que o homem só tem de especial o fato de ter atingido a condição humana... E assim mesmo, cabe dizer-se "especial" apenas por restar uma mera comparação com os demais metazoários do mesmo orbe...

A Codificação de Kardec é Absoluta?

Permitam-me fazer uma analogia com o Direito.

Há vários ramos do Direito enquanto ciência, consoante variados critérios. Há direito público, direito privado, direito civil, direito penal, etc etc etc... Pouco importa o país... É assim no Brasil, em Portugal e em qualquer outra nação, até mesmo naqueles que elegem o Corão como norma penal.

Pois bem.

Muitos grandes juristas enfeixam conceitos e dão-lhes significado consoante sua área de estudo e atuação... Já vi até mesmo (de um grande civilista já há muito falecido - Washington de Barros Monteiro) a assertiva de que os processualistas mostram-se ávidos por se "apossar" de conceitos tradicionalmente "pertencentes" ao Direito Civil...

Mas há também um grande jurista brasileiro, chamado Paulo de Barros Carvalho (área tributária), que em seu "curso" assevera algo que deveria ser lembrado por todas as ciências: não existem conceitos que pertençam exclusivamente a uma ciência ou a um ramo de estudo. Na definição dos fenômenos em si utilizam-se conceitos de outros ramos do conhecimento. Para se saber o que é o tributo incidente sobre a transmissão de imóveis, que é um fenômeno tributário, é imprescindível saber-se o que é "bem imóvel", conceito essencialmente de Direito Civil.

Voltando ao Espiritismo.

Kardec --- ao menos imagino que seja assim --- representa o que seria a Constituição Federal, a lei maior, com as diretrizes básicas que delineiam o Estado Democrático de Direito.

Mas há as Leis Complementares, as Leis Federais, as Leis Estaduais etc etc etc...

Algumas vezes, uma ou outra Lei Federal é declarada inconstitucional após a análise dos juristas acerca da inadequação aos ditames constitucionais. Mas isso é feito por uma parcela soberana do Estado, que é o Poder Judiciário.

Não temos Poder Judiciário a que se possa submeter as questões pertinentes a esse ou aquele postulado em comparação com a Codificação feita por Kardec.

Por isso contamos com nossa livre consciência e estudo.

O que for evidentemente "inconstitucional" será certamente afastado senão por todos, pela maioria absoluta; todavia, o que estiver sob exame e que não pareça contraditório à Codificação, 
não só pode como deve ser continuamente objeto de estudo e aprofundamento.

Como não temos Poder Judiciário Espírita para o resguardo da "Constituição de Kardec", não temos órgão algum legitimado à exclusão de qualquer análise que não seja rejeitada pelo senso comum da maioria.

Simplesmente, devemos estudar e livremente meditar, buscando na Codificação os contornos fundamentais do estudo.

O que me parece estranho à Doutrina, se não o for para muitos, certamente não poderá ser catalogado como inservível.

Estudemos livremente com a consciência de que temos 100% de responsabilidade por tudo o que fazemos e pelo que deixamos de fazer. Mas façamos.
Só não tem dúvidas quem não estuda...

Natal - Caridade Imediata

A noção de que somos sempre totalmente responsáveis por tudo o que fazemos ou deixamos de fazer é ainda nebulosa e cheia de sofismas para a maioria das pessoas...

Uma das frases mais comuns que ouvimos quando comentamos as mazelas do mundo é "você não pode consertar o mundo..."

Então, alguém nos vem e relembra aquela parábola do pequeno beija-flor ante o incêndio da floresta. Ele estava fazendo sua parte mesmo que não fosse praticamente nada diante do imenso fogo a combater...

A ajuda espiritual é preciosa, mas para quem tem fome o auxílio tem que atender aos imperativos da imediata oferta de alimentos...

O que posso dizer é que, não apenas no Natal mas sempre e sempre, devemos separar uma parcela, por menor e aparentemente ínfima que seja, destinando-a aos que têm necessidades inadiáveis...

De minha parte, como pequeno e imperfeito beija-flor, procuro dar um pouco a quem nada tem... Vejo, para minha grata surpresa, que não são tão poucos os que assim fazem, em silêncio, sem alarde e com a dignidade de uma doação sorridente...

Mas ainda não somos a maioria...

Neste Natal, que o Divino Aniversariante possa sorrir ao ver os que enfrentam a dor de seus próprios infortúnios recebendo a atenciosa generosidade dos que, podendo, dividem ao menos um pouco para o lenitivo mais inadiável.

Doemos nossa parte!

Feliz Natal a todos...

Pense Positivo!

O som das palavras vibra como som na faixa audível para o homem comum. Estimula o seu tímpano e anota impulsos que o sistema nervoso aprende a identificar como idéias.

