segunda-feira, 9 de maio de 2011

Jesus --- por Gerald Massey

O JESUS HISTÓRICO E CRISTO MÍTICO - UMA PALESTRA.POR GERALD MASSEY.

[Traduzido por: L. M. N., Brasil; 2009]

O Messias mítico sempre foi nascido de uma Mãe Virgem - um fator desconhecido nos fenômenos naturais, e que não pode ser histórico, um fator que somente pode ser  explicado pelos meios dos Mitos, e daquelas condições da sociologia primitiva que é espelhada na mitologia e preservada na teologia. A mãe virgem tinha sido representada no Egito pela Rainha donzela, Mut-emua, a futura mãe de Amenhept III, cerca de 16 séculos A.C., e personificava a eterna virgem que produziu a criança eterna. 
Quatro cenas consecutivas reproduzidas no meu livro são encontradas retratadas nas paredes internas do Santo dos Santos no templo de Luxor, que foi construído por Amenhept III, um faraó da 17ª. dinastia. A primeira cena à esquerda mostra o deus Taht, o Mercúrio Lunar, O Anunciador dos Deuses, no ato de saudar a Rainha Virgem, e anunciar a ela que ela daria a luz a um filho. Na próxima cena o deus Kneph sendo o espírito pelo nome em egípcio. Os efeitos naturais estão aparentes na forma rechonchuda da virgem. 
Na próxima a mãe está sentada no banco da parteira, e a criança recémnascida é erguida nas mãos de um dos enfermeiros(as). A quarta cena é aquela da adoração. Aqui a criança está no trono, recebendo homenagem dos deuses e presentes dos homens. Atrás da deidade Kneph, à direita, três
espíritos - os Três Magos, ou os Reis da Lenda, estão ajoelhados e oferecendo presentes com sua mão direita, e vida com a esquerda. A criança então anunciada, encarnada, nascida, e adorada, era a representação faraônica do Sol Aten no Egito, o deus Adon da Síria, e o Adonai hebreu; o Cristo-criança do culto a Aten; a concepção miraculosa da eterna virgem mãe, personificada por Mut-em-ua, como mãe do "único", e representante da mãe divina do jovem Deus-Sol.
[...]
O nascimento de Cristo é astronômico. A data do nascimento é determinada pela lua cheia da Páscoa. Isto pode ocorrer somente a cada 19 anos, como nós ilustramos pela Epacta ou Número Dourado do Livro do Orador. Entenda-me! Jesus, o Cristo, pode apenas ter um aniversário, ou
ressurreição, a cada 19 anos, de acordo com o ciclo metónico, porque seus pais são o sol e a lua; e eles aperecem na mais antiga conhecida representação do Homem na Cruz! Isso prova a natureza astronômica e não humana do nascimento em si só, que é idêntico aquele da lua cheia da Páscoa no Egito.
[...]
O Evangelho segundo João traz uma tradição diferente dos Sinópticos e invalida a história humana de ambos. Os Sinópticos dizem que Jesus foi crucificada no dia 15 do mês Nisan. João afirma que foi no dia 14 do mês. Essa rachadura séria atravessa toda a fundação! Como história humana
isso não pode ser explicado. Mas há uma explicação possível, que, se aceita, prova o Mythos. A crucificação (ou o cruzamento) foi, e ainda é, determinado pela lua cheia da Páscoa. Isto, na contagem lunar, seria no dia 14 em um mês de 28 dias; no mês solar de 30 dias isso seria contado para ocorrer no 15 dia do mês. Ambos, unidos, e a rachadura se fecha ao provar a Crucificação tendo sido astronômica, assim como era no Egito, onde as duas datas podem ser identificadas.
[...]
A religião cristã não foi fundada sobre um homem, mas sobre uma divindade; isto é, um personagem mítico. Muito longe de ser derivado do homem modelo, o típico Cristo era feito de características de vários deuses, depois de uma moda algo como aqueles “modelos pictóricos” retratados pelo Sr. Galton, nos quais traços de diversas pessoas são fotografados e fundidos
num retrato de uma dúzia de diferentes pessoas, combinadas em uma que não era ninguém. E tão rápido como o Cristo composto cai aos pedaços, cada característica é reclamada, cada caráter é reunido pelo seu proprietário original, como que pela força da gravidade.
Não é que eu negue a divindade de Jesus o Cristo; Eu a asseguro! Ele nunca foi, e nunca poderia ter sido, outra coisa que uma divindade; isto é, um personagem não humano, e inteiramente mítico, que tinha sido a divindade
