O Espiritismo não aprova o uso de oráculos de espécie alguma... Tarot, Cartomancia... Não são práticas que o Espiritismo defenda.
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Como é mais cômodo ter as coisas sob a mão, para ter comparsas dóceis, o que se acha por toda parte, há os que organizam ou fazem organizar reuniões onde se ocupa, de preferência, daquilo que o Espiritismo precisamente recomenda para não se ocupar, e onde se tem o cuidado de atrair estranhos que não são sempre os amigos; ali o sagrado e o profano são indignamente confundidos; os nomes mais veneráveis são misturados às práticas mais ridículas da magia negra, com acompanhamento de sinais e palavras caba-lísticas, talismãs, tripés sibilinos e outros acessórios; alguns a isso acrescentam, como complemento, e às vezes como produto lucrativo, a cartomancia, a quiromancia, a marca de café, o sonambulismo pago, etc.; Espíritos complacentes, que ali encontram intérpre-tes não menos complacentes, predizem o futuro, dizem a sorte, descobrem os tesouros escondidos e os tios da América, indicam, se for preciso, o curso da Bolsa e os números vencedores da loteria; depois, um belo dia, a justiça intervém, ou bem vê-se num jornal o relatório de uma sessão de Espiritismo à qual o autor assistiu e conta o que viu, com seus próprios olhos viu.
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(Revista Espírita - 1863)
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Já se viu nas obras da Doutrina Espirita a apologia de semelhantes práticas, nem o que quer que seja para provocá-las? Não se vê nela, ao contrário, que repudia toda soli-dariedade com a magia, a feitiçaria, os sortilégios, os tiradores de carta, adivinhos, ledo-res de sorte, e todos aqueles que têm o ofício de comerciar com os Espíritos, em preten-dendo tê-los às suas ordens a tanto por sessão?
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(Revista Espírita - 1869)
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Agora a minha opinião pessoal.
Durante a evolução do ser humano, nas mais variadas culturas e épocas, a semente do conhecimento espiritual foi plantada e cultivada. O Tarot (mesmo diante de inúmeras versões e divergências entre os autores) é tido como a conversão em uma sequência de lâminas com desenhos representativos do Livro de Toth. A cartomancia em geral, de uma ou outra forma, deriva do uso dessas lâminas para estados alterados da consciência em que aspectos sutis do consulente são percebidos.
Mas o Tarot não foi feito para ser um oráculo, um meio de adivinhação para incautos que não enfrentam as decisões que só a eles incumbem... Da mesma forma, com o I-Ching, da cultura chinesa, toda a filosofia é posta de lado em prol de umas moedinhas que se lança ao acaso para a leitura de hexagramas...
Em minha opinião, desde as Escolas de Mistérios do antigo Egito, o ensinamento simbólico vem sendo mantido por tradição até hoje (há várias confrarias que se dedicam ao estudo dessa tradição).
O Espiritismo veio trazer uma libertação massiva, através do desvelar do mundo espiritual para tantos quantos desejem conhecê-lo. Considerando o uso inadequado que, desde sempre, o homem fez e faz do conhecimento esotérico, bem andou a Codificação em desmerecer tais práticas. Mas, na essência, há o mesmo fundo de estudo que os antigos procuravam manter somente para iniciados.
Respondendo diretamente, opino que a cartomancia quase sempre é uma atividade exploratória da boa fé... Mas existem, sim, sensitivos que têm nesse instrumento o meio de intuição para vibrações que são percebidas e traduzidas nos mesmos moldes de qualquer processo de interação espiritual com os encarnados. Como todos os que assim sejam dotados, não devem auferir nada além do exercício do dom --- de graça dai o que de graça recebestes...
Os verdadeiramente sérios estudiosos do Tarot não atendem clientes, não fazem previsões anuais, nem muito menos se dão a conhecer para a grande maioria... Têm suas missões e as cumprem conforme sua consciência e sem disso tirar proveitos ilícitos como a mistificação criminosa que vemos em tantos "gurus" que oferecem seus préstimos a preços que podem ser pagos com cartão de crédito, ou pulsos telefônicos...
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