Porém, mais do que isso, 
essas idéias que as palavras despertam no ser continuam sua senda e despertam pensamentos que, por sua vez, irradiam-se no mundo etérico imprimindo na aura do ser as formas correspondentes, tanto mais intensas quanto mais concentrado for o pensamento gerador.

Um pensamento aceito e reiterado é uma entidade astral que ganha força e perdura, vibrando e gravitando o ser pensante numa atração recíproca que estabelece uma realimentação fechando um círculo fenomênico.

Por isso boas palavras, despertando bons pensamentos, contribuem em muito para que a atmosfera psíquica do ser permaneça saudável e o ajude a veicular as energias necessárias para que os fins de sua existência sejam atingidos...


Jamais se permita criar o hábito suicida de dizer coisas do tipo "para mim tudo dá errado", "tinha que ser comigo", "minha vida é uma porcaria" etc etc etc...

Pelo contrário!

Crie um hábito simples e acessível a todos: toda manhã, diante de si no espelho do banheiro, diga alto e em bom som para si mesmo - "
Tudo vai dar certo hoje!".

Repita algumas vezes...

Não tenha medo de parecer infantil ou bobo... Faça...

É uma programação mental simples que com o tempo você fará com mais e mais sinceridade... Aproveite o ensejo e peça que o seu anjo guardião esteja com você...

O hábito faz o monge...

domingo, 6 de dezembro de 2009

ENCARNAÇÃO (KARDEC)


O ensinamento dos Espíritos aponta a encarnação como uma necessidade de progressão. Para a progressão do Universo em si é necessário que haja a ação de seres corpóreos – é o que afirmam os Espíritos. Assim, ao mesmo tempo em que o Espírito progride com as experiências no plano físico, impulsiona de sua parte a evolução do Universo.

132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro. fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
(O Livro dos Espíritos) (Grifei)

Na tradução de J. Herculano Pires:

132. Qual é a finalidade da encarnação dos Espíritos?
– Deus a impõe com o fim de levá-los à perfeição: para uns, é uma expiação; para outros, uma missão. Mas, para chegar a essa perfeição, eles devem sofrer todas as vicissitudes da existência corpórea: nisto é que está a expiação. A encarnação tem ainda outra finalidade, que é a de pôr o Espírito em condições de enfrentar a sua parte na obra
da criação. E para executá-la que ele toma um aparelho em cada mundo, em harmonia com a sua matéria essencial, a fim de nele cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. E dessa maneira, concorrendo para a obra geral, também progride.
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Mas Deus, na sua sabedoria, quis que eles tivessem, nessa mesma ação, um meio de progredir e de se aproximarem d’Ele. É assim que, por uma lei admirável da sua providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
(O Livro dos Espíritos – grifos originais)


A encarnação do Espírito se dá pela união do perispírito ao corpo que se forma após a junção dos gametas. Efetivamente a carga genética do zigoto não é mais a de nenhum dos gametas originais, pelo que é a primeira célula do novo ser. No zigoto vincula-se desde o início, fluidicamente, o reencarnante através de seu perispírito.

Quando o Espírito tem de encarnar num corpo humano em vias de formação, um laço fluídico, que mais não é do que uma expansão do seu perispírito, o liga ao gérmen que o atraí por uma força irresistível, desde o momento da concepção. A medida que o gérmen se desenvolve, o laço se encurta. Sob a influência do princípio vito-material do gérmen, o perispírito, que possui certas propriedades da matéria, se une, molécula a molécula, ao corpo em formação, donde o poder dizer-se que o Espírito, por intermédio do seu perispírito, se enraíza, de certa maneira, nesse gérmen, como uma planta na terra. Quando o gérmen chega ao seu pleno desenvolvimento, completa é a união; nasce então o ser para a vida exterior.
Por um efeito contrário, a união do perispírito e da matéria carnal, que se efetuara sob a influência do princípio vital do gérmen, cessa, desde que esse princípio deixa de atuar, em conseqüência da desorganização do corpo. Mantida que era por uma força atuante, tal união se desfaz, logo que essa força deixa de atuar. Então, o perispírito se desprende, molécula a molécula, conforme se unira, e ao Espírito é restituída a liberdade. Assim, não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo; esta é que determina a partida do Espírito.
Dado que, um instante após a morte, completa é a integração do Espírito; que suas faculdades adquirem até maior poder de penetração, ao passo que o princípio de vida se acha extinto no corpo, provado evidentemente fica que são distintos o princípio vital e o princípio espiritual.
(A Gênese – págs. 214/215 - grifei)

A união do Espírito ao corpo físico, através do perispírito, faz com que progressivamente se reduza sua lucidez e consciência. Cada fase posterior do desenvolvimento do corpo importa em um aumento da perda da consciência, de tal forma que, no momento do (re)nascimento, jaz obscurecido totalmente, somente a partir daí reiniciando-se, em conformidade com o desenvolvimento dos órgãos físicos, a recuperação de sua consciência.