pagã de vários mitos pagãos, que tinha sido pagão durante milhares de anos
antes de nossa Era.
[...]
O Messias mítico era Hórus no mito osiriano; Har-Khuti no de Sut-
Typhonian; Khunsu no de Amen-Ra; Iu no culto de Atum-Ra; e o Cristo dos
Evangelhos é um amálgama de todos esses personagens.
O Cristo é o Bom Pastor!
Assim também era Hórus.
Cristo é o Cordeiro de Deus!
Assim também era Hórus.
Cristo é o Pão da Vida!
Assim também era Hórus.
Cristo é a Verdade e a Vida!
Assim também era Hórus.
Cristo é o Portador do Leque!
Assim também era Hórus.
Cristo é o Senhor!
Assim também era Hórus.
[...]
Wilkinson, o egiptólogo, disse na verdade de Osíris na terra: - Alguns podem estar dispostos a pensar que os egípcios, estando cientes da promessa do salvador real, anteciparam esse evento, de forma como se ele já houvesse acontecido, e introduziram esse mistério no seu sistema religioso!" Isto é o que os obstétaras chamam de falsa apresentação; um nascimento em que os pés vem primeiro. Nos é contado pelos escritores nas catacumbas, e a iconografia cristã, que esta figura é Osíris, como um tipo de Cristo. Este é Pã, Apolo, Aristeus, como um tipo de Cristo. Este é Harpocrates, como um tipo de Cristo. Este é Mercúrio, mas como um tipo de Cristo; De tanto escutar os fatos revertidos, pervertidos e falsificados, faz alguém sentir como num pesadelo
que tem durado dezoito séculos, sabendo que a Verdade tem sido enterrada viva e feita muda todo esse tempo; e acreditar que ela tem apenas de ganhar voz e se fazer ouvida para terminar as mentiras de uma vez por todas, e descer a cortina do esquecimento sobre o drama da desilusão mais digno de pena já testemunhado no palco humano.
[...]
A religião cristã é responsável por entronar a cruz da morte no céu, com uma deidade nela, fazendo penitência pública por uma falta privada no começo da criação. Ela ensinou os homens a acreditarem que o espírito mais vil deve ser lavado branco, no sangue sofrido do mais puro, oferecido como agrado a um deus vingador. Ela divinizou a figura de um humano indefeso sofrendo, e a face de dor comovente; como se não houvesse nada além de um grande dor no coração no núcleo de todas as coisas; ou que o vasto Infinito não fosse mais que uma tristeza velada e de olhar triste que torna visível para nascer nas misérias da vida humana. Mas "no antigo mundo pagão os homens deidificavam o belo, o feliz;" assim como eles irão novamente, sobre um pedestal mais alto, quando a fábula desta ficção da queda do homem, e falsa redenção pelo deus gerado das nuvens, tiver passado como um fantasma da noite, e os homens despertarem para aprender que eles estão aqui para fazer uma guerra incessante contra o sofrimento sórdido, dores evitáveis e remediadas erroneamente; aqui para por fim a elas, não para apoteosizar uma efígie da Tristeza para ser adorada como um tipo do Eterno. Porque o mais beneficente é o mais bonito; o mais feliz é o mais saudável; o mais divino é mais alegre. O culto cristão tem fanaticamente lutado por sua falsa teoria, e trava guerra incessante contra a Natureza e Evolução - intenção da Natureza feita de alguma forma visível - e contra alguns dos mais nobres instintos durante dezoito séculos. Mares de sangue humano foram derramados para manter a barca de Pedro flutuando. Terra tem sido roída com os túmulos dos mártires do Pensamento Livre. Céu tem sido preenchido com um horror de grande escuridão em nome de Deus.
[...]

2 comentários:

  1. ficaria imensamente grato se o autor do excelente artigo revelasse quem foi o personagem histórico cuja vida teria inspirado a criação do mito de Jesus Cristo. William Prado - williamcprado@gmail.com

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  2. Imagino que o mesmo que inspirou o mito de Hórus, Mitra e tantos outros... Quem foi? Um arquétipo? Um ensino mítico dos Antigos? Terá sido uma pessoa, ou um conceito? Na verdade, de que importa? A Verdade é universal e se faz ouvir por muitas vozes a uns poucos ouvidos. Abç!

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