sábado, 22 de maio de 2010

Reencarnação...

Miríades de elucubrações podem ser feitas sobre o tema "reencarnação". Podemos buscar fundamentos filosóficos, científicos, teleológicos, religiosos, antropológicos etc etc etc. Mas, como costumo dizer, há idéias ou conceitos que nos batem no interior com foros de verdade, independentemente dos fundamentos que possam ser invocados.

Com a reencarnação, penso eu, é assim.

Ou o sujeito naturalmente a aceita, tendo-a como algo óbvio, ou jamais conseguirá convencer-se plenamente, sejam quais forem os argumentos.

De minha parte, quando penso numa criança nascida em Biafra, minguando em pele e ossos com a face coberta por larvas de moscas, definhando lentamente no colo de um espectro semimorto com o olhar perdido em meio a abutres pacientes, percebo que só é aceitável a existência de Deus se houver a reencarnação e tudo o mais que desse conceito decorre, máxime a idéia de "karma" e "dharma".

De mim para comigo não há dúvida possível: só concebo Deus se houver a reencarnação. Caso não haja, não creio na soberania de um Criador Universal; prefiro mesmo renegá-lo e manter-me dele o mais distante possível.

Sim porque a criança etíope fadada à agonia não será um anjo só porque teve a "sorte" de nascer sob o sadismo de alguma divindade psicótica; tampouco a criança nascida em berço de cetim, herdeira de algum trono de nobreza, poderia ser torturada pela vida apenas porque teve o "azar" de nascer sob a fartura do ouro.

Bastam-me tais cogitações.

A reencarnação existe, é racional e é "conditio sine qua non" para a Justiça Divina.

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