sexta-feira, 6 de maio de 2011

O Espiritismo visto por um Teósofo

Adiante o interessante texto de Arthur E. Powell, na obra "O Corpo Astral" - Capítulo XXII  (Ed. Pensamento). Fala sobre o Espiritismo alinhavando aspectos positivos e negativos. Excelente para meditarmos acerca da massificação da fenomenologia dita "mediúnica".

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Nos dias iniciais da Sociedade Teosófica, H. B. Blavatsky escreveu com grande veemência sobre a questão do espiritismo, dando grande ênfase à incerteza de tudo aquilo e à preponderância das aparências de personalidade sobre personalidades verdadeiras. Pouco se pode duvidar de que essas opiniões estavam largamente coloridas e determinadas pela atitude desfavorável da maioria dos membros da Sociedade Teosófica quanto ao espiritismo como um todo.
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Nítido o caráter honesto e imparcial desta observação.

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Leadbeater faz sentir que os espíritas e teosofistas têm terreno importante em comum, como, por exemplo: (1) que a vida depois da morte é real, vívida, uma certeza sempre presente; e (2) que o progresso eterno e a felicidade definitiva, para cada qual, bons e maus que sejam, é também uma certeza. Esses dois itens são de tão tremenda e suprema importância, constituindo, como constituem, tão imenso avanço sobre a posição ortodoxa comum, que parece lamentável que os espíritas e teósofos não possam unir as mãos sobre esses amplos pontos e concordar, pelo tempo presente, em diferir quanto a pontos menores, até que o mundo pelo menos se converta a essa porção da verdade. Em tal trabalho há amplo espaço para os dois corpos de investigadores da verdade.
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Seria realmente muito interessante essa união.

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Devemos dizer, para credito do espiritismo, que ele alcançou o propósito, convertendo muitas pessoas, que tinham crença que em nada se fixava, para uma crença, uma fé firme em algum tipo de vida futura. Isso, como dissemos no último capítulo, é indubitavelmente um magnífico, resultado, embora haja os que acreditam que foi obtido a um grande custo.
Não há dúvida de que há perigo no espiritismo para as naturezas emocionais, nervosas e facilmente influenciáveis, e é sensato não levar as investigações longe demais, por motivos que a esta altura já devem ser óbvias para o estudante. Não há porém maneira mais pronta para romper a descrença em tudo quanto não pertença ao plano físico do que tentar uns poucos experimentos, e talvez valha a pena correr alguns riscos, ao efetuá-los.
Leadbeater honestamente afirma que, a despeito da fraude e decepção que indubitavelmente têm ocorrido em alguns casos, há grandes verdades dentro do espiritismo, verdades que podem ser descobertas por quem quer que deseje devotar o tempo requerido e também a paciência necessária às suas investigações. Há naturalmente uma literatura crescente sobre o assunto.
Além disso, bom trabalho, similar ao que é feito pelos Auxiliares Invisíveis ( ver capítulo XXVIII), foi feito às vezes através de um médium ou de alguém presente às sessões. Assim, embora o espiritismo tenha, com demasiada freqüência, detido almas que, a não ser por isso, teriam conseguido mais rápida liberação, também tem fornecido os meios de evasão para outras, abrindo assim o caminho do progresso para elas. Houve casos em que pessoas mortas puderam aparecer, sem a assistência de um médium, aos seus parentes e amigos e explicar-lhes o que desejavam. Mas tais casos são raros, e na maioria as almas ligadas à terra podem aliviar suas ansiedades apenas através dos serviços de um médium, ou de um “Auxiliar Invisível”consciente.
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Uma das objeções mais sérias à pratica geral do espiritismo é a de que, no homem comum, depois da morte, a consciência vai-se erguendo com firmeza da parte inferior da natureza para a parte mais alta: o ego, conforme repetidamente dissemos, está sempre retraindo-se dos mundos inferiores. Obviamente, portanto, não pode ser de auxílio para a sua evolução ter a sua parte inferior despertada da inconsciência natural e desejável para a qual está passando e arrastada de volta ao contato com a terra, a fim de se comunicar através de um médium.
Assim, é uma bondade cruel o trazer de novo para a esfera terrestre alguém cujo manas inferior ainda anseia pelas satisfações Kâmicas, ou desejos, porque isso retarda sua evolução e interrompe o que devia seu um progresso bem ordenado. O período em Kamaloka é assim alongado, o corpo astral é alimentado e seu domínio sobre o ego é mantido. Com isso a libertação da alma é retardada, “a Andorinha imortal sendo ainda mantida pelo visco da terra”.

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Uma entidade astral desesperada pode apoderar-se de um sensitivo e obcecá-lo, ou pode mesmo segui-lo até sua casa e apoderar-se de sua esposa ou filha. Houve muitos desses casos, e habitualmente é quase impossível alguém livrar-se de tão obsessora entidade.
Já vimos que o desgosto apaixonado e os desejos dos amigos da terra tendem a induzir as entidades falecidas a descerem novamente para a esfera da terra, causando assim agudo sofrimento aos mortos, bem como interferindo no curso normal da evolução.
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