sexta-feira, 25 de março de 2011

Inteligência

Consoante O Livro dos Espíritos:


72. Qual a fonte da inteligência?
“Já o dissemos; a inteligência universal.”
a) - Poder-se-ia dizer que cada ser tira uma porção de inteligência da fonte universal e a assimila, como tira e assimila o princípio da vida material?
“Isto não passa de simples comparação, todavia inexata, porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral. Demais, como sabeis, há coisas que ao homem não é dado penetrar e esta, por enquanto, é desse número.”
Há citações aqui e acolá no meio espiritualista sobre a inteligência do homem. Muitos defendem que o homem é um instrumento de manifestação do Pensamento Divino, filtrado e dimensionado consoante suas características emocionais e seus impulsos dominantes. Isso reduz a condição do espírito humanizado a um responder da Fonte Primária.

A citação acima evidencia que no âmbito da Doutrina Espírita essa visão é posta como uma simples comparação, todavia inexata. E o texto arremata: porque a inteligência é uma faculdade própria de cada ser e constitui a sua individualidade moral.

A Doutrina vincula, pois, a individualidade do ser, enquanto ser inteligente, à sua compleição moral. Mas não é isso a mesma coisa, dita por palavras diferentes? As características emocionais e os impulsos dominantes de um indivíduo são, na menor das perspectivas, um referencial bastante robusto de sua compleição moral. Os Espíritos são criados simples e ignorantes, segundo a Doutrina Espírita. Essa mesma doutrina ensina que o mal advém dos vícios e das paixões, os quais, por sua vez, advêm do instinto de conservação ("A Gênese" - consoante já abordado em vários posts neste mesmo Blog).

Então, conforme o ser progride espiritualmente faz opções de crescente complexidade, em sintonia com o aumento de sua responsabilidade. Mas, veja-se, a crescente responsabilidade depende diretamente do aumento da capacidade valoração moral, valoração essa que só é possível com o desenvolvimento da capacidade intelectiva...

Mais uma vez, a cobra morde o seu rabo e o fim confunde-se com o início.

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