[...] Desde que este é apanhado no laço fluídico que o prende ao gérmen, entra em estado de perturbação, que aumenta, à medida que o laço se aperta, perdendo o Espírito, nos últimos momentos, toda a consciência de si próprio, de sorte que jamais presencia o seu nascimento. Quando a criança respira, começa o Espírito a recobrar as faculdades, que se desenvolvem à proporção que se formam e consolidam os órgãos que lhes hão de servir às manifestações.
(A Gênese – pág. 215 - grifei)


Paralelamente às considerações já alinhavadas quando da análise da evolução do princípio inteligente e a sua chegada à condição humana, é preciso destacar, por outro lado, que a encarnação não é uma condição punitiva do Espírito.

O ser progride, adquire condicionamentos em um complexo regime de impulsos necessários à sua conservação. Desenvolve, assim, todo um cabedal de instintos que afinam ao máximo as potencialidades do ser. Na linha de progresso, a individualidade e a consciência de si mesmo fazem com que o ser passe a livremente cogitar. Tudo isso já foi abordado no exame dos tópicos “Bem e Mal” e “Livre Arbítrio”.

Cabe apenas destacar, aqui, que a encarnação é o palco natural e necessário para todo esse desenvolvimento. O conceito de que a entrada no plano físico decorre exclusivamente de uma expiação, como defendem os seguidores de Roustaing, não encontra eco no Ensino dos Espíritos.

CORPÚSCULOS MENTAIS - INDUÇÃO - FORMAS-PENSAMENTO


A atuação do pensamento acha-se bem destacada no seguinte trecho:

Como alicerce vivo de todas as realizações nos planos físico e extrafísico, encontramos o pensamento por agente essencial. Entretanto, ele ainda é matéria, – a matéria mental, em que as leis de formação das cargas magnéticas ou dos sistemas atômicos prevalecem sob novo sentido, compondo o maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos e no qual surpreendemos elementos que transcendem o sistema periódico dos elementos químicos conhecidos no mundo.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 39 – grifei)

O fluido que circunda cada ser humano, por ser o meio etérico em que se agitam as vibrações decorrentes de seu pensamento, terminam compondo um halo que o envolve na exata medida das propriedades desse pensamento – freqüência, cor e demais parâmetros ondulatórios.

Assim é que o halo vital ou aura de cada criatura permanece tecido de correntes atômicas sutis dos pensamentos que lhe são próprios ou habituais, dentro de normas que correspondem à lei dos “quanta de energia” e aos princípios da mecânica ondulatória, que lhes imprimem freqüência e cor peculiares.
Essas forças, em constantes movimentos sincrônicos ou estado de agitação pelos impulsos da vontade, estabelecem para cada pessoa uma onda mental própria.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 40 – grifei)

A faixa de freqüência em que vibram os pensamentos das pessoas em geral terminam fixando um padrão em que o fluido assim modelado imprime formas naquilo que é chamado vulgarmente matéria mental, como apontado no texto de André Luiz.

O mesmo Espírito, no entanto, refere-se ao padrão de pensamentos de uma pessoa como uma onda mental própria. É a aplicação da dualidade matéria-onda estudada pela física quântica na conhecida proposição de De Bloglie, como expressamente anotado na mesma obra:

Foi o estudioso físico francês, Luis De Broglie, que compareceu no cenário das contradições, enunciando o seguinte princípio:
– “Compreendendo-se que as ondas da luz, em certas circunstâncias, procedem à feição de corpúsculos, por que motivo os corpúsculos de matéria, em determinadas condições, não se comportarão à maneira de ondas?
E acrescentava que cada partícula de matéria está acompanhada pela onda que a conduz.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 35 – grifei)


Conjugando, agora, o que já foi exposto acerca da noção de campo (uma forma de interpretar o meio etérico em agitação), é possível compreender que os corpúsculos mentais, com as respectivas ondas associadas, imprimem uma agitação no meio fluídico capaz de transmitir energia e ser captado por outra mente com características semelhantes.

Ou seja, o pensamento pode ser induzido.

Tanto quanto, no domínio da energia elétrica, a indução significa o processo através do qual um corpo que detenha propriedades eletromagnéticas pode transmiti-las a outro corpo sem contacto visível, no reino dos poderes mentais a indução exprime processo idêntico, porquanto a corrente mental é suscetível de reproduzir as suas próprias peculiaridades em outra corrente mental que se lhe sintonize. E tanto na eletricidade quanto no mentalismo, o fenômeno obedece à conjugação de ondas, enquanto perdure a sustentação do fluxo energético.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 41 – grifei)


O fenômeno de indução relaciona-se com a noção de harmônicos e ressonância. Uma onda caracteriza-se por um tom fundamental, que a notabiliza no contexto das vibrações. Mas em seu âmago ressoam também ondas menores de mais baixa amplitude e comprimento. Cada onda menor é um harmônico que se acha embutido na onda fundamental, que é a sua tônica. No caso dos sons, é a maneira como se distribuem os harmônicos que mais caracterizam o timbre de uma mesma nota musical soada por instrumentos diferentes.

Quando a onda atinge uma estrutura semelhante àquela que a veiculou no meio etérico, por indução faz com que essa outra estrutura passe a vibrar em consonância com suas características. Ambas as estruturas encontrarão maior eficiência na transmissão da energia conforme mais se aproximem de uma freqüência denominada freqüência de ressonância. Conforme variam as estruturas que emitem ondas, varia também a freqüência em que o fenômeno da ressonância ocorre.

No caso de duas mentes, o pensamento de uma irá induzir um pensamento semelhante em outra com maior ou menor eficiência conforme estejam elas naturalmente mais ajustadas ou não para a freqüência de ressonância entre si. Por isso há indivíduos que se entendem antes do final da frase. Chega mesmo a haver o fenômeno da telepatia. Infelizmente, é pelos mesmos fundamentos que ocorrem também induções prejudiciais e até processos obsessivos.


A indução do pensamento, bem como a ressonância de mentes sintonizadas, leva, também, a outro campo de fenômenos muito importantes no estudo comparado do Espiritismo: as formas-pensamento. Como já vimos, trata-se da capacidade de modelagem dos fluidos, já bem descrita nos textos de Kardec.

Merece ser acrescido, agora mais pertinentemente à ressonância, que o pensamento modela fluidos, induz pensamentos de semelhante natureza e, por ressonância, reafirma-se no contexto de outras mentes inclusive na modelagem de fluidos. Assim, o pensamento modela fluidos em consonância com outros pensamentos, que passam a colaborar na modelagem conjunta desses fluidos. Várias mentes passam a compor formas-pensamento conjuntamente, mesmo que não tenham a intenção ou mesmo consciência disso.

Emitindo uma idéia, passamos a refletir as que se lhe assemelham, idéia essa que para logo se corporifica, com intensidade correspondente à nossa insistência em sustentá-la, mantendo-nos, assim, espontaneamente em comunicação com todos os que nos esposem o modo de sentir.
É nessa projeção de forças, a determinarem o compulsório intercâmbio com todas as mentes encarnadas ou desencarnadas, que se nos movimenta o Espírito no mundo das formas-pensamentos, construções substanciais na esfera da alma, que nos liberam o passo ou no-lo escravizam, na pauta do bem ou do mal de nossa escolha. Isso acontece porque, à maneira do homem que constrói estradas para a sua própria expansão ou que talha algemas para si mesmo, a mente de cada um, pelas correntes de matéria mental que exterioriza, eleva-se a gradativa libertação no rumo dos planos superiores ou estaciona nos planos inferiores, como quem traça vasto labirinto aos próprios pés.
(Mecanismos da Mediunidade - André Luiz  – Pág. 42 – grifei)

A fenomenologia de modelagem fluídica e construção conjunta de formas-pensamento constituem aspectos comuns na interação entre os seres, estejam na erraticidade, estejam encarnados.

A partícula de pensamento, pois, como corpúsculo fluídico, tanto quanto o átomo, é uma unidade na essência, a subdividir-se, porém, em diversos tipos, conforme a quantidade, qualidade, comportamento e trajetórias dos componentes que a integram.
E assim como o átomo é uma força viva e poderosa na própria contextura, passiva, entretanto, diante da inteligência que a mobiliza para o bem ou para o mal, a partícula de pensamento, embora viva e poderosa na composição em que se derrama do Espírito que a produz, é igualmente passiva perante o sentimento que lhe dá forma e natureza para o bem ou para o mal, convertendo-se, por acumulação, em fluído gravitante ou libertador, ácido ou balsâmico, doce ou amargo, alimentício ou esgotante, vivificador ou mortífero, segundo a força do sentimento que o tipifica e configura, nomeável, à falta de terminologia equivalente, como “raio da emoção” ou “raio do desejo”, força essa que lhe opera a diferenciação de massa e trajeto, impacto e estrutura.
(Evolução em Dois Mundos - André Luiz  – Pág. 92 – grifei)